No G1 MT: Índios continuam cobrando pedágo após sequestro e morte de jovens

Publicado em 14/12/2015 09:30
Jovens estavam desaparecidos desde a última quarta-feira (9). Polícia Federal abriu inquérito para apurar crime.

Índios da etnia Enawenê-nawê continuam bloqueando e cobrando pedágio na BR-174 entre Juína, a 737 km de Cuiabá, e Rondônia, após o sequestro e morte de dois rapazes na última quarta-feira (9). Genes Moreira dos Santos Júnior, de 24 anos, e Marciano Cardoso Mendes, de 25, seguiam para a divisa de Rondônia com a Bolívia, onde comprariam enxovais para revenderem em Juína, quando se envolveram em um desentendimento no local do pedágio.

A informação de que o pedágio segue montado na rodovia federal foi confirmado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na região, segundo a PRF, são constantes as cobranças de pedágios e bloqueios pelos índios da aldeia Enawenê-nawê, localizada entre Comodoro, a 677 km da capital, e Juína. E, antes da morte dos dois amigos nesta semana, outros conflitos já foram registrados naquele trecho.

Genes Moreira dos Santos Júnior (à esquerda) e Marciano Cardoso Mendes (à direita) foram mortos (Foto: Arquivo pessoal)

Genes Moreira dos Santos Júnior (à esquerda) e Marciano Cardoso Mendes (à direita) foram mortos (Foto: Arquivo pessoal)

A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o sequestro e a morte dos dois rapazes. Depoimentos foram colhidos e, segundo a PF, os índios informaram que vários deles foram responsáveis pelo crime. A polícia, no entanto, já teria identificado alguns dos autores das mortes e deve pedir, ainda nesta semana, a prisão dos responsáveis.

Os corpos dos jovens foram entregues pelos índios por volta das 15h30 de sábado (12). Segundo Alzira Reis de Oliveira, amiga da família, os corpos estavam enrolados em uma lona preta e começaram a ser velados por volta das 23h30, no ginásio de esportes de Juína. O enterro ocorreu por volta das 11h deste domingo (13), no cemitério municipal.

“Eles foram entregues à polícia nus e foram mortos com requintes de crueldade. Genes levou seis tiros, sendo um na cabeça, e ainda quebraram o maximilar dele. Já o Marciano foi evidentemente torturado”, afirmou.

Manifestação
Moradores de Juína e familiares das vítimas fizeram uma manifestação neste sábado, bloqueando a BR-174 e MT-170 e queimando pneus nas rodovias. A irmã de Genes, Irene Henrique dos Santos, afirmou ao G1que, neste domingo, houve carreata na cidade em protesto pela morte dos dois amigos. Indignada com o crime, Irene disse que os manifestos irão continuar ocorrendo na cidade “até que as autoridades competentes tomem alguma providência”.

“A vida do Genes e do Marciano não era simplesmente alguma carne que você joga fora. Os índios terão o que estão procurando. A partir de amanhã, voltaremos a fazer manifestações na cidade, a bloquearmos as rodovias. Não queremos apenas justiça. Queremos de volta a caminhonete dos meninos, os pertences deles, o relógio que meu irmão usava, os celulares e os R$ 15 mil que eles levavam para fazerem compras”, afirmou.

Segundo Irene, os corpos dos jovens foram entregues pelos índios à polícia sem roupa ou qualquer documento. De acordo com ela, as vítimas eram conhecidas dos índios pois faziam aquela rota frequentemente, o que causou mais revolta à população.

No G1 MT: Índios entregam à polícia corpos de amigos que tinham sido sequestrados

Os corpos dos dois amigos que haviam sido sequestrados por índios da etnia Enawenê-nawê na última quarta-feira (9) em Mato Grosso foram entregues à Polícia Federal na tarde deste sábado (12). Genes Moreira dos Santos Júnior, de 24 anos, e Marciano Cardoso Mendes, de 25, foram levados pelos índios após passarem por um bloqueio para cobrança de pedágio feito, na BR-174 entre Juína, a 737 km de Cuiabá e Rondônia.

As famílias acreditam que eles foram sequestrados pelos índios depois de um desentendimento no local do pedágio. A Polícia Federal, que investiga o caso, informou que os policiais estavam conversando com as lideranças da aldeia desde esta sexta-feira (11) e haviam dado um prazo para que os corpos fossem apresentados até às 12h deste sábado. Caso contrário, teriam início as prisões de indígenas.

Os índios entraram em contato com a delegacia de Polícia Civil de Juína às 11h desse sábado e marcaram um encontro próximo ao bloqueio realizado por eles no dia do desaparecimento dos jovens, a 120 km de Juína, para a entrega dos corpos. Segundo a polícia, os índios estavam vestidos com roupas de guerra e entregaram os corpos, que já estavam em estado de decomposição.

Os corpos foram enviados ao Instituto Médico Legal (IML) de Juína. A polícia colheu depoimentos e foi aberto um inquérito que terá continuidade em Cuiabá. Os índios informaram à polícia que vários deles foram responsáveis pelas mortes. A polícia deve pedir nesta semana a prisão dos responsáveis pelo crime.

