Bovespa cai 1% com Vale e Petrobras pressionadas por realização de lucro e commodities
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou com o seu principal índice em queda nesta quinta-feira, pressionado pelo recuo das ações da Vale e da Petrobras e pelo cenário externo negativo.
O Ibovespa caiu 0,99 por cento, a 51.118 pontos. O volume financeiro somou 5,19 bilhões de reais.
Na visão de profissionais da área de renda variável, a bolsa paulista acompanhou a realização de lucros nos mercados globais, após vários ativos, incluindo o petróleo, atingirem máximas para períodos relevantes.
Wall Street encerrou com dia com o S&P 500 em queda de 0,17 por cento, em sessão negativa para commodities, com o petróleo recuando mais de 1 por cento.
No cenário local, o Banco Central confirmou as expectativas e manteve a taxa Selic em 14,25 por cento na véspera, na última reunião de Alexandre Tombini à frente da autoridade monetária. Ele foi substituído por Ilan Goldfajn, que tomou posse com presidente do BC nesta quinta-feira.
DESTAQUES
- VALE fechou com ações ordinárias em queda de 7,65 por cento, pior desempenho do Ibovespa, e as preferenciais em baixa de 4,94 por cento, com a fraqueza de commodities abrindo espaço para realização de lucros. Até a véspera, os papéis acumulavam alta de 19,6 e 17 por cento, respectivamente, no mês. O Goldman Sachs iniciou a cobertura das ADRs (recibo de ação negociado nos Estados Unidos) da Vale com recomendação "neutra" e preço-alvo de 4,4 dólares.
- PETROBRAS fechou com as preferenciais em baixa de 2,24 por cento e as ações ordinárias com recuo de 2,49 por cento, após fortes ganhos na véspera, acompanhando a queda dos preços do petróleo. Em junho, as ações PN ainda acumulam alta de 14,2 por cento e os papéis ON contabilizam ganho de 15,4 por cento.
- CSN e USIMINAS caíram 7,37 e 5,24 por cento, respectivamente, após dispararem dois dígitos na quarta-feira, com investidores também embolsando lucros e tendo no radar comentários de executivos de ambas as companhias.
- CYRELA BRAZIL REALTY subiu 0,75 por cento, elevando os ganhos acumulados no mês a 12,3 por cento. Um gestor destacou que o papel é o mais líquido entre as construtoras e se recupera após queda de 6,5 por cento em maio. A MRV fechou praticamente estável, com variação positiva de 0,09 por cento, após forte perda no mês passado e tendo no radar a oferta inicial de ações (IPO) da Log Commercial Properties, unidade de gestão de espaços comerciais da construtora.
- SMILES subiu 2,92 por cento, melhor desempenho do Ibovespa, na esteira da alta de 8,24 por cento de sua controladora GOL, que não faz parte do índice. A companhia aérea voltou a prorrogar o prazo para a sua oferta de troca de bônus e, em Brasília, uma comissão no Congresso aprovou projeto que amplia a fatia de estrangeiros nas companhias aéreas para 49 por cento.
- OI, que não está no Ibovespa, saltou 20,13 por cento, ampliando a valorização em junho para 101 por cento. As ações seguem influenciadas por expectativas ligadas à reestruturação da dívida da operadora de telecomunicações e potenciais mudanças regulatórias.
0 comentário
S&P 500 e Dow Jones atingem máximas de uma semana após dados de PMI dos EUA
Departamento do Tesouro dos EUA impõe sanções ao Gazprombank da Rússia
Atividade empresarial dos EUA atinge maior nível em 31 meses em novembro
Wall St ronda estabilidade antes de dados de atividade empresarial, com tensões geopolíticas em foco
BCE continuará reduzindo juros, mas discussão de dezembro deve esperar, diz Nagel
Ibovespa sobe apoiado em Petrobras, mas ainda caminha para queda semanal