Quem vai querer Lula e Dilma em seu palanque no segundo turno? (em O GLOBO)
Trator passa por cima do PT
Por Guga Noblat, em O GLOBO
Até este momento, o PT não elegeu prefeito em nenhuma capital e está levando uma surra em toda grande São Paulo.
Das 17 capitais onde o PT teve candidato próprio, o partido alimentou esperança de passar para o segundo turno em Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e São Paulo. E de vencer direto no primeiro turno em Rio Branco, Acre.
Na capital mineira está sendo massacrado. Seu candidato Reginaldo Lopes não tem nem 8% dos votos com quase 80% das urnas apuradas.
Em Porto Alegre, ficou em terceiro lugar. No Recife, uma das raras cidades onde Lula foi pedir voto para o PT, o atual prefeito Geraldo Júlio (PSB) está com 49% dos votos contra pouco mais de 23% de João Paulo (PT).
O Datafolha projetou a vitória de Dória (PSDB) em São Paulo com 53% dos votos válidos. Seria a primeira vez desde 1992 que o PT, ali, não disputaria o segundo turno.
Por ora, o PT vai sendo derrotado em todas as grandes cidades de São Paulo. Em São Bernardo do Campo, berço político de Lula, Tarcisio Secoli (PT) está em terceiro lugar, e ficando cada vez mais para trás.
O partido deverá eleger prefeito seu candidato em Rio Branco, onde a apuração se arrasta.
Em Garanhuns, Pernambuco, terra de Lula, reelegeu-se o atual prefeito do PTB. Em Caetés, antigo distrito de Garanhuns, onde Lula nasceu, foi reeleito o atual prefeito também do PTB.
Lula disse, na manhã de hoje, que a história de um partido não se faz só de vitórias, mas também de derrotas. Não imaginava colher, porém, derrota tão acachapante.
Quem vai querer Lula e Dilma em seu palanque no segundo turno?
Lula apoiou pesado Fernando Haddad. Lula fez comício para Marcio Pochmann, em Campinas. Haddad, não chegou ao segundo turno. Pochmann ficou em terceiro lugar.
Dilma foi às ruas para eleger Raul Pont, em Porto Alegre. Fez comício para Jandira Feghali no Rio de Janeiro. Derrotas indiscutíveis.
Quem no segundo turno irá pedir o apoio dos dois? Façam suas apostas....
No início, Alckmin avaliava que Marta e Russomano disputariam segundo turno (por JOSIAS DE SOUZA, UOL)
Nem Geraldo Alckmin apostava que o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Doria, teria o desempenho fulgurante que as pesquisas prenunciam. Na largada da campanha, o governador tucano avaliava que a eleição na capital paulista seria definida num segundo turno entre Celso Russomano e Marta Suplicy. Cogitou lançar Alexandre Moraes, hoje ministro da Justiça de Michel Temer. Só apadrinhou Doria para bloquear os planos de José Serra, um de seus rivais na disputa pela vaga de presidenciável do PSDB em 2018.
Sem Doria, o candidato tucano seria Andrea Matarazzo, amigo de Serra. E os aliados de Alckmin o convenceram de que não seria uma boa ideia oferecer a Serra a chance de acoplar às suas pretensões eleitorais a máquina da maior prefeitura do país. Se Matarazzo realizasse o sonho de se tornar prefeito, seu triunfo seria uma vitória de Serra. Se protagonizasse um fiasco, sua derrota seria associada a Alckmin.
Fugindo ao seu estilo, sempre acomodatício, Alckmin achou melhor acionar os cotovelos para ajudar Doria a prevalecer sobre Matarazzo nas prévias tucanas. Empregou tanta força que empurrou Matarazzo para o PSD de Gilberto Kassab. Também amigo de Serra, Kassab cuidou de persuadi-lo a fazer de Matarazzo o vice de Marta Suplicy, cuja passagem pela prefeitura ele chamava de “nefasta”.
No final de agosto, Doria amealhava 5% no Datafolha. Chegou à véspera da eleição com 38% —ou 44% se computados apenas os votos válidos. A despeito das dúvidas do governador e do nariz torcido da cúpula do tucanato, as legendas que apostam no projeto Alckmin-2018 providenciaram o tempo de propaganda televisiva de que Doria necessitava para fazer seu proselitismo. Na origem, tomaram parte dessa articulação o PSB do vice-governador Márcio França, o DEM, o PPS e o PV.