Neste sábado, familiares e amigos dos dois jovens fizeram um protesto e bloquearam duas rodovias de Mato Grosso. Segundo Alzira Reis de Oliveira, 25 anos, havia 200 pessoas em um bloqueio e outras 300 no outro ponto de protesto. Os números não foram confirmados pelas autoridades da região.


Alzira Reis de Oliveira, 25 anos, é amiga próxima da família e conta que Genes, que era vendedor, e Marciano, motorista desempregado, estavam em uma caminhonete quando passaram pelo pedágio dos índios. Eles moravam no Bairro São José Operário, em Juína. Segundo ela, Genes viajava toda semana para Vilhena (RO) para comprar roupas para revender em Juína e desta vez o amigo Marciano havia decidido acompanhá-lo para conhecer a cidade.

Alzira conta que o pedágio feito pelos índios na região é frequente. “Hoje eles estavam cobrando pedágio no mesmo lugar durante o dia todo e tivemos informações de pessoas que vinham de Rondônia para Juína que eles não deixavam passar e até aumentaram o valor de carros de passeio de R$ 20 para R$ 50. Os ônibus e carretas estavam pagando R$ 100”, comenta.Ela disse que quando os corpos chegaram ao IML a família não foi informada e soube da notícia por uma rádio. Disse ainda que as mães dos jovens estavam sob o efeito de remédios enquanto aguardavam notícias dos filhos. “A mãe do Genes está sofrendo em dobro porque não tem nem dois meses que o outro filho dela faleceu”, afirma.

Segundo ela, a população abraçou a causa e pede por Justiça. “Eu me sinto revoltada porque os índios podem fazer tudo, e nós não temos direito a nada, não deixam ninguém passar e estão todos lá", declarou.


Gazeta do Nordeste: Jovens assassinados por Enawenê-nawê, sob forte comoção, são sepultados em Juína


Os corpos dos jovens juinenses Genes Moreira dos Santos Júnior (24) e Marciano Cardoso Mendes (25), um morto a tiros e outro a pauladas por indígenas da etnia Enawenê-nawê, na semana passada, foram sepultados por volta do meio dia deste domingo (13), na cidade de Juína.

Os caixões seguiram em cortejo fúnebre em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros até o cemitério municipal, acompanhados por uma quantidade enorme de carros e motocicletas.

Muita comoção marcou o trajeto e por onde passou, muitas famílias saíram de suas casas para se despedirem com aceno e cobrança por  justiça.

Amigos e familiares agradeceram a todos que se empenharam pela localização dos corpos que estavam desaparecidos desde a quarta-feira, dia 9, quando foram assassinados numa região de mata fechada na BR 174 entre os municípios de Juína (MT) e Vilhena (RO).

Somente na tarde deste sábado, dia 12, é que os corpos foram localizados e trazidos para Juína pela Polícia Federal.

A morte desses dois jovens já é considerada como o mais alto nível de truculência dos indígenas Enawenê-nawê no município de Juína. Agora, a ânsia maior de toda a sociedade é que justiça seja feita. 

CONFLITO INDIGENA NO MT: Corpos de jovens assassinados por indígenas estão no IML de Juína

Por Dorjival Silva, Gazeta do Nordeste

Os corpos dos amigos Genes Moreira dos Santos Júnior (24) e Marciano Cardoso Mendes (25), ambos moradores do bairro São José Operário da cidade de Juína, noroeste de Mato Grosso, foram entregues na tarde deste sábado (12.12) as autoridades policiais. Eles estavam desaparecidos desde quarta-feira (9), quando foram sequestrados e mortos por índios da etnia Enawenê-nawê, numa região de mata fechada na BR-174 entre os municípios de Juína (MT) e Vilhena (RO).

 Depois de prestarem depoimentos a Polícia Federal, na última sexta-feira, os indígenas se comprometeram a entregar os corpos das vítimas até às 12h deste sábado. Por volta das 11h, o líder indígena Dodoay entrou em contato por telefone informando que havia encontrado os rapazes mortos e que a polícia poderia buscá-los.

 Um comboio foi formado e um forte aparato de segurança saiu de Juína com destino ao local onde estariam os índios e os corpos na BR-174 para realização do translado.

 Além da Polícia Federal, estiveram no comboio, Policiais Militares da Força Tática, Policiais do Serviço de Inteligência da PM, Polícia Judiciária Civil, Politec, uma viatura da Funerária e imprensa local.

 Os corpos dos jovens estavam enrolados em uma lona preta e foi permitido apenas a aproximação da Polícia Federal, Politec e Funerária.

 Depois de entregues, todos retornaram para o município de Juína e os policiais decidiram utilizar outra rota devido à manifestação de familiares e amigos que acontecia na entrada da cidade, onde foram obstruídas a BR-174 e MT-170.

 Apesar dos índios terem negado o assassinato dos jovens, há uma testemunha ocular do crime, um funcionário da Funai que deverá prestar depoimentos a PF.

