Soja: À espera dos números dos estoques trimestrais, mercado tem manhã de estabilidade em Chicago
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta sexta-feira (30) próximos da estabilidade. Por volta das 8h09 (horário de Brasília), apenas os vencimentos novembro/16 e o maio/17 exibiam ligeira movimentação. O primeiro tinha alta de 0,25 pontos, cotado a US$ 9,50 por bushel e o segundo operava a US$ 9,66 por bushel, com queda de 3,25 pontos.
De acordo com informações das agências internacionais, os participantes do mercado aguardam os números dos estoques trimestrais que será reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ainda hoje. No caso da oleaginosa, a perspectiva é que os números fiquem entre 4,3 milhões e 6,97 milhões de toneladas.
A média das expectativas está próxima de 5,5 milhões de toneladas do grão. Em 1º de setembro de 2015, os estoques trimestrais norte-americanos foram reportados em 5,2 milhões de toneladas.
Além disso, os investidores ainda observam o andamento da colheita das lavouras norte-americanas. Depois das chuvas recentes, o clima voltou a ficar mais seco no Meio-Oeste dos EUA. Com isso, o sentimento é que os produtores avançaram com os trabalhos nos campos, cenário que só será confirmado na próxima segunda-feira com a atualização dos números do USDA.
Confira como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja: Apesar da alta do dólar nesta 5ª, preços no BR têm avanço limitado e negócios mantêm ritmo lento
Por Carla Mendes
O dólar se recuperou frente ao real nesta quinta-feira (29) - subindo mais de 1% - e,ao lado das altas registradas no fechamento do pregão na Bolsa de Chicago - contribuiu para a formação dos preços da soja nos portos brasileiros. Ainda assim, porém, o avanço não foi muito expressivo ou tão pouco generalizado. No terminal de Paranaguá, o produto disponível subiu 1,28% para R$ 79,00 por saca, enquanto em Rio Grande foi a R$ 77,00, com alta de 0,65%. Em ambos, os preços da oleaginosa da nova safra também subiram, com ganhos de 2,63% no paranaense e de 1,30% no gaúcho para R$ 78,00.
As referências, apesar de ligeiramente mais altas, ainda se mostram pouco atrativas para incentivar os produtores brasileiros a efetivarem novos negócios e, segundo analistas e consultores de mercado, essa é uma postura acertada para o momento, uma vez que a entrada da nova safra dos Estados Unidos pesa sobre o mercado internacional, tal qual o avanço do plantio da temporada 2016/17 no Brasil.
O ritmo da comercialização no país, portanto, se mantém lento. Há poucas operações com os lotes que ainda restam da safra velha e mesmo com a safra nova, uma vez que muitas regiões - as quais já fizeram algumas boas vendas antecipadas em momentos mais oportunos de preços - sofrem ainda com as incertezas climáticas e, consequentemente, com as dúvidas sobre o que ainda e possível comprometer da temporada 2016/17.
Os vendedores, portanto, estão "sumidos", ainda segundo explicam analistas, mesmo com os compradores ainda ativos e observando o produto nacional. A demanda, afinal, segue muito forte, apesar da maior parte dela estar voltada agora para a nova soja dos EUA. Os americanos venderam, nos últimos quatro dias úteis (incluindo esta quinta-feira) mais de 800 mil toneladas da oleaginosa em grão.
A demanda interna também segue ativa, porém, também mais retraída no presente cenário. As indústrias parecem bem abastecidas de matéria-prima neste momento e, dos granjeiros, o volume necessário para a oferta de ração para os animais parece ligeiramente menor neste momento, dado os elevados custos de produção e de um consumo de carnes que ainda patina. No setor do óleo de soja, a situação é semelhante, com uma certa manutenção nas referências de preços e movimentação dos compradores e vendedores.
