Café: Com dólar, Bolsa de Nova York fecha com perdas de quase 200 pontos nesta 3ª feira
Nesta terça-feira (01), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com perdas para os principais vencimentos. O mercado operou com volatilidade, à espera de novidades do lado fundamental. Com isso, após os fortes ganhos da última semana, as cotações registraram mais um dia de realização de lucros.
O vencimento dezembro/16 encerrou o dia com perdas de 270 pontos e negociação a 161,45 cents/lb. Março/17 fechou valendo 167,15 cents/lb, após a desvalorização de 255 pontos, assim como maio/17, que chegou a 167,15 cents/lb. O contrato julho/17 registrou perdas de 250 pontos, valendo 168,95 cents/lb.
Segundo informações do analista da Origem Corretora, Anilton Machado, o mercado teve influência da forte alta do dólar no Brasil e também registrou um movimento de aversão ao risco, após a divulgação dos dados da eleição nos Estados Unidos. A moeda norte-americana chegou a avançar 1,61% e fechou a cotação a R$ 3,2412 reais na venda.
Informações da agência de notícias Reuters, explicam que investidores reagiram aos dados que apontavam o candidato republicano Donald Trump passou à frente de Hillary Clinton nas pesquisas de intenção de votos nos Estados Unidos. Além disto, há expectativas em relação à reunião do Fed (Banco Central dos EUA) pra tratar da política monetária que deve ocorrer nesta quarta-feira.
Na última semana os preços do café arábica em Nova York acumularam alta de quase 1000 pontos com preocupações em relação à safra 2017/2018, que deve ter menor produção. Com isso, o mercado devolveu parte dos ganhos. "A posição recorde comprada por parte de fundos levam muitos investidores a olharem com cautela para novas altas mais expressivas", explica Machado.
Para Anilton, apesar de a próxima temporada ser de menor produção por ser de baixa bienalidade, existe um preocupação um pouco maior no mercado. “A situação não está tão fora aos problemas de outros anos. A maior preocupação é realmente com o Espírito Santo, devido às perdas da safra de robusta”, explica.
O vice-presidente da Price Futures Group e analista Jack Scoville também aponta a preocupação em relação à safra, confirmando a cautela dos investidores em relação a oferta da próxima temporada. “Mais arábica está sendo mantido para o consumo interno agora, com menos disponibilidade para exportação e esta tendência deverá continuar. Muitos esperam a diminuição do ritmo de exportação do Brasil no curto prazo”, explica Scoville.
Dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) divulgados nesta tarde confirmam a redução das exportações do Brasil em setembro em relação ao mesmo período de 2015. Com isso, os embarques de café verde atingiram 2,68 milhões de sacas, ante 2,91 milhões no ano passado.
Além disso, dados da OIC (Organização Internacional do Café) também divulgados nesta semana, mostram que o Brasil teve desempenho inferior ao ano safra anterior, com recuo 6,7%. As exportações chegaram a 34 milhões de sacas do grão na temporada 2015/16.
Já no cenário climático, mapas meteorológicos apontam que chuvas são previstas a partir de quarta-feira, com a chegada de uma frente fria, principalmente no Paraná, São Paulo e Sul de Minas Gerais. O cenário de precipitações deve seguir até o final da semana.
Mercado interno
No Brasil, os negócios seguem lentos, com produtores aguardando melhores oportunidades de negociação para cafés de melhor qualidade. Segundo Anilton Machado, o grande destaque são as bebidas de qualidade mais inferiores, que tem registrado grande valorização para substituição do robusta, que está em falta após os problemas enfrentados na safra. O analista ainda aponta que a diferença entre os tipos de cafés de maior e menor qualidade estão estreitas.
O tipo cereja descascado registrou valorização de 2,11% em Poços de Caldas (MG), com negociação a R$ 581,00 pela saca de 60 quilos. Em Varginha (MG), o dia foi de desvalorização de 0,88%, com cotação a R$ 565,00 pela saca.
O tipo 4/5 teve ganhos de 0,75% em Poços de Caldas (MG), levando a referência de negócios para R$ 539,00 pela saca. Já em Varginha (MG), os preços recuaram 0,91% e a saca passou a valer R$ 545,00.
Para o tipo 6 duro em Araguari (MG), houve valorização de 7,41%, com cotação de R$ 580,00 pela saca. Em Espirito Santo do Pinhal (SP) a alta registrada foi de 3,85%, com negócios a R$ 540,00 por saca.
Na segunda-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 535,30 com queda de 0,94%.
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