Milho: À espera do boletim do USDA, mercado exibe ligeira movimentação nesta 2ª feira em Chicago
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta segunda-feira (12) do lado negativo da tabela, próximos da estabilidade. Por volta das 7h42 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam ligeiras perdas entre 0,50 e 0,75 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,29 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,40 por bushel.
Os investidores se mantêm cautelosos e aguardam o reporte do boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A perspectiva é que o órgão revise para baixo a projeção para a safra americana desta temporada, fator que desde a semana anterior tem dado suporte aos preços da commodity. Em agosto, a produção de milho do país foi estimada em torno de 384 milhões de toneladas.
Também há muitas especulações a respeito da produtividade média das lavouras nesta safra. No relatório passado, o departamento estimou o rendimento médio em 185,32 sacas do grão por hectare. "É consenso no mercado de que o USDA deve rebaixar a produtividade para 183,52 sacas de milho por hectare", informou o site internacional Agrimoney.com.
"Os fatores climáticos também continuam no radar dos investidores, já que a umidade no Meio-Oeste dos EUA pode retardar as colheitadeiras e ameaçar as condições das culturas", reportou o Agrimoney.com. Nos próximos dias, as previsões climáticas já indicam um período mais seco. "Clima mais seco nas partes central e ocidental do Meio-Oeste e do Delta iria aliviar a umidade e melhorar a secagem do milho", completa o site.
Ainda hoje, o departamento americano ainda divulga o relatório de embarques semanais, importante indicador de demanda e de acompanhamento de safras. Na semana anterior, o USDA informou que 74% das lavouras apresentavam boas ou excelentes condições, 19% estavam em condições regulares e 7% em condições ruins ou muito ruins.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Milho: Com perspectiva de redução na safra dos EUA, mercado sobe até 4,27% na semana em Chicago
Novamente, o saldo da semana foi positivo aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as principais posições cereal acumularam valorizações entre 3,81% até 4,27%. Nesta sexta-feira (9), as cotações da commodity também subiram e exibiram ganhos entre 2,50 e 3,00 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,30 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,41 por bushel.
"Os preços do milho encerraram a semana em alta em meio às previsões de que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) corte sua estimativa para a safra do cereal em seu próximo boletim de oferta e demanda, que será divulgado na próxima segunda-feira (12)", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal Farm Futures.
Durante essa semana, as agências internacionais reportaram suas estimativas para o boletim da próxima semana. Segundo apostas da Farm Futures, os produtores americanos poderão colher uma safra próxima de 377,44 milhões de toneladas nesta temporada. Já a pesquisada realizada pela agência Reuters, aponta uma produção em cerca de 381,71 milhões de toneladas. Em agosto, o USDA estimou a safra americana em pouco mais de 384 milhões de toneladas.
Em relação aos estoques finais, as estimativas indicam números entre 57,41 milhões e 59,16 milhões de toneladas. No último mês, o departamento indicou os estoques finais de milho em 61,19 milhões de toneladas.
Ainda hoje, os números das vendas para exportação, indicados pelo USDA, também contribuíram para dar sustentação aos preços do cereal, conforme ponderam os analistas. Na semana encerrada no dia 1 de setembro, as vendas de milho somaram 1.123,8 milhão de toneladas. Do total, em torno de 1.093,3 são referentes à temporada 2016/17 e o restante, de 30,5 mil toneladas, do ciclo 2017/18.
Mais uma vez, o número ficou acima das apostas dos participantes do mercado, que estavam entre 700 mil a 800 mil toneladas do cereal. Na última semana, as vendas totalizaram 861,6 mil toneladas de milho, sendo 214,1 mil toneladas do ano comercial 2015/16 e mais 647,5 mil do atual.
Além da demanda, os relatos trazidos dos campos americanos diante do início da colheita também continuam no radar os participantes do mercado. Em Illinois, importante estado produtor do grão no país, a colheita já está completa em 1% da área semeada nesta temporada.
"Paralelamente, ambos, soja e milho, estão recebendo algum apoio das chuvas indesejáveis em algumas localidades do Meio-Oeste. Situação que poderá atrasar a chegada da nova safra e causar alguma tensão no mercado", informou o site Agrimoney.com.
"Tempestades se moveram ao longo de toda essa semana no Corn Belt e ainda há indicativos de chuvas mais fortes em Kansas, Missouri Nebraska e Iowa. As preocupações são decorrentes do real impacto da condição climática no milho maduro e na soja. Tempo mais seco deve chegar no domingo", explica Bob Burgdorfer.
Mercado financeiro
"Hoje, os mercados não foram favoráveis. As esperanças de um acordo de controle da oferta entre os exportadores mundiais de petróleo parece estar suavemente desaparecendo", informou o Agrimoney.com
Ainda nesta sexta-feira, as atenções também estiveram voltadas para a Coreia do Norte, que realizou um teste nuclear. "Por outro lado, o comentário de um oficial do Federal Reserve, banco central americano, que sugeria uma elevação na taxa de juros adicionou mais pressão para as ações", destacou o site Farm Futures.
Mercado brasileiro
No mercado brasileiro, a semana foi de ligeira movimentação aos preços do cereal. Em Itapeva (SP), a saca caiu 7,35% e encerrou a semana a R$ 34,39 a saca. Já na região de Sorriso (MT), o recuo ficou em 5,26%, com a saca a R$ 27,00. Em Jataí (GO), a queda foi de 2,70% com a saca a R$ 36,00. E no Oeste da Bahia, as cotações caíram 2,06%, com a saca do milho a R$ 47,50. No Porto de Paranaguá, a alta foi de 9,38%, com a saca a R$ 35,00.
A semana foi de lentidão aos negócios no mercado brasileiro diante do feriado na última segunda-feira nos EUA, em comemoração ao Dia do Trabalho. E, depois do feriado do dia 7 de setembro no país, em comemoração ao Dia da Independência, o que afastou os compradores e vendedores do mercado, conforme reforçam os especialistas.
Ainda essa semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revisou novamente para baixo a projeção para a safrinha de milho 2016. Em agosto, o número ficou em 42,59 milhões de toneladas, já para setembro, o órgão estimou a segunda safra em 41,12 milhões de toneladas. Com isso, a produção total deverá ficar próxima de 66,97 milhões de toneladas, uma queda de 20% em relação ao ano anterior, quando foram colhidas 84,67 milhões de toneladas.
Além disso, a entidade realiza na próxima semana, dia 15 de setembro, novo leilão dos estoques públicos. Ao todo, serão ofertadas 50 mil toneladas de milho.
Dólar
A moeda norte-americana fechou a sexta-feira a R$ 3,2800 na venda, com alta de 2,17%. O ganho é o maior desde 3 de maio, quando o câmbio subiu 2,33%, de acordo com dados da Reuters. Na semana, o dólar acumulou valorização de 0,82%.
A movimentação positiva foi decorrente da aversão ao risco no exterior e indicações de que o Federal Reserve possa elevar a taxa de juros no país.
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