Suínos recuam em momento de tradicional aumento de consumo. Custo de produção é 23% maior em relação ao ano passado
Mesmo em um momento de tradicional aumento no consumo, os preços do suíno estão em queda em diversas praças de comercialização do mercado independente. A restrição do poder de compra do consumidor esfria o mercado interno e pressiona os preços pagos ao produtor.
Em Santa Catarina, as cotações começaram a exibir uma reação a partir de setembro, chegando a ser comercializado até R$ 4,00 o quilo do animal vivo, mas no último mês os preços começaram a se desvalorizar e atualmente o suíno é negociado entre R$ 3,60 a R$ 3,70/kg.
Segundo o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, o movimento de baixa preocupa produtores que já estão com custo de produção 23% maiores em relação ao ano passado.
"Essa é uma preocupação porque estamos chegando ao último mês do ano onde a comercialização é forte e o preço poderia ser maior, até mesmo para compensar o ano que estamos trabalhamos com um empate técnico em relação aos custos e garantir uma remuneração ideal para se manter no primeiro trimestre do ano", explica Lorenzi.
Embora a carne suína seja competitiva em relação à carne bovina e de frango, a crise político-econômica do país reduziu significativamente o poder de compra dos consumidores, e conseqüentemente o volume de proteína adquirido pelos brasileiros.
Por outro lado, os suinocultores elevaram a produção e a produtividade dos animais com o emprego de novas tecnologias, o que também colaborou com a pressão sobre os preços. "Com o desenvolvimento da produção, melhoramento de equipamento, linha de nutrição e genética - que ocorreu nos últimos anos - isso tem aumentado a produtividade que também está um pouco além do que seria normal, e neste momento fazem com que o preço fique aquém do que era esperado para esse período do ano", destaca o presidente.
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