Soja realiza lucros nesta manhã de 3ª feira com foco ainda sobre clima e demanda nos EUA
Depois de terminar a sessão anterior com ganhos de mais de 10 pontos entre os principais vencimentos, as cotações da soja realizam lucros nesta manhã de terça-feira (9) na Bolsa de Chicago. Os futuros da olaginosa cediam, por volta de 7h30 (horário de Brasília), entre 5,25 e 6,25 pontos, levando o o setembro/16 a perder novamente o patamar dos US$ 10,00 por bushel e o novembro/16, que é referência para a nova safra americana, a ser cotado a US$ 9,78.
Além disso, o mercado sente ainda a pressão do novo boletim semanal de acompanhamento de safras divulgado no final da tarde de ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que manteve o índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições inalterado nos 72% até o domingo (7).
Como explicam analistas internacionais, este ainda é um reflexo do bom desenvolvimento da nova temporada americana e, consequentemente, ainda um fator de pressão sobre os preços. No entanto, lembram ainda que esse será um elemento a disputar espaço e atenção dos traders ao lado da demanda forte pela commodity americana.
"O otimismo do mercado sofre a força das exportações dos EUA foi renovado com o anúncio de uma outra venda para a China nesta segunda-feira (de 246 mil toneladas), disse o diretor de estratégia agrícola do Commonwealth Bank da Austrália, Tobin Gorey.
Entretanto, a briga entre esses dois fatores poderia perder força, ainda segundo explicam analistas, para as especulações crescentes em torno do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz nesta sexta-feira, 12 de agosto. O número mais aguardado é o de produtividade e muitas consultorias internacionais já esperam por uma revisão positiva nas estimativas do departamento.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja: Mercado retoma movimento positivo e fecha o dia com altas de dois dígitos em Chicago nesta 2ª
A sessão desta segunda-feira (8) para a soja na Bolsa de Chicago foi de forte volatilidade, mas, no final dos negócios, os preços da soja encerraram o dia em campo positivo e com boas altas entre as posições mais negociadas. Os ganhos variaram entre 9,75 e 14,25 pontos, levando o agosto/16 a US$ 10,18 e o setembro/16 US$ 10,01 por bushel. Já o novembro/16, que é referência para a nova safra americana, foi a US$ 9,84.
Analistas internacionais atribuíram o avanço das cotações neste início de semana aos bons números de demanda que foram reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), além das especulações para o novo reporte mensal de oferta e demanda que a instuitição divulga no dia 12 de agosto.
O departamento norte-americano anunciou, nesta segunda, uma nova venda de soja em grão de 246 mil toneladas para a China e a informação foi bem recebida pelos traders, já que parece indicar a continuidade de um movimento forte de compras desencadeado na última semana, o qual resultou em uma venda de mais de 2 milhões de toneladas de soja americana não só para a nação asiática, como para mais destinos. Os chineses vêm comprando há oito dias úteis consecutivos.
"A soja está em alta, com um bom incentivo das exportações fortes dos últimos dias", diz Bryce Knorr, analista de mercado do portal internacional da Farm Futures.
O mercado internacional recebeu, também nesta segunda-feira, os números dos embarques semanais norte-americanos, os quais subiram em relação às semanas anteriores, vieram com bom volume, mas ficaram somente dentro das expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 4 de agosto, os embarques norte-americanos de soja somaram 972,001 mil toneladas, maior do que as 672,280 mil da semana anterior, e em linha com as projeções dos traders, que variavam de 790 mil a 980 mil toneladas. No acumulado da temporada, os EUA já embarcaram 47.611,583 milhões de toneladas, ainda ligeiramente abaixo do mesmo período da safra 2014/15, com volume de 49.020,970 milhões.
Ao mesmo tempo, a semana, segundo sinalizam analistas, deverá ser de especulações ainda sobre as condições de clima no Meio-Oeste americano para a conclusão da safra 2016/17. As últimas previsões do NOAA seguem indicando uma elevação das temperaturas, depois de um final de semana de tempo mais ameno. As chuvas, que têm volumes ligeiramente reduzidos, ainda se mostram acima da média para este período em quase todo o Corn Belt.
No Brasil
Apesar da tentativa de consolidar uma recuperação em Chicago e de vir buscando referências mais altas no mercado internacional, os preços no Brasil não registram o mesmo desempenho. O dólar ainda vem sendo o principal obstáculo para as cotações, uma vez que, na última sexta-feira, a moeda americana fechou na casa dos R$ 3,16 e registrou sua menor referência em um ano.
Aos poucos, porém, os ganhos no mercado futuro americano permitem que os preços testem alguma valorização neste início de semana. No disponível, alta de 0,61% no fechamento em Paranaguá, para R$ 82,00 por saca e de 1,29% em Rio Grande, para R$ 78,50. Já no mercado futuro, as últimas referências foram de, respectivamente, R$ 78,00 e R$ 77,50, com altas de 1,30% e 1,31%.
Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, essa ainda deverá ser uma semana de negócios regionalizados, porém, com referências que podem se mostrar mais atrativas.
"No novos negócios de fechamentos para a demanda interna a tendência é de quem paguem melhor, já que estão mais altos do que a exportação, pois seguiremos consumindo e há pouca soja para ser exportada. Com isso, o espaço parde baixa é pequeno e, se houver, não deverá se sustentar, porque os vendedores seguram as poucas ofertas que restam para ser negociadas", explica.
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