Preços do leite ao produtor registram alta de 11% em relação à fevereiro de 2015, mas elevação nos custos supera os 20%. Margens estão apertadas
Os preços do leite pagos aos produtores registraram mais um mês de alta. No pagamento de fevereiro, referente à captação em janeiro, o aumento foi de 1,7% na comparação com a remuneração anterior.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, considerando a média nacional, o litro ficou cotado, em média, em R$ 0,983. Assim, levando em consideração o período de novembro/15 a fevereiro/16 - quando os preços tomaram trajetória de alta -, a valorização acumulada chega a 2,5% e 11,1% na comparação com fevereiro do ano passado.
"Normalmente nos temos um recuo na captação de leite a partir de dezembro, mas esse ano as quedas tem sido mais fortes em função de aumento no custo de produção, menor investimento, e em alguns casos produtores até reduzindo rebanhos na tentativa de conter os custos", explica o zootecnista da Scot Consultoria.
Segundo o Índice Scot Consultoria para a Captação de Leite, em janeiro de 2016, a produção, considerando a média nacional, diminuiu 2,5%, em relação ao mês anterior. E a expectativa para fevereiro é de queda de 1,4% a 1,5%.
Para o pagamento de março de 2016 (produção de fevereiro/16), 75% dos laticínios pesquisados acreditam em alta dos preços ao produtor, 18% falam em manutenção e os 7% restante estimam queda para o produtor.
Ribeiro afirma que a entressafra deve continuar mantendo os preços do leite ao produtor em alta, permanecendo até junho e julho nas bacias do Brasil central, e até maio para o sul do país.
Outro fator importante para destacar é que as indústrias de laticínios estão repassando as altas de preços para os produtos lácteos no atacado, o que possibilita reajustes positivos na fazenda.
"Hoje a margem de comercialização do leite longa vida está em 26,3%, frente a um pico que tivemos em outubro do ano passado de quase 40% de margem", destaca o zootecnista.
Apesar da valorização os pecuaristas ainda enfrentam custos em patamares bastante elevados. "Para fazer uma comparação o preço hoje do produtor subiu 11% na relação com fevereiro do ano passado, mas o custo registrou um aumento de 20% no igual período", alerta Ribeiro.
De acordo com levantamento da Scot, são esperadas ligeiras quedas nos preços dos farelos e fertilizantes nos próximos meses. Para o milho o mercado deve perder sustentação a partir de março/2016.
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