Alckmin não chega a ser um portento em termos de popularidade. Pesquisas internas indicam que seu governo é aprovado por algo como 28% dos eleitores da capital paulista. Mas seus aliados sustentavam, desde o início da campanha, que o governador não precisaria nem transferir todo o seu prestígio para carregar Doria até o segundo turno.
Estimava-se, então, que algo como 19% seria o bastante para levar o candidato ao round final. E apostava-se que Doria superaria esse patamar. Numa entrevista àFolha, veiculada em 13 de agosto, o vice-governador Márcio França fizera uma aposta. O repórter perguntou: Dória vai crescer com a TV? E ele: “Nenhuma dúvida. O Alckmin é um conceito político. […] Parte de 25%.”
Um detalhe monetário ajudou a soldar uma coligação partidária ao redor de Doria: milionário, o candidato revelou-se, por assim dizer, autofinanciável. Um diferencial portentoso numa eleição em que as doações eleitorais privadas estão proibidas.
Com televisão e dinheiro, Doria usou sua intimidade com as câmeras para construir uma fábula. Colocou em pé o enredo do antipolítico que se dispõe a fazer para os paulistanos o favor de introduzir na prefeitura a eficiência de uma gestão à moda empresarial. Os adversários de Doria, também capazes de tudo, revelaram-se incapazes de todo.
Sem uma contestação à altura, o discurso de Doria encantou um pedaço do eleitorado de São Paulo. É mais uma evidência de que, com uma boa dose de marketing, o eleitor brasileiro acredita até em ovo sem casca.
Dilma fura fila do INSS para obter aposentadoria
Menos de 24 horas depois de ter assinado, em 31 de agosto, a notificação do Senado avisando que seu impedimento fora aprovado, Dilma Rousseff já estava aposentada pelo INSS. Com a velocidade de um raio, ela obteve a remuneração mensal de R$ 5.189,82, o teto da Previdência. O tempo médio de espera para que um brasileiro comum consiga marcar uma data para requerer a aposentadoria é de 74 dias. Em Brasília, onde pedido de Dilma foi deferido, o suplício chega a 115 dias.
Dilma não precisou nem colocar os pés do lado de fora do Alvorada. Em notíciaveiculada no site de Época, o repórter Bruno Boghossian conta que madame furou todas as filas servindo-se dos préstimos do petista Carlos Gabas, seu ex-ministro da Previdência. Na pele de pistolão da ex-chefe, Gabas entrou pelos fundos de uma agência da Previdência na quadra 502 da Asa Sul de Brasília. Estava acompanhado de uma mulher munida de procuração de Dilma.
A dupla se dirigiu a uma área restrita a servidores da repartição. Atendeu-os o chefe da agência, Iracemo da Costa Coelho. Encerrado o encontro, Dilma já estava formalmente aposentada. Não há nos computadores do INSS nenhum vestígio de que a presidente deposta ou seus prepostos tenham solicitado o agendamento que se exige dos cidadãos comuns.
Ouvidos, Dilma e Gabas afirmam que não houve privilégio ou tratamento diferenciado. Nessa versão, o atendimento ocorreu longe do balcão, numa sala de frequencia restritra a servidores por decisão do chefe da agência do INSS. Alegou-se, de resto, que o agendamento fora solicitado “meses” antes. Algo que o sistema informatizado da Previdência contesta.
Noutro procedimento fora dos padrões, o INSS realizou entre 8h42 e 18h43 do dia 10 de dezembro de 2015 notáveis 16 alterações na ficha laboral de Dilma. Tudo homologado por uma única servidora: Fernanda Cristina Doerl dos Santos, da Diretoria de Atendimento do INSS. Oito dias antes, o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciara sua decisão de aceitar o pedido de impedimento de Dilma.
Valor bloqueado de Palocci já chega a R$ 61 mi
Subiu para R$ 61,7 milhões a cifra bloqueada em contas bancárias atribuídas a Antonio Palocci. Nesta sexta-feira, o Banco Central informou à Justiça que foram retidos R$ 31 milhões detectados em aplicações financeiras no Bradesco, em nome de Projeto Consultoria Empresarial e Financeira Ltda, a firma de Palocci. A esse valor somam-se dois bloqueios efetivados há três dias —um de R$ 30 milhões, em conta da mesma empresa; outro de R$ 814 mil, numa conta pessoal de Palocci.
