Condição das lavouras de café piora após colheita e já compromete produção das próximas safras
As adversidades climáticas ao longo deste ano causaram uma derriça de folhas acima do normal nas lavouras de café do Brasil, que deverá ter como consequência um comprometimento da produção nas próximas safras.
A afirmação é do presidente do Sincal (Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite), Armando Matielli, que vem acompanhando cafezais em todo o país.
Atualmente o país cultiva 2,2 milhões de hectares de café, com produtividade média de 22 scs/ha e potencial produtivo de 55 milhões de sacas. Porém, como lembra Matielli à produção vem declinando nos últimos anos em consequência dos problemas climáticos e a debilidade dos cafezais.
Segundo ele, a prática constante do esqueletamento [que ganhou força nos últimos anos] também traz consequências ao potencial produtivo dos pés de café. "A cada vez que cortamos a parte aérea da planta, também se prejudica o sistema radicular", explica.
Para a safra 2017/18 - onde são esperadas as maiores consequências dos problemas climáticos das últimas temporadas - Matielli diz acreditar que o Brasil não chegará à produzir nem 40 milhões de sacas, ficando a baixo da necessidade total de exportação e consumo interno.
Além disso, a falta de "renovação constante do parque cafeeiro do Brasil, dada a situação econômica dos cafeicultores" também limita o potencial produtivo do país.
A baixa remuneração da produção, consequência da queda no valor comercializada nas bolsas internacionais, impossibilita que os produtores façam grandes investimentos nas fazendas. Para o engenheiro agrônomo as cotações deveriam estar próximas de US$ 2,30 cents/lb para trazer bons resultados aos cafeicultores.
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