Brasil conclui reabertura do mercado de carne bovina com o Japão
O Japão oficializou nesta sexta-feira (4) o fim do embargo aos produtos cárneos termoprocessados brasileiros. O pais asiático conclui a lista dos mercados recuperados pelo Brasil após o embargo decretado em 2012, resultante da notificação de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), também conhecida como "doença da vaca louca". "Agora são 100% dos embargos suspensos à carne bovina brasileira no mundo. Confiança e credibilidade são a nossa marca", destacou a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), ao comentar a decisão do governo japonês.
Com a conclusão de negociações, o Brasil poderá exportar vários produtos cárneos termoprocessados de origem bovina, suína, ovina e caprina: carne cozida congelada, conservas, extrato de carne, vísceras cozidas e embutidos.
A reabertura foi anunciada durante reunião entre a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tatiana Palermo, e o vice-ministro para Assuntos Internacionais do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (Maff), Hiromitsu Matsushima. No encontro, também foram apresentados, ao chefe do Serviço Veterinário Oficial japonês, Toshiro Kawashima, os modelos de Certificado Sanitário Internacional, que deverão amparar as exportações dos produtos brasileiros.
A conclusão das negociações entre os dois ministérios da Agricultura só foi possível após um parecer favorável do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão (MHLW), atestando a inocuidade dos produtos cárneos brasileiros em relação às encefalopatias espongiformes transmissíveis (EEB e scrapie).
Essa analise do MHLW será válida, também, para as negociações de abertura do mercado japonês para a carne bovina in natura brasileira. A partir de agora, a avaliação dependerá somente do MAFF.
Potencial de exportações
O Japão importou, em 2014, 250 mil toneladas de produtos termoprocessados de carne bovina, suína, ovina e caprina, no valor de US$ 1,159 bilhão. O Brasil exportou, no mesmo período, 110,4 mil toneladas de carnes bovina e suína industrializadas para todo mundo, no valor de US$ 651,2 milhões.
Antes do embargo à carne bovina, em 2012, o Brasil chegou a exportar para Japão 1,55 mil toneladas de carne bovina termoprocessada e extrato, no valor de US$ 8,6 milhões.
Carne de Wagyu
Juntamente com a abertura do mercado japonês para os produtos cárneos termoprocessados brasileiros, o Mapa anunciou a abertura do nosso mercado para a carne bovina japonesa Wagyu. Durante o mês de dezembro, os dois ministérios da Agricultura realizarão missões de auditoria das plantas exportadoras no Brasil e no Japão, para começar o comércio recíproco no início de 2016.
Zero Hora: Por que a retomada do mercado japonês empolga
Com as portas japonesas de novo abertas ao Brasil para embarque de carne bovina termoprocessada, a vinda da missão técnica ao Estado, a partir de amanhã, ganha ainda mais peso. O grupo visitará as instalações do frigorífio Pampeano (da Marfrig), em Bagé, unidade que trabalha exclusivamente com processados.
É mais um impulso para o setor, que andava entusiasmado com a reabertura dos mercados da China e da Arábia Saudita.
O Japão era o último país que ainda mantinha embargo ao produto brasileiro, após a comunicação, em 2012, de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina — doença popularmente conhecida como mal da vaca louca.
— Agora, são 100% dos embargos suspensos à carne bovina brasileira no mundo — comemorou a ministra da Agricultura Kátia Abreu, ao avaliar a decisão do governo japonês, anunciada na sexta-feira.
O país asiático é um mercado premium e, por isso, muito cobiçado para exportação.
Por enquanto, a abertura é para a carne enlatada. Para o produto in natura, os japoneses ainda exigem que o gado seja livre da febre aftosa sem vacinação — condição que hoje só Santa Catarina pode atender.
Leia a notícia na íntegra no site Zero Hora.
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