PMDB oficializa rompimento com governo Dilma aos gritos de "fora PT"

Publicado em 29/03/2016 15:20
Reuters + Folha + Zero Hora + G1

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BRASÍLIA (Reuters) - O PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer e que conta com as maiores bancadas na Câmara e no Senado, anunciou nesta terça-feira que deixará o governo, em uma decisão que aumenta muito as chances de aprovação de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"A moção está aprovada. A partir de hoje, nessa reunião histórica para o PMDB, o PMDB se retira da base do governo da presidenta Dilma Rousseff. E ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do partido PMDB", disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que presidiu reunião do diretório nacional do partido em Brasília.

Além do vice-presidente da República, integram o governo pelo PMDB mais seis ministros.

Em decisão tomada por aclamação, o partido decidiu ainda entregar todos os cargos no governo federal e realizar processo no conselho de ética da legenda contra os filiados que não deixarem seus postos no governo.

Na segunda-feira, o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves foi o primeiro peemedebista a deixar o ministério de Dilma ao pedir demissão do comando da pasta do Turismo.

O desembarque do PMDB da nau governista é o mais duro revés já sofrido por Dilma em seus quase cinco anos e meio na Presidência. A petista é alvo de pedido de abertura de processo de impeachment que já tramita em comissão especial na Câmara dos Deputados e enfrenta uma das piores recessões econômicas em décadas, além de baixos níveis de popularidade.

A relação da presidente com o PMDB tem sido difícil desde o seu primeiro mandato. Apesar de ser o partido do vice e o que chegou a contar com segundo maior número de ministros, atrás apenas do PT, os peemedebistas sempre expressaram ressentimento pela falta de participação no governo.

O cenário político tenso também tem sido abalado pelas investigações da operação Lava Jato, que apura um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, envolvendo outras empresas, políticos e partidos.

Caso a Câmara aprove a abertura de um processo de impedimento contra a presidente e essa decisão seja confirmada pelo Senado, com a instauração do processo Dilma terá de se afastar do cargo e Temer assumirá a Presidência interinamente. Se o Senado decidir cassar o mandato da petista, o vice será efetivado no cargo.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Leonardo Goy)

 

Aos gritos de 'Fora, PT', PMDB deixa governo em reunião de três minutos (na FOLHA)

  Pedro Ladeira/Folhapress  
BRASÍLIA, DF, 29.03.2016, BRASIL, - Reunião do diretório nacional do PMDB que decide a saída do partido da presidente Dilma Rousseff. (Foto Pedro Ladeira/Folhapress)
Reunião do PMDB que oficializou a saída do partido do governo da presidente Dilma Rousseff

Em menos de três minutos, o PMDB oficializou na tarde desta terça-feira (29) sua saída do governo. Aos gritos de "Brasil para frente, Temer presidente" e "Fora PT", o partido aprovou, em reunião presidida pelo vice-presidente do partido, Romero-Jucá, uma moção que determina a entrega de todos os cargos no Executivo e a punição de quem desobedecer isso.

Jucá leu a moção, de autoria do diretório regional da Bahia, assinada por Geddel Vieira Lima. O texto fala em "imediata saída do PMDB do governo com entrega dos cargos em todas as esferas do Poder Executivo Federal, importando a desobediência a esta decisão em instauração de processo ético contra o filiado".

A votação ocorreu de forma simbólica. Nos bastidores, foi decidido que não haveria exposição dos peemedebistas que se posicionassem contrários à decisão..

"A partir de hoje, nessa reunião histórica, o PMDB se retira da base do governo da presidente Dilma e ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo em nome do partido do PMDB", afirmou Jucá.

Peemedebistas frisaram, contudo, que "a partir de hoje" é uma colocação simbólica. Segundo o ex-ministro Eliseu Padilha, no entanto, "a decisão é a partir de agora". "Por óbvio, o cara não vai sair daqui correndo para arrumar a gaveta dele", acrescentou.

Nos bastidores do partido, ficou combinado que as cadeiras ocupadas pelo partido na Esplanada dos Ministérios devem ser entregues até 12 de abril.

Jucá reiterou, ao final, que cada caso será avaliado separadamente, podendo inclusive, serem avaliadas as reivindicações de alguns ministros, como Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) de se licenciar do partido.