"O mercado de entressafra tem negócios pontuais e de pequenos volumes para atender a demanda interna. Não há quase nada de fechamentos na exportação, que vem perdendo o ritmo, com um movimento típico deste período do ano", explica Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Além desses fatores, a volatilidade do câmbio - apesar da boa alta desta quinta-feira - também acaba sendo um entrave, ainda como explica Brandalizze, já que não permite uma recuperação consistente dos preços não somente nos portos, mas também no interior do Brasil e, por vezes, se mostra, mesmo em dias de ganho sobre a moeda brasileira, insuficiente.
Nesta quinta, as cotações voltaram a recuar nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, no Paraná, perto de 0,75% para os R$ 66,00 por saca, enquanto no Oeste da Bahia, houve queda de 1,51% para R$ 65,33 e em Jataí/GO, perdeu 1,14% para R$ 65,00. No interior, a exceção foi Sorriso, em Mato Grosso, com alta de 1,43% para alcançar os R$ 71,00 por saca. As demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas fecharam o dia com estabilidade.
Bolsa de Chicago
Em Chicago, os futuros da oleaginosa terminaram a sessão com altas de pouco mais de 4 pontos entre os principais vencimentos e o contrato novembro/16 cotado nos US$ 9,50 por bushel, patamar que parece estar se confirmando como a espécie de um ponto de equilíbrio para o mercado.
As cotações da soja, nesta quinta-feira, tiveram importante suporte das notícias da demanda, as quais indicaram as vendas semanais norte-americanas para exportação, de acordo com números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), acima das expectativas do mercado - com mais de 1,6 milhão de toneladas - e um novo anúncio de vendas para a China.
Entretanto, o bom avanço que a colheita vem registrando essa semana, além de bons reportes de produtividade nos EUA limitaram esse avanço dos futuros na CBOT, trazendo de volta a força do peso da entrada da nova safra americana no mercado.
"Os fundamentos para os grãos seguem baixistas com as colheitas de soja e milho se desenvolvendo na maior parte do Meio-Oeste, o clima mais seco esperado para os próximos dias e os amplos estoques de trigo", explica Bob Burgdorfer, analista de mercado do site americano Farm Futures.
Ao mesmo tempo, o mercado se mostra ainda em compasso de espera antes da chegada, nesta sexta-feira (30), do relatório de estoques trimestrais dos EUA pelo USDA. "Esse é o relatório de estoques mais importante do ano", acredita Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. Os números referem-se à posição dos estoques em 1º de setembro e já contam com as tradicionais expectativas do mercado.
Para a soja, os traders esperam algo entre 4,3 milhões e 6,97 milhões de toneladas, com a média das expectativas em 5,5 milhões. Em 1º de setembro de 2015, os estoques trimestrais norte-americanos foram reportados em 5,2 milhões de toneladas.
Dólar
Nesta quinta, o dólar fechou a sessão com alta de 1,05% e cotado a R$ 3,2555. O mercado interno viu a aversão ao risco aumentar após a notícia de que os EUA multaram o Deustche Bank, o maior banco alemão, em US$ 14 bilhões. A divisa encontrou terreno para o avanço ainda em dados positivos da economia americana e em alguns entraves no quadro doméstico.
"O movimento no dólar foi instantâneo, houve claramente flight to quality, com saída de recursos dos emergentes. O dinheiro foi principalmente para o T-bond de 10 anos", comentou, em referência as títulos do Tesouro dos Estados Unidos de 10 anos", disse o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer à agência de notícias Reuters.
0 comentário
Após semana de intensa volatilidade e mínimas em anos, soja fecha 6ª com mais de 1% de alta em Chicago
Itaú BBA vê exportações recordes de soja do Brasil em 2025 e fretes em alta
Farelo de soja sobe quase 3% em Chicago e dá força à recuperação dos preços do grão nesta 6ª
Hedgepoint atualiza complexo de soja e óleo de palma
Após atraso no plantio, chuvas chegaram para contribuir com o desenvolvimento da soja em Boa Esperança do Sul (SP)
Soja sobe na Bolsa de Chicago nesta 6ª e continua movimento de ajuste após últimas baixas