Milho fecha com mais de 1% de alta na BM&F com oferta brasileira ajustada e demanda aquecida
Os preços do milho no mercado futuro brasileiro fecharam mais uma sessão de alta nesta quinta-feira (10). Os vencimentos mais negociados fecharam o dia com ganhos de mais de 1% nas posições mais próximas - março/16 e maio/16 - que terminaram cotados a, respectivamente, R$ 47,10 e R$ 44,18 por saca. O vencimento setembro/16 também subiu, mas o ganho foi de 0,53% para R$ 36,16.
Segundo explicou o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildebrandt, essas altas podem ser registradas, apesar de uma nova baixa do dólar, pelo estoque ainda muito ajustado do grão no país, principalmente para essas primeiras posições. "Como o estoque de passagem é muito pequeno e a safra de verão é pequena, o milho tende a continuar disputado", diz.
Por outro lado, ainda segundo Hildebrandt, o contrato setembro/16, o qual refere-se à safrinha, já mostra uma certa pressão ou, ao menos, uma limitação dos ganhos. "A safrinha ainda não está definida, depende de muita chuva", explica o analista. "Mas, definido está que teremos uma segunda safra razoável ou boa", completa.
No porto de Paranaguá, o milho disponível fechou com R$ 39,00 por saca. Já o mercado a futuro, com embarque em meados de setembro, não registrou referências expressivas nesta quinta.
Além disso, como afirma o zootecnista da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro, um atraso da chegada da safra de verão também estimula as cotações do milho, bem como a demanda interna ainda muito forte, que são fatores que também dão sustentação ao mercado, principalmente no curto prazo.
Já no médio e longo prazo, os preços poderiam vir a iniciar um movimento de baixa para as cotações, a partir de meados de abril. Por outro lado, essa movimentação dependeria, ainda, de outros fatores, como o andamento do dólar frente ao real, a continuidade da demanda e o comportamentodos produtores.
Dólar e Mercado Internacional
No mercado internacional, os preços do milho também fecharam em campo positivo e com altas significativas ao considerar a estabilidade das cotações nas últimas semanas. Os ganhos foram de 1,25 a 3,50 pontos nas posições mais negociadas, com o setembro/16 encerrando o dia com US$ 3,72 por bushel, e o dezembro/16 a US$ 3,80.
Entre outros fatores, os analistas internacionais atribuem essas altas em Chicago a uma baixa do dólar, não só frente ao real, mas também a outras moedas, como o euro por exemplo. No Brasil, a divisa fechou a sessão desta quinta-feira com queda de 1,50% e valendo R$ 3,6414. Esse é o menor nível para o dólar desde 31 de agosto do ano passado.
"O fator político é o grande direcionador da moeda e assim será por algum tempo", disse o economista da corretora Lerosa Investimentos Carlos Vieira. Ainda nesta quinta, o Ministério Público de São Paulo fez uma denúncia ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o mercado, prontamente, reagiu.
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Segundo explicam analistas internacionais, além do dólar, o reajuste de posições e mais os bons números vindos das exportações semanais norte-americanas divulgados hoje contribuem para esse avanço das cotações. O vencimento dezembro/16, por volta de 12h45, era cotado a US$ 3,80 por bushel.
De acordo com o reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), foram as vendas do cereal somaram 1.192,3 milhão de toneladas, sendo 1.172,3 milhão da safra 2015/16 - contra 1.097,6 milhão da semana anterior - e mais 20 mil da safra nova. As expectativas do mercado variavam entre 800 mil e 1,2 milhão de toneladas.
O maior comprador do grão norte-americano foi o México, com 339,1 mil toneladas do atual ano comercial. E desta temporada, as vendas acumuladas dos EUA já somam 28.996,3 milhões de toneladas, 20% a menos do que o registrado há um ano.
Ainda assim, faltam novidades consistentes para que esse mercado busque uma mudança de direção ou novos patamares de preços. Os negócios seguem caminhando de lado, com os especuladores ainda fora do mercado de commodities agrícolas.
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