Em março, IBGE prevê safra de grãos 0,2% maior que a de 2015

Publicado em 07/04/2016 09:04

A terceira estimativa de 2016 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (algodão herbáceo, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) totalizou 210,0 milhões de toneladas, 0,2% superior à obtida em 2015 (209,5 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida (58,4 milhões de hectares) apresentou acréscimo de 1,1% frente à área colhida em 2015 (57,7 milhões de hectares). Em comparação a estimativa de fevereiro, a produção variou negativamente 0,6% e a área decresceu 18.742 hectares. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representaram 93,0% da estimativa da produção e responderam por 86,9% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 3,1% na área da soja e de 0,4% na área do milho; na área de arroz houve redução de 7,9%. No que se refere à produção, houve aumento de 3,2% para a soja e reduções de 7,8% para o arroz e de 2,2% para o milho. 

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 90,0 milhões de toneladas; Sul, 75,2 milhões de toneladas; Sudeste, 20,8 milhões de toneladas; Nordeste, 17,0 milhões de toneladas e Norte, 7,0 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, foram constatados incrementos de 2,1% na região Nordeste, de 7,7% no Sudeste e de 0,2% no Centro-Oeste, havendo reduções de 9,2% na região Norte e de 1,1% no Sul. Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 24,2%, seguido pelo Paraná (18,2%) e Rio Grande do Sul (14,7%), que, somados, representaram 57,1% do total nacional previsto.

Estimativa de março em relação a fevereiro de 2016

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de março destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de fevereiro: feijão 2ª safra (4,6%), batata 2ª safra (4,5%), algodão herbáceo (3,7%), milho 2ª safra (3,2%), café canephora (1,8%), café arábica (0,7%), batata 1ª safra (-1,1%), mandioca (-1,5%), soja (-1,6%), milho 1ª safra (-2,2%), arroz (-2,4%), feijão 1ª safra (-2,5%), feijão 3ª safra (-2,5%), cacau (-2,8%) e sorgo (-10,0%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) - As estimativas do mês de março trazem revisão da produtividade do algodão. Espera-se que o rendimento médio para esta cultura seja de 3.903 kg/hectare, superior 3,7% em relação ao mês anterior. O reajuste positivo do rendimento médio nacional elevou a produção para 4,0 milhões de toneladas. Este reajuste positivo no rendimento médio advém principalmente da Bahia, onde houve elevação de 12,3%. Mesmo com a redução da estimativa de área plantada em 2,9%, a produção no estado baiano foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, alta de 9,0% em relação a fevereiro. Com alta de 2,0% na estimativa, a produção de Mato Grosso passa a ser de 2,3 milhões de toneladas. A área plantada também foi reajustada positivamente em 1,7%, totalizando 591,7 mil hectares.

ARROZ (em casca) – A estimativa de março, para a safra nacional 2016 informa uma área a ser colhida de 1.975.137 hectares, com uma produção esperada de 11.349.137 toneladas, e um rendimento médio esperado de 5.746 kg/ha, menores, respectivamente, em 2,0%, 2,4% e 0,4%, quando comparados aos dados do mês anterior. O Rio Grande do Sul, maior produtor do país, com 72,3% de participação no total nacional, aguarda uma produção de 8.207.836 toneladas, com um rendimento médio esperado de 7.655 kg/ha, menores, respectivamente, em 0,3% e 0,4% quando comparados aos dados do mês anterior. Já á área a ser colhida, de 1.072.150 hectares, foi 0,1% maior. Santa Catarina, segundo maior produtor nacional, estima uma produção de 1.054.768 toneladas, com um rendimento médio esperado de 7.141 kg/ha, menores, respectivamente, em 0,9% e 1,0%, quando comparados aos dados do mês anterior. Já a área a ser colhida, de 147.714 hectares, encontra-se 0,1%, maior.

