Café: Bolsa de Nova York testa recuperação nesta 4ª feira, mas volta a cair e fecha no patamar mais baixo desde agosto
Após testarem recuperação técnica durante o dia, os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (7) com leve queda e mantiveram a tendência de preços registrada nos últimos dias. Durante a manhã, as cotações do grão chegaram a ter alta de mais de 200 pontos e ficaram próximas do patamar de US$ 1,45 por libra-peso, mas voltaram a cair e encerraram a sessão com baixa próxima de 30 pontos e no patamar mais baixo desde agosto.
O contrato março/17 fechou a sessão de hoje cotado a 141,70 cents/lb com 30 pontos de queda, o maio/17 registrou 144,05 cents/lb com 25 pontos de desvalorização. Já o vencimento julho/17 anotou 146,20 cents/lb com 25 pontos de baixa e o setembro/17, mais distante, terminou o dia a 148,25 cents/lb com 20 pontos de recuo. Essa é a terceira queda consecutiva na semana.
Nas últimas sessões, as cotações externas do café arábica têm recuado bastante. Na semana passada, por exemplo, a queda acumulada foi de mais de 7% com os operadores repercutindo a redução nos temores com desabastecimento pelo mercado diante da melhora climática no cinturão produtivo do Brasil e o câmbio. Institutos meteorológicos ressaltam chuvas acima da média para o período em diversas localidades. A semana começa com chuvas fortes no Sul do Espírito Santo e Zona da Mata de Minas Gerais. Outras áreas recebem precipitações isoladas.
Na semana passada, a corretora Marex Spectron divulgou em relatório que prevê superávit global de 300 mil sacas de 60 kg na temporada 2016/17. "Nós incluímos a liberação de estoques pelo governo brasileiro no balanço, o que deixa um superávit mínimo", disse a Marex à agência de notícias Reuters. Essa informação deu ainda mais otimismo aos operadores.
Apesar das preocupações cada vez menores dos operadores externos com a oferta de café, para o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, o Brasil pode enfrentar sim dificuldades na próxima safra. Dependendo da condição das chuvas, a produção será de ciclo baixo para o arábica e, para o conilon, deve ser bastante prejudicada. Os estoques do Governo Federal também devem chegar ao fim.
O dólar e os fundos também tem contribuído para as quedas no arábica no terminal externo. Nesta quarta, a moeda estrangeira recuou 0,37%, cotada a R$ 3,4041 na venda. O dólar impacta diretamente nas exportações da commodity e suas oscilações tendem a impactar diretamente os preços do grão.
Segundo informações reportadas na segunda-feira (5) pelo site internacional Agrimoney, os fundos já teriam cortado mais de 7,6 mil lotes de suas posições mais alongadas, registrando seu nível mais rápido desde o último maio. "A maior parte do movimento é técnico, mas o clima no Brasil está excelente, com boas chuvas, até mesmo nas áreas de robustas que foram, recentemente, castigadas pela seca", informou, em nota o Rabobank.
Apesar das preocupações cada vez menores dos operadores externos com a oferta de café, para o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, o Brasil pode enfrentar sim dificuldades na próxima safra. Dependendo da condição das chuvas, a produção será de ciclo baixo para o arábica e, para o conilon, deve ser bastante prejudicada. Os estoques do Governo Federal também devem chegar ao fim.
Em novembro, as exportações de café brasileiro somaram 3,07 milhões de sacas de 60kg, segundo reportou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) nesta terça. Em comparação com o mesmo período de 2015, houve uma queda de 12,2%, devido à redução dos embarques de café conilon e a impactos sentidos com a greve alfandegária no Porto de Santos, que comprometeu o processamento de certificados de exportação. A receita cambial foi de US$ 547,3 milhões no período.
"A situação favorável do dólar, que resultou na receita cambial positiva, compensou o decréscimo de exportações observado nos últimos meses. Essa diminuição ocorre principalmente devido à redução de oferta do café conilon, reflexo do período de seca no estado de Espírito Santo. Justamente por isso, acreditamos que devemos fechar o ano civil em cerca de 34 milhões de sacas exportadas", afirma Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
» Brasil exporta 3,07 milhões de sacas de café em novembro, com receita cambial de US$ 547,3 milhões
Mercado interno
Diante da instabilidade nos preços externos do café, os negócios com o grão nas praças de comercialização do Brasil são isolados e os preços não indicam tendência definida. Segundo Carvalhaes, os cafeicultores não estão vendendo, dando indícios de que os negócios serão deixados para o próximo ano. O fator soma-se ainda à solavancos na economia e ameaças de importação de café, que complicam a situação dos produtores.
O café cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com negócios em R$ 630,00 a saca e alta queda de 5,00%. Foi a maior alta no dia dentre as praças de comercialização.
O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 574,00 a saca e queda de 1,20%. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,22% e saca a R$ 553,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Patrocínio (MG) com R$ 550,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia para o tipo ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 2,65% e saca a R$ 542,00.
Na terça-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 518,86 com queda de 0,55%.
0 comentário
Segundo dia da Semana Internacional do Café destaca práticas sustentáveis na cadeia cafeeira
Mercado cafeeiro inicia 6ª feira (22) em queda com realização de lucros
Mercado cafeeiro fecha sessão desta 5ª feira (21) com fortes ganhos em NY e queda na bolsa de Londres
Região do Cerrado Mineiro avança no mercado global com leilão virtual
Com a presença de toda a cadeia produtiva, Semana Internacional do Café discute sobre os avanços e desafios da cafeicultura global
Em ano desafiador para a cafeicultura, preços firmes e consumo aquecido abrem oportunidades para o setor