Brasil parou de demarcar terras indígenas, diz ex-presidente da Funai
Por Chris Arsenault
RIO DE JANEIRO (Fundação Thomson Reuters) - Diante das pressões dos interesses agrícolas, o Brasil parou formalmente de demarcar terras para comunidades indígenas, numa ameaça aos esforços de conservação florestal, de acordo com uma ex-autoridade da Funai e ativistas.
A Constituição reconhece o direito dos povos indígenas de viverem nas terras de seus ancestrais, e a Fundação Nacional do Índio (Funai) tem trabalhado para demarcar territórios para tribos, que constituem menos de 1 por cento da população.
Contudo, novos territórios não têm sido demarcados para grupos indígenas desde agosto, em meio à pressão de parlamentares para mudar o processo, disse o ex-presidente da Funai Márcio Santilli, em comentários que são compartilhados por ativistas.
"Não tem havido nenhuma ação positiva para avançar com demarcações pendentes”, afirmou Santilli, que comandou a Funai na década de 1990 e agora assessora o Instituto Socioambiental, um grupo ambientalista.
"A bancada ruralista está propondo emendas constitucionais para enfraquecer os direitos territoriais de indígenas”, disse ele à Fundação Thomson Reuters.
Representantes da Funai disseram que não poderiam comentar imediatamente.
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