Etanol: Setor segue sem incentivo e amargando aumento de tributações
Com o aumento da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre os combustíveis no final do ano passado e sem incentivos que garantam o crescimento sustentável da produção no Brasil, os preços do etanol deverão continuar subindo.
Neste ano, as chuvas beneficiaram a produção da cana-de-açúcar e a colheita já está em andamento em mais de 75 usinas no centro-sul do país. A expectativa da Unica (União das Indústrias de Cana-de-açúcar) é de que cerca de 120 unidades estejam em operação até o final do mês.
Ao contrário que do indicam os fundamento do mercado, mesmo no período de safra, os preços do etanol ao consumidor final não param de subir.
"Se temos uma grande produção de cana, sendo o etanol um subproduto da cana; e também uma boa puxada no açúcar, porque então não temos o beneficio da diminuição do preço do etanol nas bombas?", questiona o jornalista João Batista Olivi.
Para ele, o governo continuará aumentando os impostos para elevar a arrecadação, que impedirá uma livre acomodação dos preços de acordo com a regulação do mercado.
Segundo dados da Única, as vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul na primeira metade de março somaram 1,10 bilhão de litros, com apenas 53,85 milhões de litros direcionados à exportação e 1,04 bilhão de litros ao mercado interno.
Açúcar
"O açúcar que vinha se arrastando no mercado internacional, pagando de US$ 12 a US$ 13 por libra peso, voltou a subir nos últimos dias com as informações de que o El Niño quebrou a produção da Índia e Tailândia", lembra Olivi.
Na última quarta-feira (23) os futuros na bolsa de Nova York chegaram a bater US$ 16,71 cents/lb, mas depois voltaram a cair após a divulgação do relatório do Rabobank confirmando a boa safra brasileira.
Para Olivi, a partir de agora a tendência é que os preços do açúcar se acomodem no patamar de US$ 15 cents/lb.
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