Consequências do El Niño limitam reavivamento da produção de café na Colômbia
A recuperação do setor cafeeiro na Colômbia sofreu mais um revés, com a produção caindo, mais uma vez, no mês passado, e as exportações do grão em declínio também.
A produção de café arábica lavado no país caiu em setembro para 1,03 milhões de sacas de 60 kg, de acordo com a Federação dos Produtores de Café da Colômbia (Fedecafe).
Isso representa uma queda de 2% de um ano para o outro – é o quinto mês consecutivo de declínio, a mais longa série de baixa desde 2012.
As exportações também caíram 4% no mês passado, para 1,04 milhões de sacas, de acordo com a federação.
A Colômbia é o segundo maior produtor e exportador de café arábica do mundo, só perde para o Brasil.
'Ressacas do El Niño'
A queda na produção da Colômbia reflete um retrocesso contínuo por conta da seca no início do ano atribuída ao fenômeno climático El Niño, de acordo a analista do Global Coffee Monitor, Shweta Upadhyaya.
"A queda na produção pode ser atribuída ao El Niño, cujos efeitos estão sendo vistos na cultura neste momento", disse Upadhyaya.
O declínio na produção da Colômbia acontece em meio a um longo período de revitalização de lavouras no país, com árvores plantadas durante uma importante renovação na última década.
'Não é tão significativo'
Carlos Mera, analista do Rabobank, prevê que o recente revés na produção do país é temporário.
O declínio de 2% em setembro, um mês quando a produção é sazonalmente mais baixa, "não foi tão significativo", disse Mera ao site Agrimoney.com, acrescentando que melhores volumes à frente são previstos com os benefícios do programa de replantio.
Neste mês é provável acontecer um "pick-up" em volumes, que pode durar o resto de 2016.
Tradução: Jhonatas Simião
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