Café: Bolsa de Nova York cai mais de 100 pts nesta tarde de 5ª feira, mas mantém patamar de US$ 1,45/lb
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda próxima de 100 pontos nesta tarde de quinta-feira (22), mas os principais vencimentos permanecem próximos do patamar de US$ 1,45 por libra-peso. Segundo analistas, o mercado trabalha sem direcionamento definido nesses últimos dias de 2016 com os operadores já tirando o pé do acelerador diante das festas de final de ano. Os preços oscilam em estreitas margens em ajustes técnicos.
Por volta das 11h48, horário de Brasília, o contrato março/17 registrava queda de 110 pontos e estava cotado a 143,45 cents/lb, o maio/17 também caía 110 pontos e operava a 145,65 cents/lb. Já o vencimento julho/17 anotava 147,85 cents/lb com 120 pontos de desvalorização, enquanto o setembro/17, mais distante, anotava baixa de 105 pontos, cotado a 149,90 cents/lb.
De acordo com o analista da Origem Corretora, Anilton Machado, o mercado do café tem oscilado apenas tecnicamente. "Os fundamentos estão presentes no mercado, mas os terminais estão esvaziados e os preços oscilam tecnicamente entre 140,00 cents/lb e 145,00 cents/lb em movimento típico de final de ano", afirma. "O mercado não tem forças para sair deste patamar neste momento", pondera o analista.
Do lado fundamental, pesa sobre os preços externos do café o otimismo dos operadores com a oferta na próxima temporada por conta das melhores condições climáticas no Brasil. Mapas climáticos, no entanto, apontam que após bons volumes de chuvas nos últimos dias em áreas do cinturão produtivo de café do país, o clima deve ficar menos chuvoso e quente nos próximos dias. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), até quinta-feira, somente o centro e norte do Espírito Santo e o Paraná receberão chuvas mais volumosas.
Já o setor produtivo acredita que a próxima safra de café do país deve ser baixa por conta da bienalidade negativa para a maioria das regiões do país. Diante da situação, o Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodity do mundo, acredita que os produtores devem travar os preços futuros do grão.
"Apesar da perspectiva de recuo na produtividade em função da bienalidade do café, cotações favoráveis devem garantir margens positivas ao cafeicultor brasileiro no próximo ano. Destaca-se parcela dos produtores que já aproveitou as boas oportunidades de trava de preços oferecidas pelo mercado futuro durante 2016", destacou o banco em relatório. "Os cafeicultores brasileiros que seguem sem fixar os preços para 2017 e 2018 devem estar atentos à elevada volatilidade esperada no mercado internacional de café e de dólar".
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) elevou a produção de café do Brasil em seu quarto e último levantamento da atual safra, para 51,37 milhões de sacas de 60 kg entre arábica e robusta. De acordo com a pesquisa, o volume representa um acréscimo de 18,8%, quando comparado com a produção de 43,24 milhões de sacas obtidas no ciclo anterior e representa recorde histórico. A maior safra até hoje havia sido registrada em 2014, quando o país totalizou 50,8 milhões de sacas.
» Conab: Safra de café fecha o ano com produção recorde de 51,37 milhões de sacas
No mercado físico, os negócios seguem isolados nas praças de comercialização do Brasil. "A maioria das empresas já estão em recesso ou em férias coletivas. O mercado deve voltar a ganhar forças apenas em 2017", afirma Anilton Machado. Por volta das 09h30, o tipo 6 duro era negociado a R$ 520,00 pela saca de 60 kg em Espírito Santo do Pinhal (SP) – estável, em Guaxupé (MG) os preços também seguiam estáveis em R$ 500,00 a saca e em Poços de Caldas (MG) a R$ 510,00.
Na quarta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 502,75 com alta de 0,01%.
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