Colheita do trigo paranaense atinge 88% da área e chuvas preocupam

Publicado em 09/11/2015 07:19

A colheita do trigo no Paraná nesta semana atingiu 88% da área, num ritmo mais lento devido às chuvas. Os técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento, observam que mesmo com a desaceleração desta semana o ritmo está acima da média para o período, que ficou em 83% nas últimas cinco safras.

Os técnicos comentam que o ritmo de colheita não preocupa, mas alertam para que “o mesmo não pode ser dito sobre as lavouras em maturação neste momento, que podem ter prejuízos significativos”. Segundo eles ainda há 160 mil hectares de trigo a serem colhidos no Paraná, especialmente na metade sul, onde as lavouras apresentaram uma piora significativa devido ao tempo chuvoso.

Os levantamentos de campo do Deral mostram que as condições das lavouras foram alteradas nesta semana, com as consideradas boas caindo de 61% para 49%, enquanto as ruins cresceram de 8% para 16%. Os técnicos alertam que “considerando que 90% da área encontra-se em maturidade, devemos ter um problema relacionado principalmente à qualidade”.

Eles lembram que nos informes relatos anteriores à ocorrência das chuvas mostravam que as doenças já afetavam as produtividades, quadro que pode ser agravado com as precipitações atuais. Na avaliação dos técnicos a projeção de produção de 3,54 milhões de toneladas pode ser revista baixo, principalmente por causa das dúvidas quanto à qualidade do produto disponível.

Segundo o Deral os produtores paranaenses já comercializaram 1,1 milhão de toneladas de trigo até final de outubro, o maior volume já registrado no acompanhamento das últimas safras. Os técnicos explicam que “o maior apetite nesta safra é explicado pela preocupação dos moinhos com a falta de produto de qualidade e também pelos preços relativamente baixos do produto nacional quando comparado ao argentino”. Os cálculos mostram que os preços internos convertidos em dólar estão com desconto de 29% em relação ao trigo argentino, quando normalmente não costumam superar 12%.

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Revista Globo Rural

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