Chuva atinge moagem, mas é cedo para reduzir projeção para 16/17, diz Datagro
SÃO PAULO (Reuters) - As chuvas que atingem as principais regiões produtoras de cana do centro-sul do Brasil desde meados de maio impediram a moagem durante vários dias, mas o impacto das precipitações para o setor, até o momento, é favorável para o desenvolvimento da safra atual (2016/17) e da próxima temporada (2017/18), afirmou à Reuters o presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari.
Segundo ele, é "prematuro" afirmar que as projeções de moagem do centro-sul na safra atual serão reduzidas pelas intensas precipitações recentes, até porque há expectativa de que o fenômeno La Niña traga tempo mais seco, favorável ao processamento de cana, no segundo semestre.
"Obviamente, faz com que tenha um impacto na moagem. Agora, esta chuva ajuda a compensar a seca que tivemos de março até meados de maio. No todo, a chuva é bem-vinda, atrapalha o aproveitamento de tempo no momento de moagem (agora), mas é bem-vinda para o final desta safra e para safra que vem", disse o consultor, ressaltando os benefícios que a umidade terá para a produtividade agrícola.
A moagem de cana no centro-sul do Brasil está estimada pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) entre 605 milhões e 630 milhões de toneladas em 2016/17, representando possibilidade de queda ou de alta ante os 617,7 milhões de toneladas processados em 2015/16.
Segundo Nastari, o setor perdeu quatro dias de moagem na segunda quinzena de maio.
Como chuvas foram registradas em importantes áreas também em junho, pode haver novamente baixo aproveitamento do tempo de processamento.
Mas a indústria poderia recuperar os dias perdidos no segundo semestre, com expectativa períodos mais secos.
"A partir de setembro, entra em anomalia de La Niña... A La Niña pode ser que signifique um aproveitamento de tempo maior no segundo semestre", comentou.
Segundo Nastari, o tempo chuvoso também aumenta o período de espera de atracação dos navios nos portos, uma vez que os embarques são paralisados quando chove.
Ao final de maio, o tempo de espera para atracação no terminal da Soceppar, no porto de Paranaguá, subiu de 17 para 24 dias, lembrou Nastari, acrescentando que no terminal da Rumo, em Santos, a espera passou de seis para nove dias.
A longa fila de navios para embarque de açúcar, no entanto, pode ser explicada pela grande demanda pelo produto brasileiro, ressaltou o analista, que disse não ver problemas significativos relacionados ao clima para a exportação brasileira.
(Por Roberto Samora)
0 comentário
Açúcar volta a fechar em baixa com perspectiva de maior oferta global
De olho na safra indiana, mercado do açúcar se acomoda abaixo de 20 cents
Sancionada lei que remunera produtor de cana por créditos do Renovabio
Baixas do açúcar perdem força e preços ficam próximos da estabilidade no início desta tarde
Preços do açúcar abrem em baixa nesta 6ª feira após ganhos acentuados da última sessão
Açúcar fecha com alta de quase 3% em NY diante de queda de produção na Índia