Café: Com queda do dólar no Brasil, preços em Nova York fecham com leves altas nesta 2ª feira
Após sessão de volatilidade, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com leves altas nesta segunda-feira (21). O mercado chegou a operar do lado vermelho da tabela, mas conseguiu reverter ganhos diante da alta do dólar no Brasil.
Com isso, o vencimento dezembro/16 fecha com alta de 80 pontos e cotado a 158,65 cents/lb. Já março/17 – atual referência para o mercado – subiu 120 pontos no pregão, com negócios a 165,60 cents/lb. O contrato maio/17 fechou a 165,60 cents/lb, registrando valorização de 125 pontos, assim como julho/17 que encerra o dia a 167,65 cents/lb.
O analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, aponta que as cotações acompanharam a movimentação das demais commodities, que testavam reação diante da queda do dólar do Brasil e da alta do Petróleo. Apesar disto, os preços também repercutiram correções técnicas da última semana, além de chuvas no Brasil e a entrada da safra de países produtores importantes.
Barabach explica que diante do quadro climático favorável no Brasil, com chuvas sendo registradas no cinturão produtivo, há uma diminuição na preocupação com o abastecimento na próxima safra – embora o cenário ainda esteja no radar os operadores. Além disto, há a entrada da safra de produtores da América Central e Colômbia ao mercado.
No quadro climático, mapas meteorológicos apontam para chuvas nas regiões produtoras a partir da próxima quarta-feira, após a passagem da frente fria que já trouxe precipitações na semana anterior. Pancadas são esperadas para Mogiana, sul de Minas Gerais e Cerrado.
Com isso, Barabach explica que as próximas semanas ainda devem ser ditadas pelo mercado de câmbio e o cenário de incertezas após a vitória de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Hoje, a moeda norte-americana fechou com perdas de 1,03 % e cotado a R$ 3,3520 na venda, mesmo com a redução da atuação do Banco Central no mercado de câmbio.
Informações da agência de notícias Reuters, explicam que as cotações do arábica anotavam ganhos no pregão de hoje pois repercutiam a valorização do real. "A moeda (mais forte no Brasil) é um fator que está apoiando arábica e poderia explicar por que ele tem um desempenho melhor do que robusta", disse Abah Ofon, analista para o Monitor de café Global da Agrimoney à Reuters.
Na última semana, as cotações chegaram a registrar perda de quase 1% diante da volatilidade do dólar no Brasil. “A força global do dólar norte-americano reduziu os preços arábica em Nova York”, aponta o vice-presidente da Price Futures Group e analista, Jack Scoville.
Veja também:
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Mercado interno
No Brasil, os negócios seguem lentos diante das quedas em Nova York. Barabach aponta que os produtores devem segurar as vendas nas próximas semanas, só voltando ao mercado diante de oportunidades muito boas de preços, visto que grande parte da safra foi negociado.
Informações do boletim semanal do diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, também apontam que os negócios no Brasil devem seguir em ritmo lento. “Já os naturais brasileiros só devem voltar a ser oferecidos com mais volume caso os preços voltem a subir, não apenas em função do produtor já ter comercializado um percentual grande da safra corrente, mas também dada a proximidade do fim do ano, que pode fazer os detentores de café protelar as vendas para evitar pagar mais imposto”, aponta Costa.
Para o café cereja descascado, o dia de foi de desvalorizações. Em Espírito Santo do Pinhal (SP) a saca de 60 quilos fecha negociada a R$ 630,00, com desvalorização de 3,08%. Em Poços de Caldas (MG), os preços cederam 2,45%, em que a saca fechou a R$ 598,00.
O tipo 4/5 anotou queda de 1,14% em Guaxupé (MG), com negócios a R$ 640,00 pela saca de 60 quilos. Já em Varginha (MG), o dia fecha a R$ 585,00 pela saca, após perder 1,68%.
Já o tipo 6 duro, registrou desvalorização 1,69% e fechou a R$ 580,00 pela saca de 60 quilos. Em Poços de Caldas (MG), a referência fechou em R$ 545,00 pela saca, anotando queda de 1,80%.
Na sexta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 567,32 com recuo de 0,48%.
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