Os valores impressionam. Mas o advogado de Palocci, José Roberto Batochio, sustenta que são compatíveis com a atividade da empresa do ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff. Segundo Batocchio, Palocci dá consultoria para bancos e grandes companhias. A força-tarefa da Lava Jato suspeita que o dinheiro tem origem em outra atividade: corrupção. Palocci é acusado de intermediar propinas da Odebrecht para o PT. Coisa de R$ 128 milhões.
O juiz da Lava Jato converteu a prisão temporária de Palocci, que venceria nesta sexta-feira, em prisão preventiva, sem prazo de duração. Palocci está preso desde segunda-feira.
Nem Geraldo Alckmin apostava que o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Doria, teria o desempenho fulgurante que as pesquisas prenunciam. Na largada da campanha, o governador tucano avaliava que a eleição na capital paulista seria definida num segundo turno entre Celso Russomano e Marta Suplicy. Cogitou lançar Alexandre Moraes, hoje ministro da Justiça de Michel Temer. Só apadrinhou Doria para bloquear os planos de José Serra, um de seus rivais na disputa pela vaga de presidenciável do PSDB em 2018.
Sem Doria, o candidato tucano seria Andrea Matarazzo, amigo de Serra. E os aliados de Alckmin o convenceram de que não seria uma boa ideia oferecer a Serra a chance de acoplar às suas pretensões eleitorais a máquina da maior prefeitura do país. Se Matarazzo realizasse o sonho de se tornar prefeito, seu triunfo seria uma vitória de Serra. Se protagonizasse um fiasco, sua derrota seria associada a Alckmin.
Fugindo ao seu estilo, sempre acomodatício, Alckmin achou melhor acionar os cotovelos para ajudar Doria a prevalecer sobre Matarazzo nas prévias tucanas. Empregou tanta força que empurrou Matarazzo para o PSD de Gilberto Kassab. Também amigo de Serra, Kassab cuidou de persuadi-lo a fazer de Matarazzo o vice de Marta Suplicy, cuja passagem pela prefeitura ele chamava de “nefasta”.
No final de agosto, Doria amealhava 5% no Datafolha. Chegou à véspera da eleição com 38% —ou 44% se computados apenas os votos válidos. A despeito das dúvidas do governador e do nariz torcido da cúpula do tucanato, as legendas que apostam no projeto Alckmin-2018 providenciaram o tempo de propaganda televisiva de que Doria necessitava para fazer seu proselitismo. Na origem, tomaram parte dessa articulação o PSB do vice-governador Márcio França, o DEM, o PPS e o PV.
Alckmin não chega a ser um portento em termos de popularidade. Pesquisas internas indicam que seu governo é aprovado por algo como 28% dos eleitores da capital paulista. Mas seus aliados sustentavam, desde o início da campanha, que o governador não precisaria nem transferir todo o seu prestígio para carregar Doria até o segundo turno.
Estimava-se, então, que algo como 19% seria o bastante para levar o candidato ao round final. E apostava-se que Doria superaria esse patamar. Numa entrevista àFolha, veiculada em 13 de agosto, o vice-governador Márcio França fizera uma aposta. O repórter perguntou: Dória vai crescer com a TV? E ele: “Nenhuma dúvida. O Alckmin é um conceito político. […] Parte de 25%.”
Um detalhe monetário ajudou a soldar uma coligação partidária ao redor de Doria: milionário, o candidato revelou-se, por assim dizer, autofinanciável. Um diferencial portentoso numa eleição em que as doações eleitorais privadas estão proibidas.
Com televisão e dinheiro, Doria usou sua intimidade com as câmeras para construir uma fábula. Colocou em pé o enredo do antipolítico que se dispõe a fazer para os paulistanos o favor de introduzir na prefeitura a eficiência de uma gestão à moda empresarial. Os adversários de Doria, também capazes de tudo, revelaram-se incapazes de todo.
Sem uma contestação à altura, o discurso de Doria encantou um pedaço do eleitorado de São Paulo. É mais uma evidência de que, com uma boa dose de marketing, o eleitor brasileiro acredita até em ovo sem casca.
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