CAFÉ (em grão) – A atual estimativa para a produção total de café do país é de 3,0 milhões de toneladas, ou 50,2 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 0,9% frente ao mês anterior. A estimativa de produção do café arábica aumentou 0,7% frente a fevereiro, devendo ser colhidas 2,4 milhões de toneladas, ou 39,2 milhões de sacas de 60 kg. Em março, o destaque ficou com a Bahia, que teve sua estimativa de produção elevada em 15,5%, devendo alcançar 134.786 toneladas, ou 2,2 milhões de sacas de 60 kg. O rendimento médio foi revisto e aumentou 15,1% frente ao mês anterior, em função do clima mais chuvoso e maiores investimentos nas lavouras. A Bahia é o 4º maior produtor desse tipo de café no país, participando com 5,7% do total a ser colhido.

A estimativa da produção do café canephora aumentou 1,8% em março, frente ao mês anterior, devendo alcançar 660.051 toneladas, ou 11 milhões de sacas de 60 kg. O rendimento médio e a área a ser colhida aumentaram 1,2% e 0,6%, respectivamente. A Bahia, segundo maior produtor do canephora no país, com participação de 13,5% no total nacional, aumentou em 16,9% sua estimativa de produção, devendo alcançar 89.217 toneladas, ou 1,5 milhão de sacas de 60 kg. O Espírito Santo, principal produtor desse tipo de café, com participação de 68,9% do total a ser produzido pelo país, manteve os dados do mês anterior. O estado, que nos últimos dois anos vem enfrentando estiagens nos principais municípios produtores, aguarda uma produção de 454.988 toneladas, ou 7,6 milhões de sacas de 60 kg.

CACAU (em amêndoa) - A estimativa de produção de cacau em março alcançou 254.497 toneladas, queda de 2,8% frente ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida foram reduzidas em 5,7% e 6,1%, respectivamente, com o rendimento médio esperado sendo reavaliado positivamente em 3,4%. Os dados refletem redução das estimativas da Bahia, onde a produção esperada apresenta queda de 5,0%, reflexo, principalmente, da redução de 7,9% da área a ser colhida com a cultura frente ao mês anterior, apesar de aumento de 3,0% no rendimento médio esperado, em decorrência, principalmente, do clima mais chuvoso nos principais municípios produtores do estado.

FEIJÃO (em grão) - Comparada ao mês de fevereiro, a estimativa para a área plantada com feijão totaldiminuiu 0,5% e o rendimento médio aumentou 1,1%. A estimativa de produção ficou 0,4% maior, totalizando 3,2 milhões de toneladas para 2016. Neste levantamento, os maiores produtores são Paraná com 21,6%, Minas Gerais com 17,1% e Bahia com 10,1% de participação na produção nacional.

A 1ª safra de feijão está estimada em 1,5 milhão de toneladas, o que representa uma diminuição de 2,5% frente à estimativa de fevereiro, refletindo a queda na estimativa da área colhida (3,4%). A diminuição na expectativa de produção da 1ª safra de feijão deve-se, principalmente, aos estados do Nordeste, onde houve redução de 4,7% na área plantada, de 0,6% no rendimento médio e de 5,6% na estimativa da produção.

A estimativa da produção nacional de feijão 2ª safra totaliza, pelo levantamento de março, 1,4 milhão de toneladas, 4,6% maior que a estimativa de fevereiro. Esse aumento acompanha a previsão de elevação da área plantada (3,6%) e do rendimento médio (0,6%). Nesta avaliação, Pernambuco se destaca com um aumento de 40,6% na área plantada e de 19,5% no rendimento médio, levando a uma estimativa de produção 66,5% maior que a de fevereiro.

Para a 3ª safra, juntamente com a diminuição de 5,0% na estimativa da área plantada, a expectativa de produção foi reduzida em 2,5% em relação a fevereiro, ficando em 362.961 toneladas. O rendimento médio foi estimado 2,6% maior que o mês anterior. Destaque para o Mato Grosso, que produz 15,5% do total nacional para a 3ª safra, e teve a expectativa de área plantada reduzida em 18,5% e a estimativa da produção em 16,0%. O rendimento médio foi estimado 3,1% superior ao mês de fevereiro.

MILHO (em grão) – A produção nacional de milho foi reajustada positivamente no mês de março em decorrência da avaliação positiva da área colhida. A elevação de 1,4% da área colhida propiciou a elevação da produção também em 1,4%, visto que o rendimento médio manteve-se estável. É esperada colheita de 83,8 milhões de toneladas de milho.

