Porque vou às ruas no dia 13 de dezembro – PARTE IV
Caros amigos. Tinha imaginado falar esta semana sobre um assunto mais técnico, envolvendo a recente valorização dos preços do óleo de soja no mercado internacional e interno. Entretanto, tive que deixar essa análise para outro momento, diante da necessidade de tratarmos de um assunto mais urgente e relevante para o futuro do agronegócio, e de todo o país, que é a abertura do processo de impeachment da presidente da república. Pois é, meus caros, o que para muitos parecia uma ficção, um devaneio, acabou agora se tornando algo tangível. Ainda não exatamente certo, mas sem dúvida alguma, algo possível. Por esse motivo não poderia deixar de aproveitar este espaço para fazer nova convocação a todas as pessoas de bem desse país, e que não aguentam mais esse estado de coisas, que se organizem e compareçam às ruas no próximo dia 13 de dezembro. É fundamental a presença de cada um para reafirmarmos nosso recado aos governantes de plantão: queremos mudanças já!
E não me venham falar em golpe, porque ser eleito democraticamente não dá ao partido governante carta branca para roubar, extorquir, ludibriar as instituições e a população. E neste caso, a falta de escrúpulos é tão grande, que sobram motivos para o impedimento: se em função do crime de responsabilidade fiscal por conta do assalto aos cofres públicos implementado nos últimos quatro anos, e especialmente em 2014; ou se pelo crime de corrupção e extorsão com a montagem do esquema de pagamento de propinas da Petrobrás e assemelhados, que irrigaram as recentes campanhas do Partido dos Trabalhadores.
Esta é a quarta vez que me dirijo a vocês para tratar deste assunto. E para reavivar as motivações que me levaram a assumir publicamente essa postura em relação ao atual governo, passo abaixo uma atualização da lista que apresentei nesse espaço nas vésperas das três últimas passeatas. Quer saber porque vou às ruas no próximo domingo? Mas já aviso que a lista não para de crescer (em agosto eram 22):
1) Escândalo 1: o escândalo do Mensalão. A gênese de tudo. Mas que depois do Petrolão, virou processo para o tribunal de pequenas causas. Aqui, nas palavras da ministra Carmen Lúcia do STF, “o cinismo venceu a esperança”;
2) Escândalo 2: o escândalo do Petrolão (Operação Lava-Jato da Polícia Federal). Nas suas 21 fases, dezenas de executivos, empresários, políticos e agora até banqueiro, já foram presos, com diversas condenações. Apesar da tentativa de abafamento pelo governo através do procurador geral da república, e de parte dos membros do STF, as investigações avançam, e a cada semana novas prisões vão sendo feitas. Ainda segunda a ministra Carmen Lúcia, aqui o “escárnio venceu o cinismo”;
3) Escândalo 3: no meio das investigações da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal encontrou outro escândalo paralelo, investigado através da Operação A Origem. São contratos milionários e fraudulentos de publicidade envolvendo a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde;
4) Escândalo 4: a Operação Zelotes da Polícia Federal encontrou fraudes milionárias por grandes empresas do país na sonegação de impostos através do pagamento de propinas;
5) Escândalo 5: ainda dentro da Lava-Jato, a Polícia Federal encontrou outro golpe contra os cofres públicos em esquema de pagamento de propinas encaminhadas ao Partido dos Trabalhadores dentro do Ministério do Planejamento.
6) Escândalo 6, 7 e 8? As investigações sobre as contas dos Correios, da Eletrobrás e do BNDES avançam na direção de novos escândalos. Nunca na história desse país, tantos roubaram tanto, de tanta gente, de forma tão escancarada.
7) Congresso 1: compra de votos na aprovação do orçamento da união no final de 2014;
8) Congresso 2: aumento dos próprios salários enquanto o país mergulha no abismo econômico e moral;
9) Congresso 3: em tempos de recessão, o Congresso segue trabalhando para a aprovação de novos aumentos ao funcionalismo público;
10) Congresso 4: presidentes da Câmara e do Senado investigados por crimes de corrupção;
11) Congresso 5: presidente da Câmara em vias de cassação por ter mentido sobre contas no exterior;
12) Congresso 6: prisão do Senador Delcídio do Amaral, por conspiração para atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato e planejar a fuga de um dos principais investigados;
13) Congresso 7: aprovação da revisão do orçamento da União para 2015 (para evitar um segundo ano de crime de responsabilidade), que inicialmente previa um superávit primário de R$ 30 bilhões, e agora permite o governo fechar o ano com um déficit de R$ 120 bilhões. Inacreditável!!!
14) Mentiras de Campanha: mensalão, economia, petrolão, arrocho, etc...
15) Economia 1: inflação fora de controle – em novembro a inflação oficial ultrapassou os 10%;
16) Economia 2: PIB zero em 2014 e previsão de -3,5 a -4,0% em 2015, o menor desde 1990. E os números de 2016 vão sendo revisados e apontam já para recessão de pelo menos 2%.
