Após oito meses, CPI da Funai e Incra é encerrada sem relatório final
BRASÍLIA - Depois de oito meses de funcionamento, a CPI que investiga atos da Funai e do Incra nas gestões do PT encerrou seus trabalhos à meia-noite dessa quarta para quinta-feira. E acabou sem votar seu relatório final. Os parlamentares da bancada ruralista, que dominam e são maioria na CPI, pressionam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a prorrogação dos trabalhos. O assunto virou uma encruzilhada para Maia, que prometeu a lideranças indígenas, e parlamentares ligados ao PT, que não iria estender o prazo numa decisão pessoal. Ele tem poderes para isso, mas não o fez, e desagradou os ruralistas.
A CPI começou a funcionar em novembro de 2015 e foi prorrogada por três vezes. Duas das prorrogações foram feitas em decisões monocráticas do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O desfecho da CPI virou um imbróglio, depois do afastamento de Cunha. Seus sucessores interinos, Fernando Giacobo (PR-PR) e Waldir Maranhão (PP-MA) deram despachos monocráticos conflitantes. O primeiro prorrogou por 60 dias, Maranhão reviu o despacho, reduzindo o prazo para 30 dias. Rodrigo Maia foi eleito e concordou em manter, em despacho sem consulta ao plenário, os 60 dias de prazo, que se encerraram ontem, dia 17 de agosto. Maia avisou, no entanto, que seria a última vez que usaria desse expediente. Submeteria as decisões ao plenário.
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