Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 300 pts nesta 3ª feira e testa patamar de US$ 1,50/lb
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (10) com alta de mais de 300 pontos com o mercado ainda em ajustes técnicos após testar mínimas de mais de seis semanas e também com suporte do câmbio. Diante dessa nova alta, os principais vencimentos já estão próximos do patamar de US$ 1,50 por libra-peso. Os investidores também seguem bastante atentos às informações sobre o desenvolvimento da próxima safra do Brasil e outras origens produtoras.
O contrato março/17 fechou o pregão de hoje cotado a 147,70 cents/lb com 350 pontos de alta, o maio/17 anotou 150,05 cents/lb com 350 pontos de valorização. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia negociado a 152,30 cents/lb com 345 pontos de alta e o setembro/17, mais distante, subiu 350 pontos, cotado a 154,45 cents/lb. Essa é a segunda sessão consecutiva de valorização nas cotações.
"O dia foi caracterizado pela continuidade dos ganhos e a posição março/17 finalmente conseguiu se estabilizar acima do nível psicológico de 145,00 cents/lb com os compradores sendo mais efetivos na sessão de hoje. No campo fundamental, o mercado norte-americano não apresentou maiores novidades, o que permitiu que ações técnicas e mais focadas em oscilações gráficas fossem identificadas", afirma o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Além de estar cada vez mais fortalecido tecnicamente, o mercado do café arábica também tem encontrado suporte no câmbio. Após bater na máxima do dia R$ 3,2021, a moeda fechou praticamente estável com 0,06% de alta a R$ 3,1986 na venda. As oscilações na moeda estrangeira impactam diretamente as exportações da commodity e, consequentemente, os preços internos e externos do grão. O dólar mais baixo desencoraja as embarques e pode contribuir para um ajuste na oferta global de café.
"Após testar a mínima de 132,85 no final de dezembro do ano passado e iniciarmos uma forte reversão de tendência, com os indicadores sobrevendidos, os preços romperam a resistência de 140,00 cents/lb e nos últimos dois dias os preços romperam a resistência de 145,00 cents/lb e hoje 147,70 cents/lb. Para os próximos dias, podemos ter uma realização de lucros", pondera o analista de mercado João Santaella.
De acordo com o Escritório Carvalhaes, com sede em Santos (SP), os fundamentos são altistas para o mercado. Por outro lado, o cenário político e econômico mundial também traz incertezas para a commodity. "No café, os fundamentos: consumo em alta, baixos estoques mundiais, incertezas climáticas, término dos estoques brasileiros - maior produtor e exportador mundial, além de segundo maior consumidor, que agora passa a depender apenas de sua produção anual – apontam para mais um ano de preços sustentados e em alta. O cenário político e econômico dificulta uma visão mais clara do que acontecerá com o mercado", explicou em relatório.
Segundo informações reportadas pela Reuters nesta terça, a exportadora Terra Forte estima que a produção de café do Brasil em 2017/18 seja de 48,055 milhões de sacas de 60 kg, com uma queda de 11,7% na comparação com a temporada anterior, principalmente devido à bienalidade negativa do arábica e menor produção de robusta. Ainda assim, o mercado não avançou por conta dessa estimativa, mas sim em arranjos técnicos.
» Terra Forte estima queda de quase 12% na safra de café do Brasil 17/18
Mercado interno
Nas praças de comercialização do Brasil seguem isolados os negócios com café mesmo com os preços em cerca de R$ 500,00 a saca. "Apesar do preço atrativo, são registrados poucos negócios no Brasil. Muitos produtores já venderam seus cafés em momentos de preços mais altos do que isso", afirmou recentemente ao site o especialista em café da INTL FCStone Brasil, Thiago Ferreira.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 560,00 a saca – estável. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,71% e saca a R$ 531,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 564,00 a saca e alta de 1,44%. A maior variação no dia dentre as praças aconteceu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,83% e saca a R$ 508,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia nas cidades de Franca (SP) (+1,96%) e Varginha (MG) (+0,97%), ambas com saca a R$ 520,00. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) que teve alta de 2,91% e saca a R$ 495,00.
Na segunda-feira (9), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 504,40 com queda de 0,20%.
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