Produção de uvas e pêssego é prejudicada pelo clima no RS
No decorrer desta safra o clima tem sido muito prejudicial à viticultura. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, não houve frio suficiente no inverno para a hibernação, e a quebra de dormência proporcionou uma brotação desuniforme. Isso porque no início de agosto houve um período de calor, antecipando a brotação, e em meados de setembro ocorreu geada, afetando parreirais situados em regiões mais baixas, comprometendo a produção, em alguns casos com perdas acima de 80%.
O excesso de chuvas por longos períodos também causou prejuízos aos parreirais, impedindo o produtor de realizar os tratamentos fitossanitários. A antracnose e principalmente o míldio têm sido presença constante nos vinhedos. De um modo geral, estima-se uma queda de 50% da produção inicialmente prevista. Além das doenças ocorridas durante a fase vegetativa e desenvolvimento das bagas, agora, no período de colheita, com as condições de tempo adversas, devido as chuvas frequentes e o calor, têm ocorrido doenças características da fase de colheita, como as podridões de bagas, ocasionadas pelos fungos Botrytis e Glomerella.
Em Dois Lajeados, município que detém a maior área de cultivo e a maior produção de uvas do Vale do Taquari, o mercado apresenta grande procura das agroindústrias, com ofertas de preços acima do preço mínimo da uva e pagamento à vista por parte de algumas agroindústrias. Para uvas americanas tintas, como Bordô e Couderc, os produtores estão recebendo até R$ 1,50/kg. Para a uva Concord, popularmente conhecida como Francesa, os produtores recebem em média R$ 1,00/kg. A graduação mínima de 15º Babo não está sendo levada em conta pelas agroindústrias, pois a maior parte da uva colhida está bem abaixo desse parâmetro.
Em Vale Real, maior produtor de uvas do Vale do Caí, o mercado encontra-se aquecido e os preços em alta, devido à demanda pelo produto e à baixa produção. A colheita está adiantada e atinge 50% da safra. As produtividades variam de 3.000 kg/ha a 10.000 kg/ha. De acordo com técnicos da Emater/RS-Ascar, os parreirais podados mais cedo apresentam uma melhor produtividade.
Pêssego - Essa cultura também sofreu reveses na produtividade e qualidade das frutas, impostos pelas adversidades climáticas ocorridas nos períodos de inverno e primavera. Na região serrana, está acelerada a colheita da variedade Eragil, fruta com características bem marcantes, como o calibre avantajado, a polpa amarela, formato com bico grande e carroço solto. Mesmo as variedades mais tardias foram severamente afetadas pelo efeito do clima, com redução da produtividade, considerável número de frutas malformadas, sabor e coloração deficientes.
Abacaxi - No município de Terra de Areia, a cultura está em pleno desenvolvimento, com 48% das frutas já colhidas. Atualmente são em torno de 340 ha cultivados com abacaxi no município, envolvendo em torno de 110 famílias. A produtividade esperada fica em torno de 21 toneladas por hectare.
Os preços praticados estão estáveis, com preço médio de R$ 1,60/fruto na lavoura.
A semana foi estável para a piscicultura na região de Erechim. Os tanques estão com alta taxa de renovação de água e as altas temperaturas favoreceram o crescimento dos peixes. Para os agricultores da região do Alto Uruguai, a piscicultura é uma atividade complementar nas propriedades rurais. Algumas iniciativas com produção mais intensiva começam a despertar em alguns municípios, o que tem tornado a atividade mais profissional e produtiva. Segue o povoamento dos tanques com espécies de carpas, traíras e tilápias. Há falta de oferta de peixe no mercado consumidor.
Já na Lagoa Mirim, a pesca artesanal está em período de defeso até o dia 1° de fevereiro, período em que a pesca é proibida para a reprodução das espécies locais e durante o qual o pescador fica recebendo o seguro defeso. Esta bacia abrange principalmente os municípios de Rio Grande, Arroio Grande, Jaguarão, Santa Vitória do Palmar e Chuí, no que se refere à pesca artesanal. Assim, alguns pescados estão sem cotação.
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