Produção de trigo no RS cai 55,56% em relação à safra passada
No encerramento da safra de trigo no Rio Grande do Sul, as últimas cargas retiradas das lavouras confirmam um péssimo cenário para a triticultura, com as produtividades ficando abaixo das obtidas nas lavouras plantadas mais precocemente. Com a colheita encerrada, os resultados (ou prejuízos) parecem estar consolidados e o clima foi bastante decisivo para o resultado desta safra.
De acordo com o Informativo Conjuntural, elaborado pela Emater/RS-Ascar, a situação das lavouras de trigo e os números refletem as péssimas condições enfrentadas pela cultura ao longo de todo seu ciclo. Embora a produtividade média obtida este ano (1.693 kg/ha) fique 19,48% maior do que a do ano passado (1.417 kg/ha), a produção total cai para 1,489 milhão de toneladas, ficando 55,56% menor do que a do ano passado (3,351 milhões de t).
Esta aparente contradição se explica pela significativa redução na área plantada. Este último levantamento, realizado na segunda quinzena de novembro, indica que o Estado semeou apenas 879,5 mil ha, contra os 1,180 milhão plantados no ano passado: uma redução de 25,48%.
Durante o ciclo do trigo ocorreram intensas precipitações, mais concentradas no período do plantio e próximas à colheita, comprometendo a formação inicial das lavouras e a qualidade final do produto. Além das fortes chuvas, houve queda de granizo e ventos fortes em áreas menores, com formação de geada tardia, quando a cultura estava em floração/formação do grão, estádio suscetível ao frio.
Embora o controle de doenças tenha sido eficiente, sendo constatada baixa incidência de doenças na espiga, colmo e folhas, os grãos em fase final de ciclo (maturação) foram infectados por fungos produtores de toxinas, provocando perda de qualidade do grão, com restrições ao consumo humano e animal.
Todavia, mais do que uma redução significativa na oferta do produto, é a péssima qualidade do pouco que foi colhido, impedindo que o produtor possa mitigar seu prejuízo.
SAFRA DE VERÃO
As fortes chuvas ocorridas ainda na primeira quinzena de novembro provocaram o replantio de algumas áreas cultivadas com soja, cuja fase de germinação e desenvolvimento vegetativo atinge 75% da área semeada no Estado. Esse replantio decorre de doenças do solo (dumping-off) e ao selamento da linha de plantio (endurecimento da camada superficial do solo), que impedem a emergência das plântulas ou mesmo a germinação das sementes. Todavia, o percentual de áreas nessa situação é considerado baixo pelos técnicos da Emater/RS-Ascar, não ultrapassando 2% do total da área cultivada.
Nas áreas já emergidas, o desenvolvimento da soja é satisfatório, embora as plantas apresentem coloração verde pálido, provavelmente pela falta de luminosidade. Mas o crescimento está acontecendo em ritmo acelerado e as áreas implantadas na segunda metade do mês de novembro em diante apresentam emergência mais uniforme. Os sojicultores do RS estão iniciando o controle de ervas daninhas, e até o momento a incidência de pragas e doenças é considerada baixa.
No arroz, a fase ainda é de plantio, emergência e desenvolvimento das lavouras. A estimativa atual é que 89% das áreas já estejam plantadas no Estado. As chuvas dos últimos meses dificultaram os trabalhos iniciais; por outro lado, contribuíram para a manutenção dos volumes dos açudes e barragens, na sua totalidade.
No milho, a cultura continua com bom desenvolvimento (40%) e o potencial produtivo apresentado até o momento é bem superior à média dos últimos anos, embora as chuvas em excesso tenham prejudicado a aplicação de nitrogênio em cobertura. Atualmente, dos 95% de área plantada com milho, 23% estão em enchimento de grãos e 32% em floração.
Nas áreas onde o milho se destina à silagem de pé inteiro segue o corte das bordaduras, a fim de facilitar a entrada das máquinas. Nessas áreas, cerca de 20% do total da área estimada ainda deverá ser reimplantada como safrinha até 20 de janeiro de 2016.
1 comentário
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Rudinei Luis Erpen Lagoão - RS
E continuam sustentando a turma da Dilma..., pois nem se a produção fosse boa pagariam-se os custos... Então plantar pra quê?
Quanto à soja, o desenvolvimento não é bom, o percentual de replante é maior do que o informado, bem como o desenvolvimento é péssimo nas baixadas -- onde a água custa mais a escoar... Começamos pior que em 2014...