Chuvas vão entrar mais espaçadas neste outono. Na safra de verão as chuvas chegarão mais tarde, mas irão se generalizar em novembro

A transição entre El Niño e La Niña traz condições normais de clima para o Brasil. O outono sem influencia dos fenômenos climáticos é característico por chuvas concentradas no sul e tempo firme no centro-norte do país.

As precipitações registradas nesta e na última semana em São Paulo, Mato Grosso, Goiás entre outros estados do Brasil Central, ainda são influenciadas pelo fim do El Niño, conforme explica o agrometeorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos.

"É um situação anormal, mas não tanto quando comparado nos últimos três anos quando as chuvas se estenderam demais no outono, favorecendo as lavouras de milho safrinhas", explica.

Segundo ele, os meses de abril e maio são tradicionalmente marcados por baixos volumes de precipitações. No entanto, sobre atuação do El Niño as últimas três safrinhas de milho foram beneficiadas pelo regime de chuvas mais intenso.

Assim, com o clima dentro da neutralidade as previsões não indicam precipitações significativas nos próximos meses para as regiões sudeste, centro-oeste e matopiba.

"Sendo que no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e sul do Mato Grosso do Sul e São Paulo terão chuvas mais frequentes daqui para frente", destaca Santos.

Em temperaturas, a ausência de influência do El Niño também beneficia as entradas de massa de ar polar. Nesta semana o frio voltou a ganhar força nos estados do Sul com a chegada da frente fria, que derrubou as temperaturas e trouxe chuvas localizadas.

"Na semana que vem está previsto uma nova massa de ar polar de maior intensidade que traz preocupação quanto à geada", explica o agrometeorologista.

De acordo com Santos, esses sistemas de baixa pressão devem avançar, trazendo chuvas também para São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

Inverno

O início da transição entre os fenômenos El Niño e La Niña neste ano as safras de inverno terão perspectiva positiva, depois de dois anos de safras frustradas.

"Nesta safra, teremos um frio mais rigoroso e uma primavera próxima da neutralidade, sem os longos períodos chuvosos", explica Santos.

Porém, as previsões também indicam possibilidade de geadas tardias que devem ter atenção dos produtores.

Primavera

Os mapas climáticos indicam que a primavera já estará sobre influência do La Niña, assim, a tendência é que as chuvas atrasem nas regiões centrais e matopiba.

O agrometeorologista afirma que o regime de chuvas só deve se estabilizar - no sudeste, centro-oeste - ao longo do mês de novembro e, no matopiba em dezembro.

"Na safra 2016/17 os produtores do bioma cerrado não devem esperar plantar cedo neste ano. Podem ocorrer chuvas localizadas e irregulares em setembro/outubro, mas as chances de perder essas plantas são grande", alerta Santos.

Conforme ele, as chuvas sobre atuação de La Niña tende a ser mais regulares, ao contrário do que ocorreu na temporada 2015/16. Portanto, mesmo que regime de chuvas delongue "quando ele chegar será constante", pondera o agrometeorologista.