Planilhas de secretária da Odebrecht foram cruciais para nova fase da Lava Jato

Publicado em 22/03/2016 07:17

Na Veja

Informações da secretária Maria Lúcia Tavares, secretária do Grupo Odebrecht responsável por catalogar o fluxo de propina pago pela empreiteira, foram cruciais para que os investigadores pudessem deflagrar hoje a nova etapa da Operação Lava Jato, batizada de Xepa. Maria Lúcia tinha detalhados a contabilidade paralela e o pagamento de propina e passou a colaborar com os investigadores. Em um primeiro momento, a secretária chegou a apresentar uma versão fantasiosa para o termo acarajé identificado em mensagens eletrônicas reunidas pela Lava Jato e disse que se tratava do quitute baiano, embora a polícia já tivesse identificado o uso da expressão como senha para o pagamento de propina. Na 26ª fase da Lava Jato, que tem a Odebrecht como foco principal, estão sendo cumpridos 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e quatro mandados de prisão preventiva.

Polícia Federal cumpre ao menos 15 mandados em 26ª fase da Lava Jato

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(Reuters) - A Polícia Federal realiza nesta terça-feira a 26ª fase da operação Lava Jato para cumprir 15 mandados de prisão, 28 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão tendo como alvo principal a empreiteira Odebrecht, suspeita de realizar pagamento de vantagens indevidas a pessoas com vínculos com o poder público em todas as esferas, informou a PF em nota.

A operação chamada Xepa é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato, chamada Acarajé, que resultou na prisão do marqueteiro do PT João Santana por suspeita de receber pagamentos ilegais da Odebrecht no exterior, segundo a PF.

Os policiais cumprem os mandados judiciais nos Estados São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

Segundo a PF, "há indícios concretos" de que a Odebrecht utilizou operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para fazer os pagamentos ilegais.

(Reportagem de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)

Lava Jato mira pagamento de propinas pela Odebrecht e cumpre 15 mandados de prisão

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RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal lançou nesta terça-feira a 26ª fase da operação Lava Jato para cumprir 15 mandados de prisão tendo como alvo principal a empreiteira Odebrecht, suspeita de realizar pagamento sistemático de propinas a pessoas ligadas ao poder público em todas as esferas devido a contratos firmados pela empresa em diferentes áreas de atuação.

A operação chamada Xepa é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato, chamada Acarajé, que resultou na prisão do marqueteiro do PT João Santana por suspeita de receber pagamentos ilegais da Odebrecht no exterior, disse a Polícia Federal em comunicado.

Segundo a PF, as investigações apontaram que o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, já condenado a 19 anos de prisão em uma ação separada da Lava Jato, não apenas tinha conhecimento dos pagamentos ilícitos, mas também comandava diretamente o pagamento de algumas dessas vantagens indevidas, inclusive no caso de Santana.

De acordo com o Ministério Público Federal, as investigações colheram indícios de que foi instalado dentro da Odebrecht um setor profissionalmente organizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela empreiteira. O esquema era utilizado pelo menos até o segundo semestre de 2015.

"A partir da análise de e-mails e planilhas apreendidas, apurou-se que pelo menos 14 executivos de outros setores do Grupo Odebrecht, que demandavam 'pagamentos paralelos', encaminhavam aos funcionários as diversas solicitações de pagamentos ilícitos, de forma que a contabilidade paralela e a entrega dos valores espúrios ficassem centralizados nesta estrutura específica", afirmou o MPF em comunicado.

"Essas evidências abrem toda uma nova linha de apuração de pagamento de propinas em função de variadas obras públicas", acrescentou.

Além dos mandados de prisão, policiais federais cumprem 67 mandados de busca e apreensão e 28 mandados de condução coercitiva nos Estados São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. A PF e o MPF não revelaram os nomes dos alvos da operação. Segundo o Ministério Público, os investigados são empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados à Odebrecht.

Nas investigações a polícia identificou material indicando a realização de entregas de recursos em espécie a terceiros indicados por altos executivos da Odebrecht nas mais variadas áreas de atuação do conglomerado empresarial.

"Há indícios concretos de que o Grupo Odebrecht se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para a disponibilização de tais recursos", disse a PF.

A Odebrecht é uma das principais empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato, que envolve a Petrobras, outras empresas partidos e políticos.

O empresário Marcelo Odebrecht foi condenado neste mês a 19 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa devido ao pagamento de 109 milhões de reais e 35 milhões de dólares a funcionários da Petrobras como parte do esquema de propina para obtenção de contratos da estatal.

(Reportagem de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro,)

Na Veja: PF deflagra 26ª fase da Lava Jato e mira Odebrecht

A Polícia Federal deflagrou na madrugada desta terça-feira a 26ª fase da Operação Lava Jato. Agentes cumprem mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Piauí e Distrito Federal. O principal alvo da ação é a empreiteira Odebrecht.

Cerca de 380 policiais federais cumprem 110 mandados: 67 de busca e apreensão, 28 de condução coercitiva, 11 de prisão temporária e 4 de prisão preventiva. A ação de hoje, batizada Xepa, é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato, a Operação Acarajé, que prendeu o marqueteiro do PT, João Santana, e a mulher dele, Mônica Moura. Santana aparecia em planilhas de pagamento da Odebrecht como 'Feira'.

Durante as investigações decorrentes da Acarajé, a PF detectou um esquema de contabilidade paralela da empreiteira destinado ao pagamento de propina a agentes "com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as esferas", informa a corporação. Os destinatários da propina eram indicados por altos executivos da Odebrecht.

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Fonte:
Reuters + Veja.com

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