Soja deve trabalhar ao redor dos US$10,00/bushel em Chicago, mas sem força para grandes altas
Nesta quinta-feira (20), o dia foi negativo para a soja na Bolsa de Chicago, com quedas de 5 a 6 pontos nos principais vencimentos e fechando a US$9,75 para o contrato novembro, indicando uma pressão dos preços.
De acordo com Ginaldo Sousa, da Labhoro Corretora, "ontem e hoje foram dias diferentes. Existe naturalmente um trade range entre US$9,70 e US$9,70, um espaço trabalhado há alguns dias, mas não vejo um mercado com grande força para romper US$9,90 e também não vejo pressão de venda para o mercado cair", destaca, lembrando que o mercado já realizou as baixas a serem feitas dias atrás.
Um fator apontado por Sousa é de que amanhã haverá o recebimento das opções do contrato de soja para novembro, com fundos muito bem comprados, 30 mil contratos só de opções e cerca de 34 a 35 mil contratos de fundos normais. Neste momento, ele aponta que "os fundos estão numa guerra de braço com quem tem físico".
Por outro lado, uma oferta mundial grande, com uma safra americana muito maior do que o previsto e devendo ter seus números de produção e produtividade aumentados no próximo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), deve fazer com que os estoques americanos sejam superiores a 400 milhões de bushels, o que é relativamente alto se considerada a tradição do mercado. O corretor não aponta uma perspectiva baixista, mas diz que "não há motivos para o mercado subir e continuar próximo dos US$10 por bushel se não houver um problema climático na América do Sul".
Os meses de novembro e dezembro serão decisivos para começar a apontar os números do Brasil e da Argentina. A Argentina deve ter uma produção de 60 milhões de toneladas, enquanto o Brasil, de 102 a 104 milhões de toneladas, mas o clima deve ser observado para se obter uma definição maior do andamento dos cultivos.
O conselho do corretor para os produtores é que assegurem ao menos 30% da produção nos US$10 o bushel. "Se o mercado subir mais, eu venderia mais e seguraria o resto, faria uma média e ficaria mais a vontade e mais tranquilo. É preciso aproveitar as oportunidades", diz, lembrando também que não há espaço para um aumento do dólar devido ao momento político e econômico do Brasil.
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