Padilha disse, no entanto, que a licença não está prevista no estatuto da legenda. "Se houver o pedido, por óbvio vai ser avaliada essa possibilidade. Só devo antecipar que, pelo que analisei, não há essa previsão no estatuto da legenda", disse.

IMPEACHMENT

O vice-presidente do PMDB, Romero Jucá, explicou que a decisão que determina a saída do partido da base aliada do governo federal não é vinculada à postura da sigla em relação ao impeachment da presidente.

"Nós seremos independentes e vamos votar questões importantes para o país. Não teremos mais atrelamento à base do governo federal", disse. "Mas impeachment é uma questão que será tratada apenas no momento devido", acrescentou.

LISTA DE PRESENÇA

Temer não estava presente na reunião que oficializou o desembarque. Os ministros peemedebistas também não compareceram.

Nomes como José Sarney, Eduardo Paes e Sergio Cabral também não compareceram. No entanto, enviaram aliados para o encontro, como a ex-governadora Roseana Sarney e os secretários do Rio de Janeiro Pedro Paulo e Marco Antonio Cabral.

CUNHA

Primeiro peemedebista a romper publicamente com o governo e um dosmaiores adversários políticos de Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou sorrindo à reunião na qual seu partido selou o fim da aliança de 13 anos com o PT.

Assediado pela imprensa, Cunha acenou e distribuiu abraços entre os partidários que estavam no plenário. E rapidamente foi chamado a compor a mesa que presidiu a curta cerimônia que oficializou a saída do PMDB da base do governo.

Tudo começou às 15h10. Três minutos depois, o divórcio entre PMDB e PT já era oficial. "Até achei longa", disse Cunha questionado pela Folha sobre a duração do ato. "Eu teria feito em um minuto."

Um dos poucos integrantes da cúpula do partido a comparecer ao ato, Cunha disse que não poderia deixar da participar do evento. "Defendi isso antes de qualquer outro. No dia que acontece eu vou faltar?", indagou, ainda com um sorriso no rosto.

BASTIDORES DO DESEMBARQUE

A tomada de posição foi articulada pelo grupo do vice-presidente Michel Temer.

A decisão foi tomada após reunião realizada entre Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerado o "último bastião" do governismo no PMDB.

Apesar dos apelos da presidente Dilma e de seu antecessor, Lula, o Planalto não conseguiu conter a tendência de debandada do PMDB, agravada nos últimos dias com a exposição das posições anti-Dilma dos maiores diretórios estaduais da sigla, como Rio de Janeiro e Minas Gerais.

 

No Zero Hora: A articulação silenciosa de Temer

Discreto nas palavras, mas arrojado nas ações, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) concretiza hoje o ponto culminante de uma estratégia política que vem concebendo há pelo menos sete meses.

Desde agosto do ano passado, quando ouriçou o Planalto ao dizer que o país precisa de "alguém que tenha a capacidade de reunificar a todos", Temer planeja o desembarque do PMDB do governo Dilma Rousseff. Apesar da ausência na reunião do diretório nacional que irá tomar a decisão hoje à tarde, suas digitais estão em todo o processo de rompimento com o governo.

Aos 75 anos e com mais de três décadas de vida pública, Temer sempre foi um político astuto. Gravita na órbita do poder com a rara desenvoltura de quem manobra lealdades e traições ao sabor das conveniências. Foi assim que se tornou uma das poucas unanimidades no PMDB, partido que preside desde 2001. Prevendo o esfacelamento da base governista no Congresso por conta da crise política e econômica, distanciou-se do Planalto.

Leia a notícia na íntegra no site do Zero Hora

No G1: Por aclamação, PMDB oficializa rompimento com governo Dilma

O Diretório Nacional do PMDB decidiu nesta terça-feira (29), por aclamação, romper oficialmente com o governo da presidente Dilma Rousseff. Na reunião, a cúpula peemedebista também determinou que os seis ministros do partido e os filiados que ocupam outros postos no Executivo federal entreguem seus cargos.

O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, não participou da reunião que oficializou a ruptura com o governo. O encontro partidário foi realizado em um dos plenários de comissões da Câmara dos Deputados.

A decisão do PMDB aumenta a crise política do governo e é vista como fator importante no processo de impeachment de Dilma. Há a expectativa de que, diante da saída do principal sócio do PT no governo federal, outros partidos da base aliada também desembarquem da gestão petista.

