Exportação de milho cresce 13,6% e garante mais de US$ 3 bilhões ao país em 2015
O melhor uso dos portos e a maior competitividade da agricultura brasileira estão garantindo crescimento nas exportações de milho. Até outubro deste ano, as vendas do grão aumentaram 13,6%, assegurando ao País uma receita de mais de US$ 3 bilhões no ano, um bom ritmo que deverá se manter também em 2016. Em igual período do ano passado, o milho tinha obtido US$ 2,7 bilhões em vendas externas.
Em quantidade, as remessas de milho acumuladas entre janeiro e outubro deste ano somaram 17,9 milhões de toneladas. Nos dez primeiros meses de 2014, haviam sido enviadas ao exterior 14,2 milhões de toneladas do grão colhido no Brasil. É uma alta de 25,4%. Ou seja, aumentaram as quantidades exportadas e o valor obtido com as vendas ao mercado internacional. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
As vendas altas estão sendo determinadas pelo excedente da produção nacional. O Brasil colheu 84 milhões de toneladas de milho na safra 2014/1015. Depois de suprido o consumo interno, estimado em cerca de 55 milhões de toneladas, há excedente de 30 milhões de toneladas. É essa sobra que está permitindo impulsionar as exportações do grão, explica o responsável pela Comissão Nacional de Cerais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Alan Malinski.
Além de haver um excedente que pode ser vendido, Malinski diz que essas exportações estão sendo feitas em um momento em que o câmbio está favorável ao agricultor.
Com o dólar mais alto, o produtor brasileiro consegue ganho elevado e suficiente para dar descontos e benefícios ao comprador estrangeiro. Isso torna o milho brasileiro no mercado global mais atraente do que o produzido em outros países. “O produto brasileiro ficou competitivo e dá boa rentabilidade”, comenta o analista da CNA.
Escoamento
As vendas no exterior estão sendo impulsionadas também por uma importante melhoria na logística. O diretor de Política Agrícola da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), João Marcelo Intini, destaca que, após a nova Lei dos Portos, mais terminais do Norte e do Nordeste passaram a ser utilizados.
Isso ajudou a reduzir o custo logístico, com os exportadores brasileiros usando outras rotas de escoamento além dos terminais tradicionais de Santos, em São Paulo, e de Paranaguá, no Paraná.
“A safra de milho está conectada com uma nova agenda da estruturação logística do País que vem sendo revigorada nos últimos anos”, afirma Intini. “A gente usava portos do Sul e hoje vemos um volume de exportação ser realizado por portos no Norte, como Santarém (PA) e Barcarena (PA), região entre Norte e Nordeste; Isso vai integrando rodovias ferrovias e hidrovias de modo que nosso custo de exportação possa ser mitigado”.
Com grão disponível para exportação, mais portos sendo utilizados e boa rentabilidade, o Brasil ampliou a lista de compradores estrangeiros. Atualmente há forte demanda pelo milho brasileiro no Irã, Japão, Egito, Coreia do Sul, Vietnã e Taiwan.
O momento altamente favorável aos negócios pode ser visto em Mato Grosso. O Estado é o maior produtor de milho do País e metade do grão a ser plantado e colhido na próxima safra já foi vendido.
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