Café: Bolsa de Nova York recua cerca de 150 pts nesta manhã de 2ª e volta a ficar distante de US$ 1,50/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda próxima de 150 pontos nesta manhã de segunda-feira (1º) e perdem parte dos ganhos registrados na sessão anterior. O mercado segue atento às informações do financeiro, mas também continua atento às incertezas na colheita do Brasil e o potencial produtivo da safra 2017/18.
Com essa queda, os preços externos da variedade já estão distantes do patamar de US$ 1,50 por libra-peso. Por volta das 09h24, o vencimento setembro/16 anotava 144,45 cents/lb e o dezembro/16 registrava 147,75 cents/lb, ambos com 175 pontos de queda. O contrato março/17 estava cotado a 150,80 cents/lb e o maio/17 tinha 152,50 cents/lb, os dois com 160 pontos de desvalorização.
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Veja como fechou o mercado na sexta-feira:
Café: Com ganhos de 400 pts nesta 6ª, Bolsa de Nova York encerra semana com alta acumulada de mais de 3%
O mercado externo do café arábica registrou oscilações durante toda semana na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) repercutindo as incertezas em relação à oferta de café na atual temporada, as dúvidas com a próxima safra, mas também o financeiro e realizou ajustes técnicos. No entanto, o acumulado semanal foi mais uma vez decidido no pregão desta sexta-feira (29). O vencimento setembro/16, referência do mercado, teve alta acumulada 3,03%, saindo de 141,90 para 146,20 cents/lb.
As cotações futuras do arábica na ICE tiveram hoje alta de mais de 400 pontos, o que contribuiu bastante para os ganhos da semana. O contrato setembro/16 registrou 146,20 cents/lb com 405 pontos de alta, o dezembro/16 anotou 149,50 cents/lb com 415 pontos de avanço. Já o vencimento março/17 encerrou a sessão com 152,40 cents/lb e 410 pontos positivos, enquanto o maio/17 teve 154,10 cents/lb com 405 pontos positivos.
Nesta sexta-feira, o mercado teve suporte do câmbio e das incertezas em relação à oferta do Brasil no mercado nesta temporada, mas também realizou ajustes técnicos após demonstrar força para recuar abaixo de US$ 1,40 por libra-peso durante a semana. Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, apesar da volatilidade durante o dia, as cotações tiveram coerência com a realidade.
"O atual intervalo mercadológico nas Bolsas de Nova York e Londres vem se mantendo e hoje, graças à queda do dólar, os patamares foram buscar o teto do 'micro' intervalo, mas nada a meu ver, que tenha peso para mudar de forma 'macro' o atual cenário", explica Magalhães. Para ele, com a volta das atuações do Banco Central do Brasil no câmbio na próxima semana, os atuais intervalos devem ser mantidos.
O dólar comercial recuou 1,63% na sessão desta sexta-feira e fechou cotado a R$ 3,2429 na venda repercutindo informações sobre a economia dos Estados Unidos e em meio à atuação limitada do BC. Esse é o menor nível desde julho. Na semana, a moeda estrangeira acumulou queda de 0,47%. O dólar mais baixo em relação ao real sempre tende a desencorajar as exportações da commodity, com isso os preços esboçam reação.
Apesar de oscilar dos dois lados da tabela durante toda a semana, os operadores no terminal externo estão bastante atentos às informações sobre a safra do Brasil. O clima nos últimos dias tem contribuído para o avanço dos trabalhos no campo da temporada 2016/17, mas ainda há o temor de que o frio tenha impactado o potencial produtivo das lavouras para o próximo ano.
Segundo a Safras & Mercado, a colheita brasileira de café da safra 2016/17 estava em 70% até dia 26 de julho. Tomando como base a estimativa da Companhia de 54,9 milhões de sacas de 60 kg para o Brasil nesta safra, é apontado que já foram colhidas 38,27 milhões de sacas.
A colheita de café dos cooperados da Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), maior cooperativa do mundo, está próxima de 60% da área neste ano. O levantamento divulgado pela cooperativa na terça-feira (26) aponta que em 59,46% da área de seus cooperados os trabalhos já haviam sido concluídos até o dia 22 de julho, ante 51,04% da semana anterior.
