Café: Bolsa de Nova York reduz ganhos nesta 5ª, mas mantém trajetória altista e se aproxima de US$ 1,55/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York fecharam a sessão desta quinta-feira (12) com leve alta, cerca de 50 pontos nos principais vencimentos, ainda dão seguimento a trajetória altista das últimas três sessões. O mercado tem suporte dos indicadores técnicos e do câmbio, que impacta diretamente nas exportações do país. Além disso, o clima voltou ao radar dos operadores no terminal externo.
Com esse novo avanço, o arábica já busca o patamar de US$ 1,55 por libra-peso nos vencimentos mais distantes. O contrato março/17 fechou o pregão de hoje cotado a 149,60 cents/lb com 60 pontos de alta, o maio/17 anotou 152,00 cents/lb também com 60 pontos de valorização. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia negociado a 154,30 cents/lb com65 pontos de alta e o setembro/17, mais distante, subiu 65 pontos, cotado a 156,50 cents/lb.
De acordo com o analista da Origem Corretora, Anilton Machado, o mercado do café já demonstra fraqueza após consecutivos avanços. "Os contratos futuros do café arábica fecharam com pequena alta nesta quinta-feira, próximo do nível de 150,00 cents/lb, sem contudo, conseguir forçar mais efetivas para buscar resistências consolidadas. O dia foi caracterizado pela continuidade dos ganhos com ordens de compras sendo verificadas, ao passo que os vendedores se mostraram discretos", afirma.
Na terça-feira, o vice-presidente da Price Futures Group e analista de mercado, Jack Scoville, reportou em informativo que o clima também voltou a repercutir no mercado do café. "Os futuros estão mais altos com relatórios apontando o retorno no tempo seco no Brasil, que pode afetar o potencial produtivo. O clima segue seco em áreas de robusta e em áreas de arábica está regular no momento", disse.
Para a safra 2017/18, a exportadora Terra Forte, em reportagem publicada pela Reuters, estima a produção de café do Brasil em 48,055 milhões de sacas de 60 kg, com uma queda de 11,7% na comparação com a temporada anterior, principalmente devido à bienalidade negativa do arábica e menor produção de robusta.
A Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), maior do mundo, estima queda na produção de café do Brasil em 2017 em cerca de 17%. "Estamos prevendo uma safra menor neste ano por conta da bienalidade baixa das lavouras na maioria das regiões produtoras de café arábica. O conilon também não se recuperou das perdas recentes, então em 2017 esse problema de desabastecimento será ainda maior", explicou o presidente da cooperativa, Carlos Paulino. A produção na área de abrangência da cooperativa em 2016 foi de 20 milhões de sacas.
Além dos ajustes técnicos e das novidades nos fundamentos que repercutem na ICE, o mercado também segue com suporte do câmbio. O dólar comercial fechou o dia com queda de 0,50%, cotado a R$ 3,1756 na venda, acompanhando o comportamento da divisa no exterior e com a expectativa da entrada de recursos no Brasil. O dólar mais baixo desencoraja os embarques do grão brasileiro e podem contribuir para um ajuste na oferta global de café.
Mercado interno
No Brasil, segundo analistas, os negócios seguem lentos mesmo com os preços do café voltando a patamares mais interessantes para o produtor. "Contudo, os atuais patamares de preços ainda não agradam boa parte dos vendedores, principalmente os de cafés mais finos. Quanto ao robusta, as elevações refletem principalmente a baixa oferta e a retração de vendedores, que estão à espera de preços maiores para negociar", afirmou em nota Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 565,00 a saca e alta de 0,89%. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) que teve alta de 3,39% e saca a R$ 549,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 578,00 a saca e alta de 0,35%. A maior variação no dia dentre as praças aconteceu em Varginha (MG) com alta de 1,90% e saca a R$ 535,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com alta de 1,89% e saca a R$ 540,00. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Araguari(MG) que teve alta de 3,92% e saca a R$ 530,00.
Na quarta-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 513,61 com alta de 0,83%.
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