A produção de milho 1ª safra está estimada em 27,8 milhões de toneladas, retração de 2,2% em relação ao mês de fevereiro. Esta retração tem como fator principal a redução da estimativa do rendimento médio nacional em 1,6%. Dentre os três principais estados produtores de milho primeira safra, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, apenas o estado do Rio Grande do Sul apresentou elevação da sua estimativa de produção. Em Minas Gerais houve redução de 1,6% na área plantada e de 2,4% na produção, quando comparados ao mês de fevereiro. Ao todo, espera-se que no estado mineiro sejam produzidos 5,1 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul, apesar de também demonstrar queda na área plantada (-0,5%), teve a estimativa de produção compensada pela elevação de 1,3% na estimativa de rendimento médio. Espera-se que sejam produzidos 4,7 milhões de toneladas. O Paraná ainda apresenta as consequências das fortes chuvas enfrentadas ao longo de todas as fases das lavouras. O rendimento médio caiu 2,2% e com isso a produção foi reajustada em -2,1%. A produção esperada no estado é de 3,4 milhões de toneladas.

Para a 2ª safra de milho, a estimativa é positiva em relação ao mês anterior. São esperados 56,0 milhões de toneladas para esta safra, elevação de 3,2%. Para este mês, tanto a estimativa de área plantada quanto o rendimento médio cresceram 2,6% e 0,6%, respectivamente. O Mato Grosso estima colheita de 20,1 milhões de toneladas, valor este que representa 35,8% do esperado nacionalmente para a segunda safra de milho. O Paraná eleva a sua expectativa de área plantada em 4,4% em relação ao mês de fevereiro. Com o acréscimo de 4,4% na área plantada e de 0,9% no rendimento médio, a estimativa de produção foi elevada em 5,3%. Espera-se que a produção no estado seja de 12,6 milhões de toneladas.

SOJA (em grão) - Apesar da redução de 1,6% com relação ao mês anterior, a produção de soja nacional é novamente recorde. Espera-se serem colhidas 100,2 milhões de toneladas de soja em uma área de 33,1 milhões de hectares. Os três principais produtores de soja do país – Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul – apresentam até o presente momento recordes em suas safras de soja. O Mato Grosso lidera a produção nacional com 27,8% de tudo que será produzido no país. O estado mato-grossense espera colher 27,9 milhões de toneladas. No Paraná, a estimativa de produção é de 17,2 milhões de toneladas. A área plantada estimada é de 5,4 milhões de hectares. O rendimento médio é de 3.159 kg/ha, redução de 4,4% em relação ao mês de fevereiro. O Rio Grande do Sul espera colher 16,0 milhões de toneladas, decréscimo de 0,8% quando comparado com fevereiro. A área plantada é estimada em 5,5 milhões de toneladas e o rendimento médio em 2.921 kg/ha.

Estimativa de março de 2016 em relação à produção de 2015

Dentre os 26 principais produtos, 13 apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (19,5%), amendoim em casca 2ª safra (0,1%), aveia em grão (6,9%), batata-inglesa 1ª safra (4,6%), batata-inglesa 2ª safra (2,2%), café em grão - arábica (18,1%), café em grão - canephora (0,8%), cevada em grão (44,8%), feijão em grão 1ª safra (12,4%), feijão em grão 2ª safra (4,4%), mamona em baga (14,7%), soja em grão (3,2%) e trigo em grão (6,0%) Com variação negativa foram treze produtos: algodão herbáceo em caroço (4,0%), batata-inglesa 3ª safra (24,1%), arroz em casca (7,8%), cana-de-açúcar (3,9%), cacau em amêndoa (0,3%), cebola (4,8%), feijão em grão 3ª safra (21,3%), laranja (2,7%), mandioca (0,2%), milho em grão 1ª safra (5,8%), milho em grão 2ª safra (0,3%), sorgo em grão (13,5%) e triticale em grão (35,2%).

Os levantamentos de Cereais, leguminosas e oleaginosas foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra das principais lavouras brasileiras, iniciado em outubro de 2007.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
IBGE

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário