Frango Vivo: Cotações registram terceira semana consecutiva de estabilidade; Exportações ganham ritmo
O mercado de frango vivo encerra mais uma semana com cotações estáveis nas principais praças de comercialização. Nesta sexta-feira (23), a referência de negócios em Minas Gerais continuou em R$ 3,30/kg e em São Paulo a R$ 3,10/kg. Devido ao período do mês, as cotações não têm registrados mudanças.
Segundo o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, esta é a terceira semana consecutiva de preços firmes. O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, explica que a pouca movimentação é natural para o período. “Esse desempenho esteve de acordo com a realidade da segunda quinzena, que é de demanda fraca”, afirma.
Por outro lado, o mercado que vem com a necessidade de reajustes devido aos custos de produção pode ter algum alívio com o recuo dos preços do milho. Iglesias explica que os gastos em São Paulo recuaram para R$ 2,75/kg com o avanço da colheita do cereal. “O preço do milho retrocedeu nos últimos dias, mas comparado a anos anteriores, segue muito elevado”, salienta.
O último levantamento realizado pela Embrapa Suínos e Aves já demonstrava esse cenário, com o recuo do ICPFrango/Embrapa em agosto. O índice teve redução de 2,65% em relação a julho, atingindo 219,28 pontos. Por outro lado, nos últimos 12 meses houve a alta de 21,70% e no acumulado do ano, 9,84%. No fator nutrição, apenas em agosto houve redução de 2,84%.
A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) projeta que as dificuldades com os custos de produção devem reduzir a oferta de animais no segundo semestre, reduzindo a demanda por milho em 1 milhão de toneladas. Cenário que também deve trazer suporte às cotações no mercado interno.
“A perspectiva positiva sobre o abastecimento de milho também é influenciada pela oferta do cereal nos silos paraguaios e argentinos, além do bom desempenho da Primeira Safra, especialmente nos estados do Sul, que concentram 70% da produção de carne de frango e 80% da produção de carne suína. Para os dois setores, entretanto, é indispensável que seja viabilizada a importação de milho dos Estados Unidos para o Brasil. Com isto, a escassez que enfrentamos no primeiro semestre não deverá se repetir”, afirma o presidente da ABPA, Francisco Turra.
Além disto, diante dos atuais patamares de preços, a carne de frango tem perdido competitividade para a bovina, segundo aponta a Scot Consultoria. De maio até agosto houve valorização de 25,5% para a carcaça. Com isso, com o valor de um quilo de carcaça bovina era possível adquirir 2,8 quilos de frango, uma queda de 23,0%.
“O ajuste produtivo ocorrido para o frango e suíno não deve se desfazer em curto prazo, já que a pressão de custos deve permanecer sobre estas cadeias. Assim, do lado da oferta ainda deveremos ter um mercado enxuto”, explica a consultoria.
Cenário externo
Nesta semana, o setor comemorou a abertura de mercado para a Malásia, que deve receber embarques de carne suína, de frango e bovina do Brasil. O boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) explica que a decisão é importante para escoar a produção interna e dar suporte aos preços no curto prazo.
No Brasil, as exportações de carne de frango in natura têm seguido em bom ritmo. Segundo dados divulgados nesta segunda feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foram exportados até a terceira semana do mês 197,3 mil toneladas, com média diária de 17,9 mil toneladas.
Se comparar os embarques por dia de agosto, há um acréscimo de 25,4%, enquanto que em relação ao mesmo período de 2015 houve aumento de 13,1%. Em receita, as exportações somam US$ 323,9 milhões, com valor por tonelada em US$ 1.641,1.
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