Café: Após altas e baixas, Bolsa de Nova York fecha com leve valorização consolidando US$ 1,50/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (1º) com alta próxima de 50 pontos após oscilarem dos dois lados da tabela durante o dia. O mercado avançou diante de ajustes técnicos depois de ficar abaixo da resistência de US$ 1,50 por libra-peso. Ainda assim, os operadores no terminal externo seguem bastante atentos ao clima no Brasil e ao câmbio.
O vencimento março/17 registrou na sessão de hoje 150,15 cents/lb com 60 pontos de alta, o maio/17 anotou 152,55 cents/lb com valorização de 55 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia cotado a 154,85 cents/lb com avanço de 50 pontos e o setembro/17, mais distante, teve ganhos de 55 pontos a 157,10 cents/lb.
Apesar dos ajustes para cima nesta quarta e dos fundamentos recentes que derrubaram os preços externos nos últimos dias, o mercado opera sem muitas mudanças de patamar. "O mercado segue sem grandes novidades e os preços oscilando nas proximidades de 150,00 cents/lb", afirma o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado. A oscilação do dia nas cotações da ICE foram de 415 pontos.
O clima melhorou em muitas áreas produtoras do grão no país no últimos dias e isso dá pressão às cotações. O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) aponta que nos próximos três dias o acumulado de chuvas pode ficar entre 20 e 50 milímetros no Paraná e 10 e 40 milímetros no Oeste de São Paulo, Baixa Mogiana e Sul de Minas Gerais. "O clima muito mais úmido no período de 6 a 10 dias em Minas Gerais deve levar a melhoras significativas, favorecendo o crescimento dos frutos", disse a MDA Information Systems à Reuters.
Após iniciar o dia em baixa e subir levemente em alguns momentos do dia, o dólar comercial encerrou o pregão praticamente estável com baixa de 0,03%, cotado a R$ 3,1500 na venda. O dólar mais alto que o real tende a dar maior competitividade às exportações da commodity, mas pressiona as cotações do grão. Segundo a OIC (Organização Internacional do Café), as exportações globais de grão subiram 5,3% em 2016 e 8,3% no primeiro trimestre do ano-safra 2016/17, totalizando 29,77 milhões de sacas.
Tecnicamente, as projeções são otimistas para o mercado do café. "No pregão de ontem, o março/17 testou a importante média móvel de 200 dias no preço de 148,00 cents/lb, mas fechou a 149,55 cents/lb e hoje a mínima foi de 147,55 cents/lb, com resistência psicológica de 150,00 cents/lb. Portanto, vejo os preços trabalhando dentro de um range entre suporte a 147,00 cents/lb e resistência a 157,00 cents/lb", explica o analista João Santaella.
Mercado interno
Os negócios com café seguem lentos no Brasil e ficaram ainda mais parados nos últimos dias diante das quedas externas recentes no mercado externo. Segundo o analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, os negócios na semana passada aconteciam mais com os tipos rio e riado de arábica, que estão sendo utilizados pela indústria como substitutivo do robusta.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Poços de Caldas (MG) com R$ 569,00 a saca e queda de 0,35%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 0,90% e saca a R$ 560,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 566,00 a saca e alta de 0,89%. Foi a maior variação no dia dentre as praças verificadas.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Franca (SP) (estável) e Araguari (MG) (estável), com saca a R$ 530,00. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu no Oeste da Bahia (AIBA) com queda de 1,45% e saca a R$ 510,00.
Na terça-feira (31), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 519,75 com recuo de 0,79%.
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