Expectativas para inflação em 2016 e 2017 mostram novo alívio, com ajuda do câmbio
Por Bruno Federowski e Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - Após recentes sinais de alívio na alta dos preços diante do cenário econômico recessivo, a perspectiva para a inflação neste ano continuou em trajetória de queda, com redução também na projeção para o dólar.
Na pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, a estimativa para a alta do IPCA no final deste ano foi reduzida em 0,12 ponto percentual, para 7,31 por cento. Ainda assim, continua bem acima do teto da meta do governo, de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos.
O IPCA-15 de março, divulgado na semana passada, mostrou que a forte recessão enfrentada pelo país começa a ter efeito sobre os preços. O índice desacelerou a alta a 0,43 por cento no mês e alcançou 9,95 no acumulado em 12 meses, ficando abaixo de 10 por cento pela primeira vez desde outubro.
Para o ano que vem, a pesquisa Focus mostrou inalterada a expectativa de que a inflação encerrará a 6 por cento, no limite máximo da meta do governo, de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual.
O dólar também tende a ajudar, com a expectativa na pesquisa com uma centena de economistas caindo a 4,15 reais no fim de 2016, contra 4,20 reais na semana anterior. Para 2017 a conta diminuiu a 4,20 reais, ante 4,30 reais.
Ainda segundo o Focus, não houve mudanças nas expectativas para a taxa básica de juros, motrando a Selic a 14,25 por cento no final de 2016 e a 12,50 por cento em 2017.
Para o Produto Interno Bruto, as estimativas pioraram mais uma vez e agora a contração neste ano é estimada em 3,66 por cento, contra 3,60 por cento na pesquisa anterior. O crescimento em 2017 é calculado em apenas 0,35 por cento, sobre 0,44 por cento anteriormente.
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