Minas Gerais pleiteia maior participação em programa de irrigação
Em reunião conjunta da Comissão Nacional do Meio Ambiente e da Subcomissão Nacional dos Recursos Hídricos da CNA, a coordenadora da Assessoria de Meio Ambiente da FAEMG, Ana Paula Mello, que representa a entidade nas duas comissões, questionou o fato de Minas Gerais ter sido contemplado com pequena porção dos 5 milhões de hectares prioritários para ampliar a área de irrigação, de acordo com orientação da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). “A FAO sobrepôs filtros com critérios múltiplos, como os de meio ambiente e de disponibilidade hídrica, e isso foi feito em grande escala e da forma mais restritiva possível, para definir estas áreas prioritárias, o que quase deixou nosso estado fora”.
A definição destas áreas prioritárias não impede que a irrigação seja ampliada em outras localidades. Mas para que isto ocorra, serão necessários levantamentos conjuntos dos setores produtivos com a Embrapa e o governo de Minas, por exemplo. Segundo Ana Paula, devem ser elaborados estudos mais adequados para que o estado vença as dificuldades em áreas consideradas críticas, em termos hídricos. “A reservação de água nas bacias hidrográficas e propriedades rurais, além das outorgas sazonais, são opções para se ampliar a irrigação”.
De acordo com o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, o estudo feito pela entidade, para definir os 5 milhões de hectares no Brasil para ampliação da área irrigada, analisou multicritérios que consideram solo, relevo, código florestal, disponibilidade hídrica. O estudo visa fomentar a agricultura irrigada no país, com o intuito de estimular a segurança alimentar e a erradicação da fome e da pobreza, conforme estabelecem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Gestão da irrigação
Um projeto piloto, que está sendo desenvolvido pela Embrapa, na área de irrigação, poderá ser testado em Minas Gerais. A estatal está criando uma plataforma tecnológica de gestão de irrigação, que promete gerir melhor a água utilizada nas lavouras. “Fizemos um primeiro contato com a Embrapa e sugerimos que a plataforma seja testada em uma das bacias hidrográficas de Minas Gerais. A ideia foi bem recebida pelo supervisor do Núcleo de Articulação Internacional da Embrapa Cerrados, Lineu Neiva”, diz Ana Paula.
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