Na VEJA (exclusivo): A rotina dos internos do pavilhão 6 (presos da Operação Lava-Jato)

Publicado em 10/01/2016 11:25
O cotidiano de grandes empreiteiros, políticos e outros presos por envolvimento no maior escândalo de corrupção da história...

Caneca de plástico numa mão, tubo de pasta na outra, o interno 118065 tem apenas mais dois colegas de cela. Ele escova os dentes enquanto os outros dois se levantam para usar o "boi", como é chamada no dialeto da cadeia a latrina rente ao chão que fica ao lado do tanque, separada das camas por uma meia parede. Antes que o ralo café da prisão seja servido, o interno 118065 planeja seu dia: exercícios físicos, leitura e anotações.

Para Marcelo Odebrecht, é mais um de seus 205 dias em prisão cautelar, situação em que aguarda o desenrolar do processo a que responde por corrupção, fraude e lavagem de dinheiro no escândalo do petrolão. Ele e os outros presos da Lava-­Jato são as estrelas do Pavilhão 6, com suas celas, em geral de 12 metros quadrados, ocupadas por três pessoas. São, portanto, 4 metros quadrados para cada uma - metragem acima dos padrões humanitários da União Europeia e aceitos no Brasil, sem os quais eles estariam sendo submetidos a tratamento degradante.

Desde que a Operação Lava-Jato eclodiu, revelando aos brasileiros o maior esquema de corrupção da história, dezenas de empresários poderosos e alguns dos políticos mais influentes da República enfrentam uma realidade incomum. A tradição de impunidade foi trancafiada. É uma realidade sem precedentes. Marcelo Odebrecht está em companhia de outros catorze presos em sete celas de uma galeria antes reservada apenas a policiais que cometeram crimes. São grandes empresários como ele, executivos, ex-­diretores da Petrobras, lobistas, dirigentes partidários e políticos. Corruptos e corruptores. Tubarões e peixes pequenos envolvidos nos bilionários desvios de dinheiro da Petrobras durante os governos do ex-­presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff dividindo o mesmo espaço e compartilhando a mesma rotina.

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu é o interno número 119526. Ele divide a cela 602 com o ex-deputado Luiz Argôlo. Preso há 160 dias, Dirceu fez fortuna traficando influência no petrolão. Já Argôlo era um cliente contumaz do esquema. Dirceu passa as horas mergulhado em livros, sendo o mais recente a obra que retrata os primeiros anos de governo do ex-­presidente Fernando Henrique Cardoso. Seus amigos explicam que a leitura de Diários da Presidência é uma forma de estudar os adversários tucanos. Pode até ajudar na formação de caráter, mas a motivação intelectual do ex-­ministro é outra. Dirceu lê e produz resenhas para abater os dias de pena. Condenado a sete anos e onze meses de prisão no escândalo do mensalão, ele sabe que se avizinha uma nova e pesada condenação. Aos 69 anos, o "capitão do time" de Lula intui que suas chances de absolvição são remotas. Deve passar mais um bom tempo atrás das grades. Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, "o cadeieiro", como ele mesmo se define, embolsou 39 milhões de reais em propinas.

Já Luiz Argôlo nunca foi muito afeito a assuntos acadêmicos. Ele até tentou, mas não conseguiu, concluir um curso de administração. Em alguns ramos do conhecimento, a prática de fato suplanta a teoria. Durante anos, ele administrou como poucos a coleta de propina. Era tão eficiente que ganhou da quadrilha um helicóptero de presente. Os 275 dias de prisão, porém, afloraram o seu lado intelectual. Em Pinhais, além de ler livros para abreviar os dias na cadeia, o ex-­deputado se dedica a um curso profissionalizante do Senai. Está aprendendo técnicas de automação. Pensando no futuro, ele se inscreveu no Enem, fez as provas e, na semana passada, aguardava ansioso o resultado. Caso tenha se classificado, a Justiça poderá autorizar sua saída da penitenciária para assistir às aulas em uma faculdade do Estado - dependendo, claro, do comportamento.

