Boletim Focus: Top 5 passa a ver que Selic não será mais reduzida neste ano, com inflação maior
SÃO PAULO (Reuters) - Os economistas que mais acertam as previsões na pesquisa Focus do Banco Central passaram a ver que a autoridade monetária não vai mais cortar a taxa básica de juros neste ano, ao mesmo tempo em que passaram a ver mais inflação em 2016, mostrou o levantamento semanal divulgado nesta segunda-feira.
Segundo o Focus, a mediana de médio prazo do Top 5 mostrou que a Selic vai encerrar este ano a 14,25 por cento, mesmo patamar que está há mais de um ano. Até então, esse grupo acreditava que a taxa fecharia 2016 a 13,75 por cento. Para 2017, foram mantidas as estimativas de a Selic chegará a 11,25 por cento.
O Top 5 também passou a ver mais inflação neste ano, com alta do IPCA a 7,51 por cento, sobre 7,41 por cento no Focus anterior, estourando a meta do período --de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. Para 2017, manteve a conta de alta de 5,25 por cento.
Os preços de alimentos continuaram pressionando a inflação. Em julho, o IPCA subiu 0,52 por cento, acima do esperado em pesquisa Reuters, e acumulando alta de 8,74 por cento em 12 meses.
A pesquisa Focus mostrou ainda que, na mediana geral dos economistas consultados, a projeção para a Selic tanto em 2016 quanto em 2017 não mudaram, a 13,75 e 11 por cento, respectivamente.
Sobre a alta do IPCA, as estimativas para o IPCA em 2017 recuou para 5,12 por cento, sobre 5,14 por cento na semana anterior. A meta de inflação para o próximo ano é de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual
Para 2016, a estimativa do mercado para a alta do IPCA foi mantida pela segunda semana seguida em 7,31 por cento.
A inflação persistentemente elevada tem levado o BC a reiterar que não há espaço para corte na taxa básica de juros no curto prazo.
A expectativa dos economistas no Focus para a retração do Produto Interno Bruto (PIB) este ano permaneceu em 3,20 por cento. Para 2017, a projeção melhorou, com expansão de 1,20 por cento, sobre 1,10 por cento na semana passada.
(Por Flavia Bohone)
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