Café: Bolsa de Nova York testa menor patamar em seis meses nesta 3ª feira com apostas de ampla oferta em 2017
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (27) com queda próxima de 200 pontos e estenderam as perdas registradas na véspera, quando tiveram queda acumulada de mais de 4% nos principais vencimentos. Durante a sessão, os preços caíram ao menor patamar desde junho (US$ 1,3415). O mercado segue repercutindo a possibilidade de ampla oferta do grão em 2017 e os investidores, segundo agências internacionais, liquidam posições descrentes de uma nova alta no curto prazo.
Com essa nova baixa, os preços externos do grão já perderam o patamar de US$ 1,40 poibra-peso nos principais vencimentos. O contrato março/17 registrou 134,20 cents/lb com 195 pontos de recuo, o maio/17 anotou 136,50 cents/lb com 190 pontos de desvalorização. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia negociado a 138,80 cents/lb também com 190 pontos de queda e o setembro/17, mais distante, caiu 180 pontos, cotado a 140,85 cents/lb.
"Os futuros ficaram recuaram mais uma vez dando sequência as negociações vinculadas às estimativas de produção mais altas do que o previsto no Brasil. Os produtores brasileiros estão oferecendo menos, e os produtores na América Central não estão ofertando suas produções devido à fraqueza dos preços. As ideias são de que a produção de arábica será forte na América Latina", reportou o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Para se ter ideia do otimismo dos operadores com a oferta de café no país, a corretora Marex Spectron divulgou recentemente em relatório que prevê superávit global de 300 mil sacas de 60 kg na temporada 2016/17. "Nós incluímos a liberação de estoques pelo governo brasileiro no balanço, o que deixa um superávit mínimo", disse a Marex à agência de notícias Reuters.
O setor produtivo não acredita em safra alta em 2017 por conta da bienalidade negativa das plantações na maior parte do cinturão produtivo. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou que a produção de café do Brasil na safra comercial 2016/17 foi de 51,37 milhões de sacas de 60 kg entre arábica e robusta. O volume representa um acréscimo de 18,8%, quando comparado com a produção de 43,24 milhões de sacas obtidas no ciclo anterior e representa recorde histórico.
A Bolsa de Nova York iniciou os trabalhos mais tarde nesta terça, às 11h, horário de Brasília, por conta das festas de final de ano. Ontem (26), a ICE não funcionou por conta do "Christmas Day", feriado de Natal dos Estados Unidos, comemorado no domingo.
Mercado interno
Os negócios com café no mercado físico brasileiro estão lentos nos últimos dias e diante das festas de final de ano devem seguir nesta tendências. "A maioria das empresas já está em recesso ou em férias coletivas. O mercado deve voltar a ganhar forças apenas em 2017", afirmou o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
De acordo com informação reportada pela Reuters na quarta-feira (21), com base em relatos de colaboradores do Cepea, as diferenças entre os preços ofertados e os pedidos pelos produtores de café nos últimos dias têm limitado as negociações nas praças de comercialização do país. Analistas acreditam que o mercado deve voltar a ter liquidez apenas no início do próximo ano.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Guaxupé (MG) (-0,93%) e Varginha (MG) (-1,85%) com negócios em R$ 560,00 a saca e queda de 3,45%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 3,36% e saca a R$ 517,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 558,00 a saca e queda de 0,89%. A maior variação no dia aconteceu em Franca (SP), que teve queda de 3,85% e fechou o dia com R$ 500,00 a saca.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Patrocínio (MG) (-0,99%) e Varginha (MG) (-1,96%), ambas com R$ 500,00 a saca. A maior oscilação no dia para o tipo ocorreu em Franca (SP) com recuo de 2,00% e saca a R$ 490,00.
Na segunda-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 489,13 com queda de 0,44%.
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