Safra 2015/16: Lavouras de soja de MT são devastadas pelo tempo quente e seco
Lavoura de soja em Nova Mutum/MT - Foto enviada pelo engenheiro agrônomo Vinícius Eduardo
As atuais condições climáticas vêm castigando as lavouras de soja da safra 2015/16 de Mato Grosso. As chuvas no estado estão bastante irregulares e abaixo da média, além de elevadas temperaturas. As consequências do cenário têm sido, portanto, de extensas áreas com plantas mortas, campos extremamente secos e onde até mesmo o replantio se tornou inviável.
O vídeo a seguir, enviado pelo engenheiro agrônomo Sokolowski, mostra a situação de uma área no município de Nova Mutum. "As plantas estão praticamente mortas, as lavouras foram devastadas pela seca", diz ele.
Em alguns casos, os sojicultores até optaram pela resemeadura e também a perderam. E segundo um levantamento feito pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), o custo com esse processo no estado foi de 7,8% a mais para o produtor local.
O instituto trouxe ainda, em seu boletim semanal, uma redução de suas estimativas para a produtividade - para 50,8 sacas por hectare - e da produção do estado, agora com 1 milhão de toneladas a menos e podendo chegar a 28,03 milhões. O rendimento nesta safra poderá, se confirmado, ser o menor desde a temporada 2012/13.
"O clima durante o desenvolvimento da nova safra, sobretudo em janeiro e fevereiro, será decisivo para a consolidação dos dados, de forma que continuidades de baixo volume de chuvas podem trazer reflexos ainda maiores", informou o Imea.
Lavoura de soja em Sorriso/MT morrendo pela falta de chuvas - Foto de Matheus Cerutti
E a situação se repete em outros municípios como Sorriso e Sinop. Na primeira, de acordo com o presidente do Sindicato Rural, Laércio Pedro Lenz, as lavouras já apresentam quebra de até 60% e algo entre 9 e 10% da área foi replantada. O vídeo abaixo, de Lafaiete Teixeira Lopes, mostra as plantações em 8 de dezembro sofrendo com o estresse hídrico, com números de vagens no pé bem abaixo do normal. Até o último dia 14, a situação só se agravava, como mostra o vídeo a seguir, também enviado por Lopes.
No estado, as plantações se encontram em um dos estágios em que a presença da água é ainda mais determinante, que é a do enchimento de grãos. E, ainda segundo explicou Lenz, os pés de soja estão abortando as vagens e se desenvolvem com extrema dificuldade. Além disso, o calor excessivo e o tempo seco favorecem ainda o aparecimento mais intenso de pragas, como a mosca branca, que é uma preocupação na região.
No link abaixo, veja a entrevista de João Batista Olivi, nas lavouras de Sinop, com o vice-presidente do Sindicato Rural local, Leonildo Barei, sobre as já bastante severas perdas registradas até o momento na região. Nesse caso, as lavouras semeadas mais cedo são as que mais sofrem. "A maioria das lavouras não recupera, elas mal conseguiram encher o grão, as áreas plantadas dentro do mês de outubro não tem mais o que fazer. E as lavouras cultivadas em novembro a situação é mais critica, porque o estresse hídrico impediu que as plantas saíssem do chão", alerta o presidente", diz Barei.
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