Segundo mapas climáticos, uma frente fria avança nos próximos dias pelo oceano, mas não deve chegar a afetar de forma significativa as áreas cafeeiras. Ainda assim, as noites devem ficar um pouco mais frias no Sudeste. Na Zona da Mata e no Leste de Minas Gerais, na Zona da Mata do Espírito Santo e na Bahia há possibilidade de chuviscos em função de ventos mais úmidos vindos do mar. As informações são do CNC (Conselho Nacional do Café).
De acordo com agências internacionais, o mercado também está atento ao anúncio de venda dos estoques públicos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o que sinalizaria um aperto na oferta do grão. "Os leilões de café planejados pela Conab sinalizam um aperto no mercado físico brasileiro, embora o impacto sobre os preços possa ser atenuado pelo fato de o problema ser em grande parte doméstico", disse o analista de commodities agrícolas do Agrimoney, Shweta Upadhyaya, à agência de notícias Reuters.
Todo o volume ofertado pela Conab, de 67 mil sacas, nesta sexta-feira em leilões foi arrematado. Os preços de venda do grão, dependendo do lote, variaram entre R$ 441,86e R$ 455,19 a saca. Durante os próximos meses, a autarquia planeja vender 50% dos estoques públicos brasileiros, totalizando pouco mais de 1,3 milhão de sacas, em leilões quinzenais a fim de reduzir as preocupações com oferta e os altos preços no mercado motivado pela seca.
» Café: Leilões da Conab negociam volume total ofertado; produtores estão preocupados
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o produtor de café e presidente do Conselho da Associação dos municípios da Microrregião da Baixa Mogiana (AMOG), Fernando Barbosa, acredita que as vendas da Companhia podem prejudicar a composição de preço do café no mercado interno.
No fim da semana passada, a Conab também fez a divulgação dos estoques privados até o dia 31 de março deste ano, que totalizavam 13,5 milhões de sacas. A notícia surpreendeu setores do mercado, que esperavam números menores. No entanto, segundo o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, o cenário ainda demanda atenção.
Para ele, se adotarmos como base uma exportação média de 35 milhões de sacas no ano-safra e um consumo interno de 20 milhões de sacas, nossos estoques de passagem cobrem apenas 18 dias de exportação e consumo interno. "Isso é um indicativo de que teremos um ano-safra complicado", aponta Carvalhaes.
» Café: Estoques privados divulgados pela Conab surpreendem mercado, mas cenário ainda é preocupante
Levando em conta o comparativo mensal, o intervalo de US$ 1,40/lb e US$ 1,50/lb foi mantido durante todo o mês de julho no mercado do café com incertezas climáticas – geadas atingiram algumas áreas produtoras do Brasil –, novidades no financeiro e sessões marcadas por ajustes técnicos influenciando nas cotações. O contrato setembro/16 fecha o mês com leva alta acumulada de 0,38%, saindo de 145,65 cents/lb para 146,20 cents/lb.
Mercado interno
A colheita avança nas principais origens produtoras do Brasil, mas segundo analistas, pouco café tem chegado às praças de comercialização do país até o momento. Os negócios seguem isolados e os preços esboçaram curtas oscilações no acumulado da semana. "Mesmo com as altas nos preços, a liquidez está baixa, com negociações ocorrendo de forma pontual e envolvendo pequenos lotes", reportou o Cepea na quinta-feira (28).
O tipo cereja descascado fechou com maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 600,00 a saca – estável . A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 6,44% e R$ 562,00 a saca.
Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Guaxupé (MG) com alta de R$ 15,00 (2,73%), saindo de R$ 550,00 para R$ 565,00 a saca.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 560,00 a saca e alta de 1,82%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 3,24%.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em poços de Caldas (MG), que tinha saca cotada a R$ 525,00, mas caiu R$ 15,00 (-2,86%) e agora vale R$ 510,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 530,00 a saca e valorização de 1,92%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com R$ 508 a saca e alta de 3,04%.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 duro foi registrada em Varginha (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 520,00 na sexta-feira passada, mas teve desvalorização de R$ 15,00 (-2,88%) e agora está em R$ 505,00.
Na quinta-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 489,49 com alta de 0,79%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, registrou alta expressiva nesta sexta-feira, seguindo Nova York. O contrato julho/16 anotou US$ 1805,00 por tonelada – estável, o setembro/16 teve US$ 1844,00 por tonelada com alta de US$ 31 e o novembro/16 anotou US$ 1867,00 por tonelada com valorização de US$ 30.
Na quinta-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 420,46 com alta de 0,45%.
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