Bovespa cede 2% com apreensão antes de Fed e referendo da Grã-Bretanha
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou com desvalorização de 2 por cento nesta terça-feira, diante da aversão global a risco, com investidores mostrando cautela antes da decisão do Federal Reserve sobre taxa de juros nos Estados Unidos e do referendo sobre possível saída da Grã-Bretanha da União Europeia.
O Ibovespa cedeu 2,04 por cento, a 48.648 pontos, menor patamar desde 31 de maio. O giro financeiro da bolsa totalizou 6,15 bilhões de reais.
O índice chegou a operar no azul mais cedo, amparado principalmente por ações do setor financeiro, após queda relevante na última sexta-feira. Mas a melhora do mercado não se sustentou.
As bolsas norte-americanas recuaram pelo quarto pregão consecutivo em meio a temores sobre os riscos de saída da Grã-Bretanha da União Europeia, que levou os rendimentos dos títulos públicos alemães para abaixo de zero pela primeira vez, e um dia antes da decisão do Fed.
"Nesse cenário, vemos que o mercado está com uma maior preocupação com o crescimento global, o que se mostra claramente pelas quedas de ações de empresas de commodities (na Bovespa)", disse o analista Rafael Ohmachi, da Guide Investimentos.
Na cena doméstica, o radar do mercado pairou principalmente sobre o avanço das investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki encaminhar seu processo ao juiz federal Sérgio Moro, que cuida da operação Lava Jato.
DESTAQUES
-- VALE encerrou com queda de 3,75 por cento nas ações ordinárias e 2,48 por cento nas preferenciais, após queda dos contratos futuros do minério de ferro na China, assim como da commodity para entrega imediata no porto de Tianjin.
-- PETROBRAS teve baixa de 3,71 por cento nas ações preferenciais e 3,14 por cento nas ordinárias em dia de baixa do petróleo. A estatal anunciou que pode propor um acordo com sindicatos para reduzir salários e horas de trabalho para parte dos funcionários, o que ajudaria a companhia a reduzir dívida.
-- CEMIG recuou 3,42 por cento, após notícia de que a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs limitar a distribuição de dividendos e pagamento de juros sobre o capital próprio aos acionistas por distribuidoras de energia que descumprirem metas.
--SMILES avançou 0,65 por cento, única alta do Ibovespa. O Bradesco elevou o preço-alvo da ação para 53 reais, com recomendação "outperform".
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