17) Economia 3: absoluto descontrole das contas públicas. Governo segue tentando distribuir a conta para a parte da sociedade que paga impostos e que sustenta esse devaneio. Os números de até setembro mostraram que além de não conseguir economizar, o governo segue aumentando seus gastos. Estamos falando agora de um déficit primário de R$ 120 bilhões;
18) Economia 4: desemprego também caminhando para os 10%;
19) Economia 5: aumento de impostos, mesmo com o país em forte recessão;
20) Economia 6: aumento de juros para 14,25%, maior em 9 anos. Com o país sem demanda, juro maior é só para atrair capital especulativo. E, pasmem: com a inflação em elevação de novembro, aumentaram as chances do Banco Central promover outro aumento na reunião do Copom em janeiro;
21) Economia 7: tarifaço nos combustíveis – mesmo com o petróleo caindo de US$ 100 para US$ 37/barril;
22) Economia 8: tarifaço na energia elétrica – a somatória dos recentes ajustes já ultrapassou 80%!!!;
23) Economia 9: a dívida externa que em 2010 estava em US$ 352 bilhões e em junho de 2015 já havia crescido quase 50%, passando a US$ 524 bls. Isso para reservas atuais de US$ 370 bls;
24) Economia 10: a taxa de câmbio ultrapassa os R$ 3,80 e já é a maior em 12 anos;
25) Economia 11: o Brasil já perdeu grau de investimento por uma das três principais agências de classificação de risco. E a perda das outras duas deve acontecer nas próximas semanas;
26) Pesquisas: menos 10% dos brasileiros avaliam atualmente o governo Dilma como bom ou ótimo. Índice abaixo da inflação, do desemprego e da taxa de juros. E quase 70% da população quer o impeachment;
Fiz as seguintes perguntas em 12 de abril e em 16 de agosto, e as repito agora: Quantos outros fatores virão? A que número chegaremos no próximo texto? Com uma lista como essa, não podemos esmorecer e nem desanimar. E agora mais do que nunca é fundamental a participação de cada um. Alguns movimentos sindicais e de sociais preparam manifestações de apoio ao governo na próxima semana. Provavelmente serão meia dúzia de gatos pingados, movidos a pão com mortadela. Precisamos mostrar a eles, ao Brasil, e ao Mundo, que somos milhões, e que não vamos mais nos acovardar e nem nos acomodar.
Um “AgroAbraço” a todos!!!
Flávio Roberto de França Junior
Analista de Mercado, Consultor em Agribusiness e Diretor da França Junior Consultoria
2 comentários
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Telmo Heinen Formosa - GO
A árdua tarefa para quem defende o afastamento da DilmANTA do posto que ocupa é convencer 342 deputados a votarem a favor desta tese. As estatisticas mostram que cerca de 212 deputados, em media, votam a favor do governo. Bastam 171 para que o numero de 342 não seja atingido, infelizmente. A votação é secreta... Não é mau agouro, mas informação da realidade.
Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR
Sr. França Jr, em qualquer país sério, só essa lista de irregularidades já seria mais do que suficiente para impedir a "presidenta".
Fui trabalhar hoje, sábado, por ser um dia mais tranquilo para me concentrar na previsão orçamentária do meu departamento para o próximo ano e percebi que qualquer planejamento, nesse país, virou um exercício de chutometria. Como prever os custos se não sabemos se o dólar vai estar a R$ 3,00 ou a R$ 5,00, ou se a inflação será de 5% ou 15%, ou ainda, se a energia estará a R$ 0,40/kWh ou a R$ 0,70/kWh? A falta de rumo desse governo está afetando a capacidade de planejamento das empresas e das famílias. Só se fala em contenção de despesas, pois não sabemos o que vem pela frente. Como confiar em um governo que aprova um orçamento com um buraco de R$ 120 bilhões? Que futuro tem um governo que sinaliza para o mundo inteiro que está quebrado e não consegue se articular nem para remediar a situação e muito menos para resolvê-la? O caos que se instalou nesse país tem que ter um fim. Quanto mais rápido, melhor. A demora pode custar caro demais para o país.He! He! (risos). Sr. Carlos, deve-se fazer como os "gestores" públicos. Após de aprovada a Lei Orçamentária Anual (LOA), uma "outra" LEI lhes faculta fazerem mudanças de verbas no limite de até 25% entre as áreas orçadas, ou seja, é mais um "jeitinho brasileiro" de administrar o dinheiro público. Qual empresa que mantém no cargo um profissional que "ERRA" 25% do projetado ??? Só os prefeitos, governadores e presidentes têm esse "DIREITO"!!!
Quem sabe poderíamos fazer como nos ensinou sabiamente a nossa "presidenta". Vamos estabelecer uma meta aberta. Quando a gente atingir a meta a gente dobra a meta.
He! He! (risos). Acho que essa "dobra" da meta é no sentido de "dobrar", como se dobra uma folha de papel. Dobrando-a você reduz o tamanho da folha, com certeza, são muitas "dobras" que ela tem feito em suas metas, pois de um Superavit Primário de R$ 49 bilhões para 2015, está chegando em Dezembro com uma proposta de R$ 120 bilhões no Superavit primário, mas não se alegre, pois é "NEGATIVO" !!!
todos os discursos da presidenta viram chacota e piada---Semana passada foi editado o livro DILMES -----E' muito triste ter uma pessoa atrapalhada da cabeça
para desperdiçar um bom tempo das nossas vidas