ACCS comemora a abertura de mercado com a Coreia do Sul, mas cobra agilidade no combate à crise no setor
O governo da Coreia do Sul afirmou na segunda-feira passada que irá importar carne suína catarinense. A informação foi repassada pela comitiva de Santa Catarina que esteve no país asiático para tratar da abertura de mercado. O diretor da Qia (Agência de Quarentena Animal e Vegetal), o órgão de controle sanitário do país, Bong-Kyun Park, disse ao governador João Raimundo Colombo que faltam apenas questões administrativas a serem tratadas entre os Ministérios da Agricultura da Coreia do Sul e do Brasil.
Para o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos a abertura de mercado com os sul-coreanos é um fato para se comemorar, pois prova a qualidade da proteína produzida no Estado. “A carne suína catarinense está no topo do mundo. Os maiores países importadores da carne são exigentes e abriram as portas para Santa Catarina. Esse é o resultado de um trabalho exemplar de mais de duas décadas entre produtores, indústrias e governos”.
De janeiro a junho deste ano o Brasil exportou 301.176.316 quilos de carne suína, sendo que Santa Catarina representa praticamente a metade deste montante. Para que o Estado se mantenha na elite da produção de proteína animal, produtores e governantes investem forte para manter a excelência do status sanitário, que é referência para todo o país. “Se hoje a situação está difícil, com certeza estaria ainda mais se a gente não tivesse esse status diferenciado”.
Dificuldades
Apesar da notícia sobre a abertura de mercado, o presidente da ACCS ressalta que o momento não é nada bom para a atividade, que há seis sofre com o alto custo de produção, impulsionado pela alta no preço dos insumos e a baixa remuneração pelo quilo do suíno paga ao produtor. “Desde o ano passado a ACCS já alertava para essa crise. Hoje os nossos políticos não estão fazendo o que precisa ser feito para mudar essa realidade. De nada vai adiantar a gente abrir esses novos mercados promissores, se daqui um ano, quando eles começarem a comprar maiores volumes de proteína, nós não teremos os produtores para produzir essa carne”.
Desde abril a ACCS reivindica junto aos governos do estadual e federal uma série de pautas que poderiam amenizar os impactos da crise, mas pouco foi feito para beneficiar o suinocultor. “O governo federal não fez nada para o setor. A cada dia nós temos novas surpresas desagradáveis no mercado, como o aumento no preço do milho e a diminuição do preço do suíno. Temos também notícias de produtores que estão deixando a atividade”.
Na semana passada, a TV ACCS veiculou um reportagem especial com suinocultores de elite das cidades de Chapecó, Concórdia e Seara, que estão deixando a atividade porque não aguentam mais os prejuízos da atividade. Nesta semana, o presidente da ACCS está na região Sul do Estado, onde a situação dos produtores também está crítica. “Muitos produtores de Braço do Norte estão deixando a atividade. Isso é muito triste”.
Cobrança
Losivanio garante que para o país permanecer sendo um grande player exportador, a classe política precisa tomar atitudes imediatas para salvar os produtores. “Não dá para esperar 20 dias para ter iniciativa. Nós nos entristecemos porque não vemos ações políticas para mudar essa realidade”.
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