Clima de revolta em Juína-MT após morte de dois rapazes por índios da etnia Enawenê-nawê
Dois homens foram seqüestrados e mortos na última quarta-feira (9) após passarem por um bloqueio para cobrança de pedágio feito por índios da etnia Enawenê-nawê, na BR-174 entre Juína, a 737 km de Cuiabá e Rondônia (MT).
O corpo de Genes Moreira dos Santos Júnior, de 24 anos, e Marciano Cardoso Mendes, de 25, foram entregues à Polícia Federal na tarde de sábado (12). As famílias acreditam que eles foram seqüestrados pelos índios depois de um desentendimento no local do pedágio.
Segundo o prefeito de Juína, Hermes Bergamin, o assassinato foi testemunhado por um funcionário da Funai (Fundação Nacional do Índio) que depõe na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Federal de Cuiabá.
"O funcionário foi até a reserva para ver se conseguia retirar os homens, e acabou acompanhando todo o acontecimento”, explica o prefeito afirmando que a sede da Funai no município permanece fechada desde o sumiço dos rapazes.
O clima na região é de indignação e os moradores cobram que alguma medida seja tomada em relação aos indígenas. No sábado, familiares e amigos dos dois jovens fizeram um protesto e bloquearam duas rodovias de Mato Grosso.
"A polícia federal já tem um pré-depoimento da Funai, eles já estiveram dentro da reserva também, então esperando que a justiça seja feita e que os culpados presos", ressalta Bergamin.
De acordo com reportagem do G1 os indígenas, mesmo após a morte de Genes e Marciano, continuam com três pontos de pedágio na BR-174, entre Juína e Vilhena (RO). O pedágio feito por eles é de R$ 20 para motocicletas, R$ 50 para caminhonetes e carros pequenos e até R$ 100 para ônibus e caminhões.
No trecho onde ocorre a intervenção, a prefeitura municipal está pedindo o apoio da Polícia Rodoviária Federal para controlar os pedágios organizados pelos indígenas, e os confrontos que ocorrem na região.
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