Bovespa avança pelo 10º pregão seguido, na maior série de ganhos desde 2010
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em alta pelo décimo pregão seguido nesta terça-feira, na maior série de ganhos desde 2010, apoiado particularmente no avanço das ações do Banco do Brasil e da Petrobras.
O viés dos mercados no exterior e o declínio dos papéis da Vale pesaram negativamente, deixando a bolsa paulista sem rumo definido na maior parte da sessão.
O Ibovespa subiu 0,38 por cento, a 56.698 pontos, na máxima da sessão e no maior patamar desde 15 de maio de 2015. O volume financeiro somou 7,1 bilhões de reais.
A última vez que o Ibovespa teve mais altas consecutivas foi entre julho e agosto de 2010, com 11 sessões seguidas no azul.
No exterior, as bolsas europeias fecharam no vermelho, com resultados corporativos fracos, enquanto em Wall St resultados mistos esfriaram um pouco o ânimo do início da temporada de balanços.
Entre as commodities, o petróleo e o minério de ferro à vista na China encerraram em baixa.
Do panorama doméstico, o mercado segue à espera de anúncio pelo governo de medidas para fazer a economia a voltar a crescer. O presidente interino, Michel Temer, reuniu-se no final da manhã com a equipe econômica, mas não houve anúncios após o encontro.
"Por enquanto, continuamos vendo maior resiliência dos ativos brasileiros, favorecidos por perspectivas de melhora política e também econômica", disse a equipe da Guide Investimentos, em nota a clientes.
DESTAQUES
- PETROBRAS encerrou com as preferenciais em alta de 1,99 por cento e as ordinárias com avança de 1,24 por cento, conforme seguem expectativas ligadas à venda de fatia na BR Distribuidora.
- BANCO DO BRASIL subiu 4,86 por cento, descolando-se da fraqueza do setor bancário, apoiado em expectativa de vendas de ativos. No radar estava reportagem do Valor Econômico de que o BB está reavaliando o portfólio de investimentos, incluindo as participações nos bancos Votorantim e Patagonia. Nesse contexto, CIELO, onde o BB detém participação de quase 29 por cento, avançou 2,74 por cento.
- VALE fechou com as preferenciais em queda de 2,84 por cento e as ordinárias em baixa de 4,21 por cento, acompanhando seus pares no exterior e sucumbindo à fraqueza dos preços do minério de ferro à vista na China.
- QUALICORP avançou 2,58 por cento, ajudada pela expectativa de venda da empresa, com novas reportagens citando que fundos estrangeiros estão negociando a aquisição da totalidade do capital da gestora de planos de saúde coletivos.
- JBS valorizou-se 6,77 por cento, no melhor desempenho do Ibovespa. O BTG Pactual avalia que a companhia deve apresentar o melhor resultado entre as empresas brasileiras de proteínas, com melhora nas margens da operação nos Estados Unidos. A alta do dólar ante o real nesta sessão corroborou os ganhos.
- RUMO LOGÍSTICA fechou com acréscimo de 5,27 por cento, ajudada por reportagem do jornal Valor Econômico dizendo que o governo vai injetar 500 milhões de reais no Fundo Garantidor de Infraestrutura (FGIE) em agosto. ECORODOVIAS avançou 2,8 por cento e CCR subiu 2,56 por cento.
- OI, que não está no Ibovespa, recuou 5,74 por cento, no terceiro pregão seguido de perdas após fortes ganhos recentes. A empresa está em processo de recuperação judicial e acumula em julho alta ao redor de 40 por cento.
- GOL, fora do Ibovespa, caiu 0,95 por cento, tendo como pano de fundo dados operacionais, mostrando que a demanda por voos domésticos caiu mais do que a oferta no mês passado e no segundo trimestre.
- MARCOPOLO, que também não integra o Ibovespa, subiu 7,72 por cento, tendo no radar aprovação pelo seu Conselho de Administração da aquisição dos 55 por cento restantes da empresa Neobus, em decisão que precisa ser confirmada pela assembleia de acionistas prevista para 3 de agosto. Ainda, o HSBC elevou a recomendação para a ação para "manter".
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