Dólar cai 0,81% e se aproxima do patamar de R$ 3,20 com volta do BC ao mercado

Publicado em 17/01/2017 16:07

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Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a terça-feira com queda de quase 1 por cento, aproximando-se do patamar de 3,20 reais, influenciado pela volta do Banco Central ao mercado cambial e também pelo firme recuo da moeda norte-americana no exterior.

O dólar recuou 0,81 por cento, a 3,2124 reais na venda, depois de ter acumulado ganho de 1,98 por cento nos dois pregões anteriores. A queda nesta sessão foi a maior desde o recuo de 1,35 por cento registrado em 4 de janeiro.

Na mínima do dia, o dólar foi a 3,1924 reais. O dólar futuro cedia cerca de 1 por cento no final desta tarde.

"O Banco Central agiu para preservar a segurança do mercado e dar mais tranquilidade aos agentes diante dos fatos externos", destacou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva. O último leilão de swap tradicional havia sido em 12 de dezembro passado.

O BC anunciou na noite passada a volta nesta sessão com os leilões de swaps tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares--, decisão tomada após avaliar as condições de mercado.

E a autoridade vendeu a oferta integral de até 12 mil contratos para rolagem dos vencimentos de fevereiro, que somam o equivalente a 6,431 bilhões de dólares.

Se mantiver o mesmo ritmo de swaps ofertados nos próximos dias e vendê-los na íntegra, o BC rolará o volume total em 11 leilões. A última vez que o BC entrou no mercado de câmbio foi dia 13 de dezembro, com leilões de venda de dólares com compromisso de recompra.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse mais cedo que a autoridade monetária poderá sempre fornecer hedge a empresas se os mercados não estiverem funcionando bem e se houver problemas de liquidez, acrescentando ainda que o BC pode usar suas ferramentas cambiais dentro do regime de câmbio flutuante, que considera a primeira linha de defesa da economia contra choques externos.

Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou em Davos, na Suíça, onde também participa do Fórum Econômico Mundial, que há conforto em relação ao patamar atual do dólar.

O mercado externo também contribuiu para o movimento de queda do dólar nesta sessão. A moeda norte-americana cedia ante uma cesta de moedas e divisas de emergentes, como o peso mexicano.

Os investidores reagiram ao discurso da primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmando que o Reino Unido deixará o mercado comum da União Europeia quando sair do bloco, acrescentando que o acordo final de saída será enviado para votação no Parlamento.

O discurso ajudou a recuperar a libra nos mercados de câmbio.

Outro evento no radar dos investidores era a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima sexta-feira. Ele prometeu uma política econômica mais inflacionária, com gastos em infraestrutura e corte de impostos, o que pode obrigar o Federal Reserve, banco central do país, a aumentar os juros além do esperado.

"O BC (brasileiro) pode ter se antecipado à posse, já que o dólar poderia ficar mais especulativo", comentou um operador de câmbio de uma corretora local, referindo-se à nova atuação no mercado de câmbio.

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Quando Ian fala "problemas de liquidez", quer dizer falta de dólares no mercado, quando o dólar se fortalece e o real desvaloriza, aí o BC entra vendendo o tal swap reverso. Vende hoje para recomprar mais a frente. Eu realmente não entendo direito esse mecanismo utilizado pelo BC tanto para valorizar como desvalorizar o real, isso é manipulação do preço da moeda, é um poder inimaginável pois tira dinheiro de quem quer, a hora que quer e repassa também a quem quer e a hora que quer. O "mercado", leia-se instituições financeiras comprar todos esses contratos, afinal não é só soja papel que existe. O que posso deduzir sem muita dificuldade é que nenhum banco iria comprar dólares se não soubessem que o real vai desvalorizar, e também sei que o BC já perdeu alguns bilhões de dólares com essa história de "controlar" o mercado de câmbio com a moeda americana.

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