Na Folha: Temer quer lançar medidas de curto prazo na economia, diz ministro da Casa Civil
Na tentativa de melhorar a confiança na economia antes da votação final do impeachment, o presidente interino, Michel Temer, pretende lançar um pacote de "medidas de impacto" no curto prazo para geração de emprego e retomada do crescimento.
É o que afirma o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Em entrevista à Folha, Padilha, 70, disse que o governo também estuda melhorar o ambiente para atrair investimentos do setor privado.
Entre as ideias, estão a revisão das regras para exploração do présal e a total abertura das empresas aéreas para grupos estrangeiros. A possível liberação da compra de terras por estrangeiros também está no radar.
Para o chefe da Casa Civil, a Operação Lava Jato, que pode comprometer outros ministros de Temer, não vai desestabilizar o governo. Quem for envolvido terá de entregar o cargo, segundo ele.
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida na sextafeira (3).
Folha - As medidas anunciadas pelo governo são de médio e longo prazos. Existe algo para atender às expectativas das pessoas no curto prazo?
Eliseu Padilha - O presidente pediu aos ministros, especialmente os da área econômica, que fizessem um estudo para que, ao lado do plano gradual de ajuste da economia, que conta com ações de longo prazo, tivessem medidas de impacto o mais breve possível, quiçá no período da interinidade. Serão medidas de impacto, mas não posso dar detalhes, porque estão sendo analisadas pela equipe do ministro Henrique Meirelles [Fazenda].
Medidas para tentar aquecer a economia de imediato?
Sim. Para geração de empregos e ativar a economia, com algum tipo de mecanismo estimulante que não importe em subsídios
Dá para iniciar a votação da reforma da Previdência antes da eleição municipal?
É possível que o processo chegue ao Congresso antes da eleição municipal. Essa é uma construção a muitas mãos, pelas centrais sindicais, empregadores, parlamentares e governo. Mas os tempos do Legislativo não são tão velozes. Possivelmente tenhamos a decisão do Congresso Nacional antes do fim deste ano.
A ideia é criar uma idade mínima?
Se houver uma fórmula que se sustente sem idade mínima, vamos ver. O exemplo mundial que temos dos sistemas bemsucedidos inclui idade mínima e crescente. É o caso que o Brasil terá de fazer.
Haverá encontro de regras entre mulheres e homens?
Na mesa [de discussão] alguns atores observaram que as mulheres vivem mais do que os homens, que elas estão recebendo mais aposentadoria que os homens. Então, elas [as regras] terão, no mínimo, de serem iguais no futuro. O governo também quer realizar uma reforma trabalhista. Também queremos até o fim do ano ter uma reforma trabalhista. A discussão era para ser em paralelo, mas as centrais sindicais pediram para fecharmos primeiro a reforma previdenciária.
Há espaço para mexer em temas como férias, 13º salário, aviso prévio, FGTS?
Há direitos que são uma conquista não dos trabalhadores, mas da nação. Nesses a gente não deve pensar em mexer.
O que pode ser modificado nessa área então?
O acordado sobre o legislado, por exemplo. Em momentos de crise, há a hipótese de que os trabalhadores aceitem reduzir em 25% a jornada e a remuneração para [o empregador] não despedir ninguém. A questão do banco de horas é outra questão passível de ser negociada.
Leia a notícia ana íntegra no site Folha de S.Paulo.
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