Dólar cai ante o real após STF manter Renan à frente do Senado
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda ante o real nesta quinta-feira, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado trazendo alívio aos investidores em relação à pauta econômica do governo Michel Temer no Congresso Nacional.
Às 10:12, o dólar recuava 0,33 por cento, a 3,3929 reais na venda, depois de ter batido 3,3705 reais na mínima do dia. O dólar futuro operava em alta de cerca de 0,25 por cento nesta manhã.
"Ficou patente na véspera que ia ter um acordo. Existe alguma precificação ainda da decisão do STF, mas o mercado já começa a olhar para a frente", comentou o gestor do departamento de câmbio da corretora Gradual Investimentos, Hamilton Bernal.
Nos dois pregões anteriores, o dólar acumulou perda de 0,74 por cento sobre o real. Na véspera, o mercado ficou animado com notícias de que estava sendo costurado um acordo para garantir Renan na presidência do Senado.
No início da noite passada, o STF decidiu, por 6 votos a 3, manter Renan à frente do Senado, mas tirá-lo da linha sucessória da Presidência da República, movimento que, na prática, tem poucos efeitos contra o senador, que na semana passada se tornou réu em uma ação penal sob acusação de peculato.
Com isso, estava mantida a agenda de votações no Senado que prevê, na próxima terça-feira, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos, importante medida do governo para tentar colocar a economia nos eixos.
O cenário externo traquilo neste pregão também ajudava no mercado local, com investidores à espera do encontro de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), cujo anúncio ocorre às 10:45 (horário de Brasília).
Espera-se que o BCE estenderá sua já generosa compra de ativos, utlizada para impulsionar o fraco avanço da inflação, mas como grande parte de seu poder de fogo está esgotado, também pode debater o envio de um sinal simbólico sobre o eventual fim de tais compras.
"Se o BCE não estender os estímulos, o mercado pode estressar", comentou Bernal.
Também estava no radar a proximidade da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, na semana que vem, quando deve elevar os juros, como amplamente esperado. Os investidores, no entanto, vão buscar pistas sobre novos e/ou maiores aumentos após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, cuja política econômica pode ser inflacionária.
O Banco Central brasileiro realiza nesta manhã leilão de até 15 mil swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em janeiro.
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