Agropecuária seria responsável por 69% das emissões de gases do efeito estufa, diz pesquisa
A agropecuária é responsável por 69% das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (26/10) pelo Observatório do Clima - rede que reúne 40 organizações da sociedade civil. Estão incluídos nesse percentual os poluentes decorrentes do processo digestivo dos rebanhos, o uso de fertilizantes e o desmatamento para abertura de novas áreas para a atividade econômica.
O setor de transportes é o segundo maior emissor de gases, com 11% do total. Em seguida vem a indústria (em especial a metalurgia), com 9% e a produção de energia, incluídos a geração de energia e fabricação de combustíveis, com 7%.
Em 2015, as emissões brutas do país chegaram a 1,927 bilhão de toneladas de CO2, 3,5% mais do que o 1,861 bilhão de toneladas registrado em 2014. Os números são do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg) do Observatório do Clima.
Mudança de perfil
Nós últimos anos, o Brasil tem apresentado uma mudança no perfil das emissões. Apesar das mudanças do uso da terra terem crescido 11,3% em 2015, sendo o fator principal da elevação das emissões, ao longo dos últimos dez anos as relações com o solo têm perdido importância como fonte de poluentes. O lançamento de poluentes decorrentes do desmatamento, em especial para abrir terreno para pasto e plantações, caiu 69% entre 2005 e 2015. No mesmo período, os gases gerados pelo uso de energia cresceram 44%.
“O Brasil tem um padrão de crescimento das emissões muito parecido com outros países em desenvolvimento”, ressaltou o coordenador do Seeg, Tasso Azevedo. Para comparação, ele mencionou que no mesmo intervalo as emissões mundiais de gases estufa cresceram 15%. Ou seja, fora a redução do desmatamento, que segundo Azevedo aconteceu principalmente entre 2005 e 2010, o lançamento de poluentes no Brasil tem crescido.
Na análise por atividade econômica, 82% das emissões do ano 2000 estavam relacionadas à agropecuária, percentual que ficou em 69% neste ano. No mesmo período, os poluentes ligados aos transportes passaram de 6% para 11%.
Em relação às atividades agrícolas e criação de gado, que totalizaram 1,3 bilhão de toneladas de CO2 em 2015, 33% das emissões estão concentradas o Centro-Oeste. Em seguida, vem o Sul, com 20 % do laçamento de poluentes do setor e o Sudeste, com 19%. O estado com maior percentual de poluição desse tipo é o Mato Grosso (12%), seguido por Minas Gerais (11%) e Rio Grande do Sul (11%).
1 comentário
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Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR
É incrível como essas informações são tendenciosas. Considera-se na agropecuária apenas as emissões de CO2 e nunca se fala da fixação realizada pelas pastagens, plantações anuais, florestas e culturas perenes. Quero ver um estudo que determine a emissão líquida de CO2 pela agropecuária (quantidade emitida menos quantidade absorvida) e veremos quem realmente polui o planeta.
Carlos, outro dia comentei aqui do meu gosto por probabilidade e estatistica, ninguém "curtiu". A probabilidade é uma estimativa e estatistica dados. A tendência é a probabilidade baseada em dados. Para que tenhamos uma falácia é preciso uma probabilidade enviasada, o viés nesse caso é ideológico, mas qual a probabilidade dessas pessoas estarem realmente preocupadas com o meio ambiente? Com o bem estar do ser humano? Ou do planeta, que seja? Enfim, são probabilidades baseadas em dados completamente enviasados, com viés direcionado (aos cofres das nações e ao bolso dos cidadãos). A ONU a FAO fazem discursos de que é preciso aumentar a produção de alimentos em não sei quantos milhões de toneladas todo ano, ao mesmo tempo em que apavoram a população distorcendo dados dizendo que o planeta vai acabar e com isso impondo regulamentações draconianas justamente para impedir o aumento da produção mundial de alimentos. Uma coisa é o discurso, outra a prática. Nós plantamos, nós colhemos, nós pagamos e... de onde vem o dinheiro dessa gente que só vive de inventar e espalhar falácias?