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Vandalismo, roubalheira e mentira nos braços do PT

Veja as notas de FELIPE MOURA BRASIL, (de VEJA.COM)

 

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– Protestos do Movimento Passe Livre têm vandalismo, como sempre. É a ira contra os centavos da tarifa, após indiferença a bilhões do petrolão.

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Agência bancária depredada em SP

– Na Central do Brasil, no Rio, vandalismo do MPL começou quando grupo atirou pedras contra policiais, que revidaram com bombas de efeito moral.

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Gente que já vai pronta, sabe?

– Época: “Um físico condenado por planejar atentados da al-Qaeda na França veio parar no Rio, ganhou bolsa do governo e hoje dá aulas numa universidade pública”. Será o professor do MPL?

– México recaptura El Chapo. Bélgica rastreia terrorista de Paris. Brasil… Bem, Brasil corta 133 milhões da PF para evitar prisão do chefe.

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El Chapo

– Lewandowski nega soltura de Marcelo Odebrecht, alegando que ele poderia obstruir investigações. O ministro sabe que estamos atentos a trapaças no STF.

– Felipão assumiu seleção após rebaixar Palmeiras. Joaquim Levy assume Banco Mundial após rebaixar Brasil. Viva a meritocracia. Viva o 7 a 1.

– Sabotagem de Dilma não isenta Levy de culpa por rebaixamento do Brasil. Ele devia saber. Ninguém que embarca no governo do PT sai inocente.

– Radar: 65% dos entrevistados em pesquisa do Instituto Ideia Inteligência não concordaram com afirmação de que Lava Jato impede recuperação econômica do Brasil, contra apenas 10% que concordaram; e 88% foram contra ideia de que operação deve ser paralisada para não prejudicar economia. Mentira petista perdeu.

– Jaques Wagner: “Governo não tem coelho na cartola para retomar crescimento”. Por que Dilma não avisou isso aos eleitores em 2014? Porque essa cartola está cheia de ratos / suas ideias não correspondem aos fatos…

– Toda roubalheira petista é justificada como modo de ajudar pobres, gerar emprego, recuperar economia. Nada disso acontece; só PT e seus cúmplices ficam ricos.

capa veja

Oh, que dó!

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

“Ação, Reação, Xeque-mate” e outras cinco notas de Carlos Brickmann

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

O governo demorou para encontrar o caminho da reação, mas o trabalho que realiza contra a Operação Lava Jato é hoje visível: corte de verbas da Polícia Federal, intensa mobilização de jornalistas aliados, especialmente nas redes virtuais, mas não exclusivamente nela, contra delegados, promotores e o juiz Sérgio Moro (só no dia 7, esta coluna recebeu, de apenas um dos profissionais engajados, quatro ataques pesados ao juiz e à PF ─ num deles, fala-se em “quadrilha Moro”), tentativas de vitimizar os inocentes pixulequeiros presos em Curitiba.

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‘Alerta de Ano-Novo’, um texto de Roberto Pompeu de Toledo

Publicado na versão impressa de VEJA

O senhor Custódio está preocupado. Ele é um veterano de inflações. Quando jovem, viveu os 81,99% de 1963 e os 86,46% de 1964. Já maduro, tendo de arcar com as próprias contas, lembra dos 220,6% de 1984 e dos 235,13% de 1985. E os primeiros anos 1990 então? Lá foi o índice para taxas astronômicas. Em 1990 foi de 1 475,71%; em 1992, de 1 158%; em 1993, de 2 780,6%. Em corrida desenfreada, o Brasil passou, nessas três décadas, das dezenas para as centenas, e das centenas para os milhares. O sr. Custódio está preocupado com a inflação de dois dígitos e as notícias de suspeitas reorientações da política econômica do governo e, como teme que muitos brasileiros, especialmente os 40% nascidos depois de 1990, não tenham ideia do que é viver com altas taxas, franqueou ao colunista seus registros de despesas dos anos 1993-1994, vésperas do Plano Real.» Clique para continuar lendo

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veja.com

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