Super safra de café no Brasil é um equívoco. Baixo crescimento vegetativo no início de 2015 e queda de frutos podem comprometer produção
Ao final de 2014, os futuros do café na Bolsa de Nova York trabalham entre US$ 2,20 a US$ 2,30 por libra peso, hoje as cotações na ICE operam próximo de US$ 1,20 por libra peso. Segundo o Presidente do Sincal (Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite), Armando Matielli, neste período não houve nenhum fator que fundamentasse a queda brusca dos preços nos último ano.
As estatísticas dos preços das commodities mostram que o café arábica apresentou a maior queda (24%) nas cotações em 2015. Para Matielli essa situação é um contra senso perante as produções dos últimos anos, já que no Brasil - maior produtor mundial - o setor passa pela terceira quebra consecutiva, e outras regiões produtoras também têm apresentado problemas.
Além disso, "aumentou o consumo de café a nível mundial, principalmente os cafés especiais, ou seja, todos os fatores conspiravam para que houvesse uma manutenção de preço nos US$ 2,30 por libra peso", considera o presidente afirmando que as cotações tem se baseado na paridade do dólar, por isso vem apresentando quedas consecutivas.
Segundo ele, a afirmação de que os produtores precisam continuar exportando bons volumes para não perder a participação no mercado, só prejudica ainda mais a formação dos preços. "Nós temos uma política que prejudica o setor produtivo, por exemplo, se mantivesse o nível de US$ 2,20 por libra peso nós teríamos uma receita no setor da cafeicultura de 4,5 bilhões de dólares na balança comercial neste ano", declara.
Produção
Além do mais, os dados divergentes sobre a produção no Brasil também é um fator que afeta o setor cafeeiro no país. Nos dois últimos anos, por exemplo, as exportações totalizaram pouco mais de 70 milhões de sacas, e o consumo interno cerca de 40 milhões/sc. Com isso seria necessário uma produção de aproximadamente 100 milhões neste período para atender a demanda, no entanto, os dados oficiais da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam a produção das safras 2014/16 e 2015/16 em 88 milhões de saca somadas, sendo necessários então a utilização dos estoques de passagem, que segundo a Companhia também eram baixos.
Matielli lembra ainda que o problema climático do ano passado, reflexo do fenômeno climático El Niño, também prejudicou o desenvolvimento das plantas para a safra 2016/17, o que deve comprometer o potencial produtivo das lavouras. Com o baixo crescimento vegetativo, e a queda de fruto - principalmente nas lavouras mais antigas - "a produção brasileira de arábica não deve chegar a 50 milhões de sacas", considera o presidente.
1 comentário
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alexandre maroti nova resende - MG
O preço do café está sem rumo (mercado desorientado), mas a realidade é outra.., concordo com o sr Matielle, tivemos problemas trazidos pelo clima, com isto os cafezais ao desenvolveram como esperávamos..., os frutos de lavouras mais velhas tão caindo muito, a ferrugem está atacando (resultado das chuvas). Portanto, os numeros de previsão de safra estão exagerados.
A realidade só vai aparecer lá para março quando ver que a colheita não é nada do que estão falando as lavouras não crescerão os ramos que produz café ainda mais com os preços dos adubo a maioria das lavouras estão só com uma adubação a tendência é de cada ano a produção cair mais ainda com esse preço de café não tem como tratar das lavouras como antes mais tem uma política suja envolvida com esse mercado que não deixa o café subir de geito nenhum vamos ver até cuando eles vão conseguir a segurar esse preço.