Atualmente, o PMDB detém a maior bancada na Câmara, com 68 deputados federais. O apoio ao governo, porém, nunca foi unânime dentro da sigla e as críticas se intensificaram com a crise econômica e a deflagração do processo de afastamento  da presidente da República.

Na reunião desta terça, os peemedebistas decidiram que todos os seis ministros da legenda terão que deixar os cargos. Quem descumprir a medida poderá sofrer sanções. Nesta segunda (28), o então ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, sétimo ministro da legenda, entregou o cargo à presidente Dilma.

Leia a notícia na íntegra no site do G1

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Fonte:
Reuters + Folha + G1

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2 comentários

  • Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR

    Demorou! De olho na possibilidade de um vice do PMDB herdar pela terceira vez a presidência da república de seu titular, os caciques do partido finalmente resolveram abandonar o barco que afunda. Nos dois primeiros casos, tivemos uma história de fracasso e outra de sucesso. Sarney herdou de Tancredo o cargo e protagonizou um governo desastroso, quase transformando o país num Maranhão. Itamar Franco substituiu o impichado Collor e teve como mérito a implantação do plano real juntamente com o homem forte de seu governo, FHC, que depois foi eleito presidente por dois mandatos. Essa história todo mundo conhece mas o que não sabemos é a história daqui pra frente. Um vice fraco e um partido desacreditado conseguirão fazer um governo de transição? Surgirá um nome que seja forte o suficiente para conquistar a confiança e o voto da população? Ou será que daremos uma guinada mais pra esquerda ainda, colocando no poder, por exemplo, uma Marina Silva, jogando o país nas trevas por mais 4 anos? O povo é sem noção e tudo é possível.

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    • Devanir Fachi Ubiratã - PR

      Oi Carlos. A gente pensa que já viu tudo. Que o filme pode se repetir. temos que pagar pra ver. Gostaríamos que repetisse, que surgisse um novo FHC. Porém nesse momento não vislumbramos ninguém, uma pena, O meu medo está justamente nessas palavras que você colocou no final "povo sem noção", eu acrescentaria, sem memória também. Já vimos Collor ser cassado e voltar como senador. E se envolver novamente em tramoias. Parece que não aprende né? Falta cultura ao povo brasileiro, infelizmente. Abraços

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    • Valdomiro Rodante Junior Porangatu - GO

      É Sr Carlos a situação é de difícil solução, se correr o bicho pega e se ficar o bicho come, o PMDB hoje representa tudo de ruim que vem acontecendo no país, no seus quadros estão seres da pior estirpe , fisiologistas , gatunos , seres que não tem o compromisso a não ser comsigo mesmo , Marina , não merece nem comentários , pois seu marido até pouco tempo era ecretario do meio ambiente do Acre no governo do PT

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    • André Borsa Boa Esperança do iguaçu - PR

      Posso estar enganado mas dois nomes que eu acredito ajudaria o Brasil a sair do buraco seria senador Alvaro Dias e o deputado Jair Bolsonaro.

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    • Jonathan Cristiano da Silva Londrina - PR

      Desculpem o baixo calão do meu comentário, mas PMDB = Partido Meretriz do Brasil, se vendeu para todos is governos, só saiu deste pois já enxerga seu fim, logo logo retornará à situação e governara este país como sempre fez. Nada vai mudar.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Acredito que a redenção do Brasil não está nas mãos de poucos políticos, mas na atitude da maioria da população. Acredito sim na virada do jogo, pois se a "chama" (positiva) que move as pessoas continuar acesa, essa e todas as classes que promovem o desgoverno são insignificantes diante do povo.

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  • Jorge Almada São José dos Campos - SP

    A era LULA já esta acabando... caiu na incredibilidade, não consegue mais nem os dissidentes do PMDB..., ESTÁ NO FIM DE CARREIRA, e não consegue nem se salvar a si próprio. Asta la vista .......

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    • Everson M. Danguy Tuneiras do Oeste - PR

      O PMDB na minha opinião é como o PT,são todos farinha do mesmo saco!!!!

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      SE GRITA PEGA LADRÃO !!... NÃO FICA "UM" MEU IRMÃO !!!

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