 Em entrevista, o delegado da Polícia Federal, Hércules Ferreira Sodré, que está à frente das investigações, informou que pelo menos dois índios já foram identificados como autores do duplo homicídio e que nos próximos dias após a conclusão do inquérito policial irá representar pela prisão preventiva dos autores.

 Ele ainda confirmou que realmente um funcionário da Funai presenciou a morte de um dos jovens que foi morto a tiros no meio da BR. O delegado acredita que a outra vítima pode ter sido morta com objeto contundente, possivelmente pauladas, mas somente o médico legista poderá confirmar essa informação.

 Os corpos estão no Instituto Médico Legal de Juína (IML) para realização do exame de necropsia, e após serão liberados para os familiares, onde serão velados juntos no Ginásio Municipal da cidade.

 O ‘ranço’ entre indígenas e brancos na cidade de Juína, depois dessa situação, tende a crescer.

CONFLITO INDÍGENA NO PR: Na terça-feira agricultores de Laranjeiras (sudoeste do PR) foram expulsos de suas casas

A tensão entre índios e agricultores nas comunidades de Passo Liso e Boa Vista, em Laranjeiras do Sul, Centro-Oeste, tem se acentuado desde o último fim de semana. Na tarde da terça-feira (8) dezenas de índios passaram por propriedades rurais e estabeleceram prazos para que as famílias deixassem suas terras. Eles reivindicam áreas de várias propriedades que estão sendo questionadas judicialmente.

O fazendeiro Otomar Civa conta que muitos proprietários fugiram e abandonaram suas casas. “Eu vi muito desespero, vi lágrimas escorrendo em homens de 50 anos”, relata. Segundo ele, os índios disseram que se as famílias não deixassem suas casas até as 16 horas, eles iriam expulsar os moradores e ameaçaram atear fogo em imóveis. “Tem famílias escondidas no meio do mato”, relata. Os índios usam troncos de árvores para bloquear o acesso às propriedades. Civa, que possui uma propriedade em Passo Liso desde 1980, conta que três casas foram invadidas pelos indígenas.

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De acordo com informações da Polícia Militar, moradores da comunidade procuraram a companhia para denunciar as ameaças. Também houve registros de boletins na Polícia Civil que comunicou a Polícia Federal em Guarapuava sobre o clima tenso. Na noite de sábado (5), mais de cem índios ocuparam uma propriedade rural e fizeram uma família refém. A Polícia Militar foi acionada e se dirigiu até o local com três equipes. Na metade do caminho, os policiais avistaram um índio armado com uma espingarda e prenderam o indígena. A prisão, no entanto, revoltou os demais índios que fizeram um soldado refém e danificaram os três carros da polícia. Depois de muita tensão, o policial foi liberado.

O Conselho Comunitário de Segurança de Laranjeiras do Sul divulgou nota repudiando a ação dos índios. “O Conseg classifica a ação dos indígenas, centenas deles, incitados por suas lideranças, como atos de terrorismo e barbárie, os quais repudiamos publicamente, pois atenta contra as regras mais elementares da civilidade e do estado democrático de direito”, diz a nota.

(Com informações deGazeta do Povo) (Com fotos de Rádio Educadora 1120 AM/Nova Cantu).

G1 PR: Sob ameaças de índios, agricultores abandonam propriedades no Paraná

Famílias de agricultores de Laranjeiras do Sul, na região central do Paraná, deixaram suas casas na tarde de terça-feira (8). De acordo com os moradores, eles foram expulsos por índios das etnias Guarani e Kaingang que reivindicam terras.

Os produtores rurais afirmam que são pelo menos 100 famílias expulsas. As terras reivindicadas pelos índios ficam na localidade de Passo Liso, na área rural de Laranjeiras do Sul. Segundo a Polícia Militar (PM), cerca de 250 indígenas de outras aldeias foram para a região; somados aos que vivem por ali, são mais de 400 índios no local.

Conforme a PM, eles fecharam estradas e alguns agricultores foram até mesmo espancados. Os índios também deram um prazo para que as famílias deixem as propriedades rurais, ainda segundo informações da polícia.

No sábado (5), um grupo de índios fez um policial refém e danificou três viaturas da PMquando os policiais tentaram entrar na área dominada. A denúncia era a de que havia uma família de agricultores refém no local. Quando a polícia prendeu um dos índios, os outros usaram paus a pedras para quebrar os veículos.

A PM informou que a segurança do local é de responsabilidade da Polícia Federal.

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Fonte:
G1/Gazeta do Noroeste

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2 comentários

  • Lourivaldo Verga Barra do Bugres - MT

    ...enquanto isso ninguém faz nada...!

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  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG

    CONFLITO INDÍGENA???... Por aquilo que li me parece, isso sim, crime hediondo de sequestro, tortura, latrocínio, ocultação de cadáver, etc... Pior de tudo, patrocinado pelo Estado brasileiro, com a conivência daqueles que dizem defender os direitos humanos e por ONGs sustentadas pelo contribuintes... A PRF, que foi tão valente na hora de desocupar a Suiá Missu, será que agora está com medo de também serem sequestrados e assassinados por esta quadrilha???!!!...

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